poesias primeiras

33.

E é claro que ela vai se apaixonar por outro que escute seu peito e tenha capacidade de ficar, que não fuja no meio do nada, dizendo nada com nada por ter medo de amar, depois desse talvez outro e mais outro, tantos quanto seu coração aguentar, e eu não tenho nada com isso, mas confesso que não estou preparado, falando com sinceridade nunca vou estar, o mundo é injusto mas não deve acabar, vou sonhando, conservando um amor antigo que dura, que se faz durar, em cada canto uma memória e eu só durmo com você, mesmo que não esteja, me perdoe, eu só escrevo poemas, que mais parecem teus, como tudo que existe.
É claro que tenho ciúmes e que grito pro vento, único que pode me escutar, Deus desistiu dessa história, porque eu acabei com tudo, sou escravo da minha euforia, caminho em busca do que está lá atrás, faço voltas no tempo e descanso em teu braço, que mesmo longe se ocupa de mim, fico viva por mais sete anos, seis pra ser mais exata, espero do universo nada mais do que ele, ser que flutua acima da minha cabeça.
É claro que somos nós, a figura do apocalipse, o início e o fim, a coisa certa, o sentimento de liberdade, a conquista de todo mundo, peço benção aos que já foram e recebo minha parcela de culpa, te deixo entrar.