Precisa. Analítica. Metódica e calculista. Estes são os adjetivos secretamente mais usados para descrever a advogada Diana Andrade.
Dona de uma carreira sólida aos 30 anos, um noivo que a ama e uma família perfeitamente tradicional, ela vive seus d...
Porque tudo o que você pensou que eu poderia ser desmoronou bem na sua frente. Numb - Linkin Park
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Com um olhar significativo, Gael pediu para que ela abrisse e acabasse com aquela dúvida de uma vez. O coração de Diana parecia que pularia para fora do peito a qualquer momento e suas mãos tremiam enquanto baixava o arquivo que poderia mudar sua vida para sempre. Ele sorria tentando passar alguma confiança, mas estava tão ansioso e temeroso quanto ela. Ao ler o resultado, Diana sentiu os olhos umedecerem e um nó surgir em sua garganta.
– Negativo... – murmurou e virou a tela para ele sem encará-lo – Me desculpa...
Por mais que seu namoro fosse recente, por mais que um filho não estivesse nos seus planos naquele momento, por mais que estivesse torcendo por um resultado negativo desde o momento em que percebeu estar com a menstruação atrasada, por mais que devesse respirar aliviada com aquele negativo, Diana deixou uma lágrima escorrer. Era como se mesmo devendo não querer aquilo, uma parte sua quisesse. Seus olhos finalmente se encontraram aos de Gael e pela primeira vez ela o viu quebrado. Ele forçava um sorriso consolador, mas somente seu olhar entregava o quão decepcionado estava.
– Tá tudo bem, amor... – ele a abraçou, afagando seus cabelos – Você tinha razão, assim é melhor, não é? – a voz embargada do rapaz evidenciava o nó existente em sua garganta.
– Eu... – respirou fundo, segurando a emoção que se aproximava – Talvez eu estivesse me acostumando com a ideia. Mas tem razão, assim é melhor... Assim é melhor – repetiu baixinho para se convencer.
A noite até então divertida do casal foi deixada de lado naquele momento. Eles continuaram abraçados pelo tempo em que julgaram necessário até digerirem aquele resultado. Diana ainda achava cedo demais para ter um filho com Gael e nem mesmo tinha certeza de que seria uma boa mãe, mas talvez estivesse tão convencida de que veria um enorme positivo no exame que intimamente contasse com aquilo. Ele também sabia que o namoro recente não era o melhor momento, mas fantasiou tantas coisas com aquela mulher e com aquela criança inexistente que mesmo tentando, não foi capaz de esconder sua tristeza.
Desligaram a televisão que falava sozinha assim que se desfizeram daquele longo abraço e foram se deitar pouco antes das dez da noite para terminar aquele dia o quanto antes. Diana apagou as luzes e a escuridão tomou conta do quarto silencioso onde somente o barulho de suas respirações se fazia presente. Ambos estavam deitados de barriga para cima, encarando o teto mesmo sem enxergarem nada, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo.
– Se eu não queria estar grávida, por que eu estou me sentindo assim? – Diana quebrou o silêncio, por mais baixa que sua voz soasse.
– Por minha culpa – Gael murmurou, tateando o colchão até encontrar a mão de Diana – Eu me empolguei tanto que te fiz acreditar tanto quanto eu de que tinha um bebê aí e que isso seria bom.