Helena se jogou no chão sobre o corpo do filho, chorando de maneira desesperadora. August permaneceu imóvel, como se estivesse em choque. O restante da sala olhava para Sophie, esperando a reação da garota que parecia nem respirar.
Ela fechou os olhos, e quando voltou a abrir eles eram mais sombrio do que nunca, suas veias pulsavam tão negras quanto as sombras que dominada, em sua volta o chão se movia como se algo estivesse saindo debaixo da terra.
A garota se pôs de pé e esticou a mão fazendo com que Alexandra viesse até ela. Bethy já estava quase alcançando a porta quando foi erguida do chão, Sophie precisou apenas fazer um movimento com a mão para que o pescoço da mulher fosse quebrado.
Em mais um movimento ela desisntegrou o corpo da professora completamente. Sombras começaram a rodear toda a casa como se fossem vários redemoinhos fazendo com que os móveis e objetos fossem jogados de um lado para o outro.
— Senhorita Robinson, mantenha o controle. — Clarice falou antes de ser jogada longe, atravessando a janela.
Sophie olhou para os outros como se os disafiasse, mas ninguém mais ousou se intrometer. Ela voltou seus olhos para Alexandra que estava sendo suspensa pelo pescoço. Pequenos cortes começaram a se formar vagarosamente pelo corpo da assassina.
— Quero ver suas asas. — A voz de Sophie estava diferente, sombria.
— Eu não vou… — Antes de terminar a frase, Alexandra viu suas plumas brancas surgindo. — Como? — Ela se espantou.
Com um sorriso assustador, a loira começou a fazer com que pena após pena fosse se desprendendo e caindo sobre o chão. Victória que até então apenas olhava aterrorizada se aproximou de maneira cautelosa.
— Sophie, existem outras formas de lidar com isso. — Disse com voz trêmula, vendo Alexandra ser torturada.
Sophie a olhou com o mesmo ódio, e fez com que Vic fosse lançada no teto e em seguida despencasse com tanta força que fez o chão afundar sob ela. As sombras rodearam a garota caída e a prenderam na parede bem em frente onde sua até então namorada ainda sofria.
— Seus olhos serão mantidos bem abertos. — A voz sombria de Sophie ecoou pelo cômodo. — Quero que veja enquanto acabo com essa miserável, você será a próxima.
— Loirinha… — Hunter começou, mas se conteve quando ela o olhou.
— Tire eles daqui. — A garota disse apontando aos pais adotivos.
August permanecia no mesmo lugar olhando para a filha com lágrimas nos olhos sobressaltados, enquanto Helena ainda chorava agarrada no corpo do filho mais novo como se nem percebesse o que acontecia a sua volta.
Hunter achou melhor obedecer para depois tentar achar alguma maneira de conter Sophie antes que ela perdesse totalmente o controle.
Distraída enquanto observava seus pais adotivos serem retirados da casa, a garota não percebeu que Alexandra movia o punhal de volta para sua mão. Hunter estava passando pela porta com o corpo de Michel nos braços quando ela foi ferida a baixo do seio.
A lâmina era celestial e provocou um sério ferimento em Sophie, fazendo com que ela acabasse se desconcentrando, a energia maligna se rompeu, a garota percebeu que estava perdendo o controle de seus poderes, mas ela não iria recuar, nada mais importava.
Alexandra foi suspensa, sombras entravam e saiam por todo seu corpo a fazendo gritar. Sophie não percebeu que suas sombras agiam além do que ela moldava.
Fora da casa, Hunter e Clarice tentavam impedir que os redemoinhos fizessem um estrago em toda rua, as flechas celestiais que lançavam contra as sombras faziam com que elas se dicipassem, mas logo voltavam a surgir.
— A garota precisa ser contida. — A diretora disse impedindo que Helena fosse carregada. — Não adianta mais tentar falar com ela, infelizmente terei que tirar sua vida.
— Não. — Helena gritou. — Não posso perder ela também.
— Não vou deixar que a mate. — Hunter afirmou de maneira firme.
O carro de Estefan se aproximou do local, além dele, Hauren e Luke desceram, assustados e sem entender o que estava acontecendo. Porém, assim que viu o corpo de Michel, o garoto pôde entender.
— Onde ela está?
— Dentro da casa. — Hunter informou. — Nem pense nisso, você não conseguiria nem mesmo chegar perto dela.
Ignorando completamente o aviso ele correu em direção à
casa, e ao invés de impedir, os caídos lhe deram cobertura, ele era o último recurso antes que realmente tivessem que tentar por um fim em Sophie.Luke passou pela porta com dificuldade, o ar era denso, ele tinha dificuldade em respirar. Quando alcançou Sophie, ela olhava com satisfação enquanto as sombras devoravam Alexandra por completo.
Ele a tocou no ombro no mesmo momento em que ela pegava Victória pelo pescoço.
— Você não deveria estar aqui. — Sophie disse sem olhar para o garoto.
— É claro que eu deveria. — Sua voz não tinha nenhum rastro de medo. — Esse é o único lugar onde eu deveria estar.
Sophie apertou mais sua mão, Vic tossia sufocada.
— Você não quer fazer isso, Sophie. Essa não é você.
— Você não sabe nada. Não me conhece de verdade, minha vida inteira é uma mentira. — O sangue de Vic já escorriam por entre as garras de Sophie.
— Você é a pior jogadora de video game do mundo, foi a primeira pessoa a querer de verdade ser minha amiga, ficou ao meu lado no hospital. — Ele foi citando cada lembrança boa que tinha de Sophie. — Você é tão ou mais desajeitada do que eu na dança, você fez Michel sair de um coma, você preparou quase um baile inteiro só para ajudar uma amiga, e você vai sofrer ainda mais se continuar com isso.
— Ela merece morrer. — Sophie insistiu.
— Você é a garota que está sofrendo com a morte do irmão, da mesma forma que sofri e ainda sofro com a morte da minha mãe. — A medida que Luke ia a envolvendo com os braços ela recobrava sua consciência. — Você não é alguém que quer matar uma amiga.
Sophie abriu a mão deixando Vic cair sobre o chão, se concentrando em suas sombras ela as fez recuar voltando a ter controle. Só então pode verdadeiramente sentir a perda e desabou em lágrimas com a cabeça repousada no ombro de Luke.
Sophie deixou a casa ao lado de Luke, preferiu manter distância de Victória mesmo ela afirmando que não tinha conhecimento dos planos de Alexandra e que pensava namorar uma mundana. No lado de fora se depararam com um clima de tenção, os caídos cercavam Helena que agora chorava sobre dois corpos.
— Tentamos salva-lo. — Estefan falou assim que viu Sophie. — Mas eram muitas sombras e estavam ficando cada vez mais resistentes.
— Eu fiz isso? — Sophie levou as mãos à boca. — Eu não queria… Eu…
— Não foi culpa sua. — Hunter tentou alcança-la, porém, a garota foi mais rápida.
— Sophie. — Ela ouviu Luke gritar enquanto sumia por entre as nuvens.
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Marcas em Sangue [Em Revisão]
FantasiaApós várias mudanças repentinas e sem motivos durante toda vida, Sophie finalmente tem esperança de ter um endereço fixo. Criar laços, fazer amizades e quem sabe até mesmo se apaixonar se tornam uma possibilidade. Porém, segredos de seu passado come...