Capítulo 12 - Destruída (parte 3)

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Victória e Clarice chegaram pouco tempo depois, todos ainda estavam imóveis. Alexandra trazia no rosto um sorriso selvagem, quase doentio. Sophie era uma mistura de medo e ódio enquanto tentava pensar em alguma solução.

— Alex. — Foi Vic quem falou primeiro. — O que está acontecendo?

— Solta meu irmão, ele não tem nada com isso.

— Não? — Alexandra deu uma gargalhada sombria. — Ele tem tudo com isso, eu observei vocês, não existe ninguém que você ame mais.

— O que está acontecendo? — Victória gritou.

— Minha querida, desculpe, você até que me divertiu. — Alexandra debochou.

Bethy, que até então estava sentava, se colocou de pé rodeando a sala com um olhar ameaçador. Ela parou em frente a Sophie e alisou seu rosto com as costas das mãos, a garota puxou o rosto enraivecida.

— Melhor manter a calma, não queremos que o garoto se machuque.

— O que vocês querem? — A garota perguntou. — Eu faço qualquer coisa.

— Eu tenho certeza que fará. — Bethy sorriu. — Será sua vida pela dele.

— Não podem fazer isso. — Clarice tomou a frente. — Vocês sabem quem é ela?

— Claro que sabemos, ficamos muito tempo apenas observando, bem debaixo do nariz de todos vocês. — A professora de inglês bateu com o indicador no nazis de Sophie. — Essa maldita é Alice, filha do pecado de Raziel, neta do próprio Lucifer.

Neste momento Michel ficou inquieto fazendo com que o corte em seu pescoço aumentasse. Sophie deu um passo à frente, seus olhos negros indicando que ela estava pronta a atacar, porém Hunter a conteve, sussurrando um pedido de calma em seu ouvido.

— O nome dela é Sophie. — O garoto gritou. — Ela é minha irmã.

— Ela foi marcada por Miguel. — Clarice continuou, ignorando o clima tenso. — Não podem tirar sua vida, ela é instrumento do altíssimo.

A diretora rasgou o vestido de Sophie, deixando suas costas à mostra para que os presentes pudessem ver uma marca vermelha próxima ao seu ombro esquerdo. Hunter e Victória pareceram confusos, já Bethy deu um passo atrás, ela olhava de Alexandra para Sophie com um certo medo aparente.

— Isso não irá nos impedir, Elizabethy. — Alex a encorajou. — Ela deve morrer.

— Eu não me importo, podem me matar, só poupem a vida de Michel. — Sophie implorou com a voz trêmula.

A garota soltou a espada que Hunter a havia entregue ainda  escola, juntou os pulsos frente ao corpo e se ajoelhou em frente Bethy que permanecia em dúvida. Michel permanecia sério, o garoto se esforçava com uma enorme coragem para não demonstrar medo.

— Nós a entregaremos para Nathuriel, e seremos recompensadas. — Alex a encorajou.

— Nathuriel está aprisionado, o próprio Lucifer tratou disso. — Vic as informou tentando mostrar que não teriam sucesso.

— Isso não importa. — A garota que mantinha Michel aprisionado gritou nervosa. — Ela vai pagar pelo que fez.

— Seja lá o que eu tenha feito, meu irmão é inocente.

— Deixem o garoto e não impediremos que sigam em paz. — Clarice argumentou. — Não há nenhum propósito para o que vocês estão dispostas a fazer.

— Ela está certa. — Bethy parecia vencida. — Se Nathuriel está preso não há razão...— Ela se dirigiu à Alex. — Essa garota tem a marca de Miguel, não teremos honra se a matarmos, já tive que tirar a vida daquele maldito professor.

— Você acha que me importo? — Alexandra parecia cada vez mais nervosa. — Layra era uma fiel serva e de que isso adiantou? Ela sempre soube que havíamos sido enganadas, sempre soube que a criança não tinha morrido, eu duvidei dela. — Seus olhos vermelhos pareciam querer saltar. — Mas Nathuriel a procurou, a deixou obcecada…

— Por favor. — Sophie sentia as gotas salgadas de lágrimas que rolavam em seu rosto. — Eu… eu não sei de quem você está falando.

— Sua maldita. — Alex gritou. — Você arrancou as asas dela.

O choque da revelação fez a mente de Sophie girar, pela primeira vez ela sentiu arrependimento pelo que fez aquela manhã.

— Me perdoe, eu apenas me defendi.

— Calada. — mais um grito. — Sabe, foi até prazeroso ficar observando o quanto todos te enganam, cada um deles estava junto conosco para te matar enquanto você ainda era uma criança.

— Por favor, me mate.— Sophie voltou a implorar.

— E deixar que seu sofrimento acabe?

— Se você machucar meu irmão, eu vou te matar.

— Acha que me importo? Minha existência não tem sentido sem Layra, morrerei feliz sabendo que você terá uma eternidade de sofrimento.

— Ele é só uma criança. — Sophie voltou a implorar choramingando.

— Vamos, solte o garoto. — Hunter reforçou.

A atmosfera era de pura tensão, Alexandra estava decidida, isso era notável em seu rosto, ninguém conseguiria lhe convencer a não fazer o que planejava. Restava aos demais pensar em algo para lhe impedir, porém nada seria mais rápido do que o punhal que já sentia o gosto de sangue.

Neste momento, como se advinhasse o que estava por vir, Michel sorriu para a irmã de maneira boba e inocente como sempre fazia ao implicar com ela. Sophie sacudiu a cabeça de forma negativa.

— Por favor. — Ela tentou novamente, a voz quase não saiu.

Mas já era tarde.

— Você é Sophie Robinson, minha irmã, você sempre será. — Foi o que o garoto gritou segundos antes do punhal atravessar seu pescoço.

— Não. — O grito apavorado de Sophie pôde ser ouvido a quilômetros de distância.

Marcas em Sangue   [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora