16 - Momento insano

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É a minha companheira inseparável, sua fidelidade é incomparável e me perdoa por não ter razão; A minha culpa de estimação.
Culpa de Estimação - Cazuza

Dona Cida acordou naquela manhã de domingo ouvindo um falatório vindo de sua cozinha

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Dona Cida acordou naquela manhã de domingo ouvindo um falatório vindo de sua cozinha. Pelo corredor ouviu as vozes dos filhos discutindo algo baixinho e só então percebeu que Gael havia dormido em sua casa após dar carona para Rita. As vozes foram ficando mais altas conforme ela se aproximava do cômodo.


– Eu vou contar! – Rita sorriu.

– Você não vai! – Gael sussurrou – Você não faria isso comigo, você me ama e eu sou seu irmão preferido!

– Faria sim, é meu irmão preferido e eu te amo, mas eu amo fofocar! Qual é, cabeção! Você sabe que eu sou ruim em guardar os seus segredos!

– Rita, eu já te disse que não foi nada demais! – falou entredentes.

– Se não foi nada demais então não tem problema falar! – arqueou as sobrancelhas.

– Eu disse que não, Rita!

– Mas Gael... – bufou – Eu sei que a mãe ia adorar saber disso!


Gael e Rita assustaram quando dona Cida entrou no cômodo já puxando a cadeira e sentando junto aos dois. A senhora pegou uma caneca limpa sobre a mesa e a encheu com o café feito pelo filho.


– O que eu vou adorar saber? – a mulher sorriu e tomou um gole de café.

– É fofoca, mãe. Nada demais – Gael deu de ombros.

– Eu adoro fofoca! – dona Cida deu uma risada alta e olhou para a filha – Vai Rita, me conta!

– Rita... – seu irmão suplicou em vão, pois sabia que ela contaria mais cedo ou mais tarde.

– O Gael e a Diana se pegaram!


Rita contou empolgada, ignorando o olhar mordaz do irmão. Gael apoiou a cabeça na mesa e apertou as têmporas enquanto sua mãe comemorava aquela fofoca como se o Brasil tivesse acabado de ganhar a final da Copa do Mundo contra a Argentina numa goleada de 7x1.


– E você dizendo que não era nada demais! – a senhora deu um tapa no braço do filho – Isso é maravilhoso!

– Mãe, a Rita tá exagerando! – ergueu a cabeça – Não foi nada demais mesmo.

– Mentira mãe, foi um beijão de cinema. Aliás, de cinema não porque lá os beijos são técnicos e o que eles deram foi bem verdadeiro – enfatizou.

– Rita do céu, que vontade de te matar – Gael grunhiu.

– Eu te disse, meu filho! Noivados acabam! Vocês já estão namorando ou vão ser esses casais modernos que... como é que você disse, Rita? Se pegam!

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