Precisa. Analítica. Metódica e calculista. Estes são os adjetivos secretamente mais usados para descrever a advogada Diana Andrade.
Dona de uma carreira sólida aos 30 anos, um noivo que a ama e uma família perfeitamente tradicional, ela vive seus d...
Quando nós fecharmos as cortinas, você e eu poderemos esquecer todas as nossas boas maneiras. Lips on You - Maroon 5
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Seis dias se passaram desde o Dia das Mães e Diana seguia sem ter qualquer contato com sua família. Não podia sequer fingir que estava sentindo falta, pois seria mentira. Ela definitivamente não fazia questão de ter aquelas pessoas em sua vida, por pior que isso pudesse soar para os demais. O único de quem sentia saudades naquele momento era Gael, mas ele não havia mandado mais nenhuma mensagem durante a semana. Mesmo com a certeza de que ele não apareceria, esperou pela ligação de Márcia avisando que ele a esperava para almoçar todos os dias. Como a ligação não veio, ela passou a comer sozinha em sua sala apenas na companhia de seu vaso de flores artificiais.
Ela e Rita conversavam todos os dias, mas sua amiga afirmava que não sabia o motivo do irmão estar sumido, pois estiveram juntos no dia das mães e ele sequer citou o nome da advogada durante o almoço. Diana estava cansada de ficar esperando o rapaz simplesmente surgir em seu apartamento para se entenderem, então pegou o endereço do estúdio e resolveu encará-lo frente a frente.
Gael estava conversando e dando risada com os colegas no estúdio quando o body piercer voltou do almoço e avisou que uma cliente o esperava na recepção. O tatuador estranhou já que sua próxima tatuagem agendada era só dali três horas, mas ao chegar na entrada se deparou com Diana sentada no sofá, chacoalhando as pernas ansiosamente. Ele vinha evitando pensar na advogada nos últimos dias, principalmente quando o relógio apontava meio-dia e ele sabia que na semana anterior estavam juntos nesse mesmo horário, mas agora era inevitável.
– O que você veio fazer aqui? – ele travou assim que a viu.
– Uma tatuagem, eu acho... – deu de ombros e forçou um sorriso.
– Achei que fosse coisa de marginal.
– Eu nunca disse que achava isso.
– Vou chamar algum tatuador que esteja disponível pra você – virou até o corredor e gritou por Juliana.
– Pois não? – a tatuadora surgiu dos fundos do estúdio com um sorriso.
– Ela quer uma tatuagem, mas acho que eu não sou adequado o suficiente pra ela – virou as costas, mas Diana segurou seu braço.
– Gael, espera! A gente precisa conversar.
Juliana não precisou pensar muito para perceber o que estava acontecendo ali, muito menos para reconhecer a advogada que atropelou seu amigo. Ao analisar Diana, também se deu conta de que era ela quem Gael disse ter vergonha dele. Ela até poderia concordar com o rapaz e fazer a tal tatuagem, mas algo a dizia de que aquela mulher tinha muito a dizer e o desenho na pele era o que havia de menor importância naquela visita.
– Desculpa, Gá, mas eu tenho uma cliente daqui meia hora e não vai dar tempo.
– E eu quero você, Gael. O meu trabalho pelo seu, lembra?