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Chegou atrasada em Sant'Angelin, mas como sua primeira aula era com Estefan, imaginou que ele entenderia seus motivos. Estava em seu armário pegando a blusa reserva que deixava na escola caso acontecesse algum acidente no refeitório, não imaginava que precisaria porque um anjo caído ia tentar lhe matar.

— Nós temos horário nessa escola, sabia senhorita Sophie? — Sophie quase derrubou seus livros com o susto, pois Srtª Thompson apareceu bem nas suas costas sem fazer nenhum barulho.

— A senhora quase me matou de susto. — Ela disse com a mão no peito, mas a diretora continuou a olhando como se esperasse alguma resposta. — Então, eu chegaria bem cedo se não tivessem anjos tentando me matar.

— Anjos?

— Anjos, caídos, que seja. — Não estava com muita paciência. — Sei que ela tinha asas brancas, não era aliada a Lúcifer.

— Um caído tentou lhe matar? Um caído celestial? — A diretora perguntou parecendo incrédula. — E você conseguiu fugir?

— Não, eu a matei.

— Você o que?

— Eu arranquei as asas dela, e depois a fiz queimar.

— Eu preciso que você me espere na minha sala, por favor senhorita Robinson. — Clarice se afastou deixando Sophie sem mais explicações.

Sophie revirou os olhos, fechou o armário e foi até o banheiro feminino trocar a blusa antes de se dirigir a diretoria. Clarice ainda não havia voltado, então aproveitou para mandar uma mensagem para Luke antes de entregar o celular.

"Tentaram me matar mais uma vez, para variar nessa linda manhã de segunda. Mas estou viva."

A resposta veio logo em seguida, era sempre assim com Luke.

"Estou recebendo alta, vá lá em casa sozinha assim que sair da escola, preciso falar com você."

"Certo."

Ela se perguntou o que era tão urgente, e por qual motivo precisava ir sozinha.
A porta da diretoria se abriu e Hauren foi a primeira a entrar parecendo transtornada.

— Você está bem? — Perguntou se aproximando de Sophie.

— Estou ótima. — A garota sorriu com a preocupação demonstrada pela professora.

— Sophie, nos conte exatamente o que aconteceu. — Estefan pediu assim que apareceu na porta.

— Eu estava vindo para escola e uma louca que tinha lindas asas brancas me chamou de Alice e tentou me matar, eu acho que ela conseguiria, quase conseguiu na verdade, eu tenho isso para provar. — Pegou a seta da bolsa e mostrou seus ferimentos. — Mas meu corpo parece que reage sozinho a essas ameaças, quando percebi já havia arrancado as asas dela.

— Você arrancou as asas dela? — Estefan estava pálido, como se fosse vomitar a qualquer momento.

— Você ouviu a parte que ela tentou me matar? Eu estava perdendo feio, se não a fizesse parar de voar eu não estaria aqui agora. — Sophie ergueu a sobrancelha curiosa.

— Não é assim que resolvemos as coisas. — A voz de Estefan era tensa. — Não se arranca as asas de um caído.

— Olha só, me desculpe se eu não conheço suas malditas regras. — Sophie se irritou. — Mas são vocês que não me contam nada.

— Se acalme senhorita Robinson. — A diretora falou de maneira inexpressiva. — O que acontece depois disso?

— Ela ficou lá toda apavorada olhando as asas, disse que alguém não iria me perdoar, algo assim. — Ergueu os ombros. — A desgraçada não quis me contar quem era e qual o motivo de tentar me matar, ou matar essa tal Alice que pensou que fosse eu, então meu ódio aumentou e eu a fiz queimar.

Marcas em Sangue   [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora