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Comigo a coisa é torta mesmo, não sou de mentiras mas sim de tragedias, medos e euforia, sempre  inconstante e prefiro ir embora do que sempre te ver ir, mas mesmo assim espero, não entendo mais o motivo mas fico na sacada as três da manhã, namorando com um cigarro, pensando em um abrigo que construí em teus braços, e nessa história já tive raiva, medo e afastamento, tristeza, menos tu, mas não te guardo nada além de meu peito, meio aberto, com algumas feridas expostas e receios, dormindo com as letras nos livros, escuto o vento, eu conheço meus defeitos e entendo o que eles tem com o afastamento, da maré distante, da praia tão longe, eu sempre estive a beira das profundidades, ilógico  amor, e me abraço em meus erros como se fosse você, do dia só sombram o cheiro das camisas surradas que uso de pijama nas noites bonitas e nas ruins também, procuro por nada, já disse, e por isso nunca o encontrei, eu nasci com um vazio no peito com o tamanho correto de você.

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