37 - Nosso mundo

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Nem é meu aniversário, mas ele quer lamber toda a cobertura.
Birthday Cake - Rihanna

Diana sempre gostou que os dias passassem feito um borrão, mas naquela última semana implorou ao relógio para que as horas durassem um pouco mais de 60 minutos

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Diana sempre gostou que os dias passassem feito um borrão, mas naquela última semana implorou ao relógio para que as horas durassem um pouco mais de 60 minutos. Gael viajaria no próximo domingo e o tempo parecia obedecê-la somente nas horas em que estava trabalhando, já que os minutos pareciam parados no relógio sobre a mesa do escritório que ela não parava de encarar naquela sexta-feira. Chegou a pensar que a pilha havia acabado, mas o horário seguia o do computador e o de seu celular. Rita entrou na sala da amiga e se deparou com a mulher com a cabeça apoiada nos punhos, suspirando a cada segundo que parecia levar uma eternidade.


– Sua felicidade hoje tá contagiante, Di – Rita riu e se jogou na cadeira do outro lado da mesa.

– Seu irmão vai viajar depois de amanhã e eu gastando meu tempo aqui, revendo processos sem conseguir prestar atenção porque tudo o que eu vejo é esse relógio que não anda! – bufou – Eu só queria ir pra casa aproveitar os últimos dias.

– Ué, por que não vai?! Se eu namorasse e meu namorado fosse viajar por um mês, eu me trancaria em casa com ele por uma semana e só deixaria sair da cama pra buscar água pra mim – riu, fazendo Diana sorrir também.

– Por mais que eu queira fazer isso, preciso trabalhar.

– Diana! Você é a chefe aqui! O escritório é seu e você pode ir embora quando quiser!

– E se vier algum cliente? Não estou podendo dispensar trabalho não.

– Eu fico pra você. Não tenho nada pra fazer mesmo – deu de ombros.

– Por falar nisso, eu preciso falar com você. Faz um tempo que venho pensando e preciso de uma recepcionista, mas não uma recepcionista qualquer. Eu preciso de você aqui. Você quer trabalhar comigo?

– Não – Rita forçou um sorriso – Eu sei que o Gael pediu pra você fazer isso porque não me quer trabalhando no bar. Eu não sou besta, lá rola drogas e ele tem medo, já peguei ele e a Isa falando disso. Eles têm medo de uma recaída que não vai acontecer. Mas não é justo você me contratar só pra ficar de olho em mim enquanto ele não tá e ainda ter que pagar por isso.

– Rita, você não entendeu... o Gael nem sabe que eu quero te contratar! Eu realmente preciso de uma recepcionista, e eu não consigo pensar em uma pessoa melhor do que você pra esse cargo. Eu poderia contratar uma pessoa com anos de experiência em recepção? Poderia, mas não seria quem eu quero.

– Não faz sentido você querer uma zé-ninguém que não tem experiência em nada, Di.

– Eu não me importo. Você está do meu lado desde o momento em que eu abri essa porta pela primeira vez, recepcionou diversos clientes mesmo sem ser sua obrigação, fez mágica pra todas as crianças que acompanharam os pais, vandalizou o carro do meu ex... seja sincera, você realmente acha que eu quero você aqui pra te vigiar? Eu só quero juntar o útil ao agradável, dar um emprego pra minha melhor amiga e saber que todos os dias serão mais leves porque você me faz rir mesmo quando eu estou puta da vida porque a hora não passa e eu quero ver seu irmão!

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