Precisa. Analítica. Metódica e calculista. Estes são os adjetivos secretamente mais usados para descrever a advogada Diana Andrade.
Dona de uma carreira sólida aos 30 anos, um noivo que a ama e uma família perfeitamente tradicional, ela vive seus d...
Eu serei seu espelho, refletirei o que você é, caso você não saiba. Eu serei o vento, a chuva e o pôr-do-sol, a luz na sua porta para mostrar que você está em casa. I'll be Your Mirror - The Velvet Underground
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Diana acordou mas não abriu os olhos com medo de esquecer do sonho maravilhoso que acabara de ter. Um sonho onde ela se divertia, dançava a noite toda, cantava sem medo de parecer desafinada, vivia sem se importar com o que os outros iriam dizer. Era algo que ela sabia que só aconteceria em sonho, então tentou manter aquela lembrança por mais tempo. Ao se espreguiçar rolou para o outro lado da cama, mas deu de cara com o piso frio.
E foi aí que abriu os olhos. Abriu os olhos e percebeu que estava dormindo em um colchão de solteiro no chão de uma sala desconhecida. Sentou-se rapidamente, fazendo sua cabeça doer. Olhou ao redor e viu Gael deitado no sofá de três lugares cobrindo os olhos com o braço tatuado. Ao se certificar que estava na casa de dona Cida, se deu conta de que não foi um sonho.
Diana se lembrava de tudo da noite anterior, mas parecia tão surreal que era mais fácil acreditar se tratar apenas de um devaneio. Procurou seu celular ao redor e não encontrou, então não fazia ideia de que horas eram. Gael ouviu a movimentação no colchão e tirou o braço dos olhos, dando de cara com a moça procurando sua bolsa pelo cômodo.
– Bom dia – ele falou com a voz rouca ao se espreguiçar – Dormiu bem?
– Eu dormi bem, eu só não sei como foi que eu dormi! – Diana ainda estava agitada.
– Você tomou o café que minha mãe fez e estava esperando melhorar, aí reclamou de sono, minha mãe perguntou se você queria ficar e você deitou no colchão na mesma hora – Gael deu de ombros – Não deu cinco minutos e já estava roncando – ele riu.
– Eu não ronco! – ela protestou – Eu me lembro de reclamar de sono, mas só lembro até aí.
– Qualquer bêbado ronca, Diana.
Gael sorriu e se levantou. Ao espreguiçar-se no batente da porta, sua camiseta subiu o suficiente para Diana observar as tatuagens em seu abdômen – e o abdômen também, é claro. Ele riu quando a viu desviar o olhar rapidamente. A moça começou a encarar seus pés e ficou horrorizada com a cor que suas solas estavam.
– Como que eu cheguei a esse ponto, meu Deus – ela reclamou e apontou seus pés – Pior, como foi que a sua mãe me deixou dormir com os pés dessa cor?!
– Nada que eu nunca tenha feito – ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar do colchão – Vamos tomar café?
Diana aceitou, por mais que precisasse ir embora. Estava faminta e não negaria um bom café da manhã. Encontrou seu celular sem bateria e o colocou para carregar antes de seguirem para a cozinha. Dona Cida já estava cozinhando arroz para o almoço, fazendo a moça olhar para o relógio de parede para ter noção do horário.