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E tudo começa com você ali tentando captar o momento, condensar como um perfume um período de tempo, é tão curto o tempo, insensível ao escuro.
em volta faz muito frio, o inverno no sul é sacana, são três da manhã e tu quer sair na rua para fumar um cigarro, sente arrepios mas não é por causa da temperatura, o clima abaixo de zero mas certamente o que vamos começar não se faz com roupas, a umidade é densa e irrita,penso já estar acostumada mas ela envergonha te entrega, seria bom estar mais seca, mais séria, um cara em um bar, sem problemas.
tuas mãos acostumadas com o trabalho apreciam nova dança, meio tímida, ritmada e nervosa, as fronteiras são marcadas, mas tu descobre-se um bom territorialista, aguarda, como fumar um cigarro.
o outono então invade esse denso inverno e as folhas voam mais rápido do que tu pode raciocinar, acontece,é para a manhã os desatinos, e desce nervoso e certeiro, sonhava com isso a muito, te acompanhava no fundo da alma esse momento sagrado, o gosto na boca é inconfundível e como primavera se abre é exatamente e clichê como uma flor e não a outra palavra pra isso, chove e vibra, a resposta do universo, somos grandes e nada existe.
solto no tempo, nu como o nascimento, caminhando uma estrada violenta, como correr na chuva e vento e finalmente chegar em casa, é quente e doce, mas tu que é frenético quer a destruição acelera, o tempo passou o mundo na verdade não existe, tu quase chora, e por fim está frio, quero a coberta é inverno.

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