Marcas em Sangue [Em Revisão]

Capítulo 6 - Sentimentos (parte 3)

Como no dia anterior, após as aulas, todos os alunos filhos de caídos permaneceram na escola, desta vez foram instruídos a irem até o auditório, Sophie ouviu burburinhos sobre seu treino solo com a diretora, os alunos pareciam com um misto de medo e admiração em relação a ela. A instrutora seria Deborah, que parecia demasiadamente animada. 

— É um prazer muito grande poder colaborar na instrução de vocês. Para quem não me conhece eu sou Deborah, mãe dos alunos Cristian e Victória. — ela acenou empolgada aos filhos que retribuiram envergonhados. — Vou ensinar a vocês um pouco sobre as diferentes linhagens existentes, para que vocês que saibam o que podem enfrentar.

“Antes da queda, existiam apenas Deus e os anjos. Lúcifer caiu para as profundezas com seus seguidores, estes se tornaram lordes e duques das profundezas.

Depois de Lúcifer, sua seguidora mais poderosa era Lillith, dizem que vive aprisionada depois de causar a ira de Lúcifer, pois ela era a escolhida para gerar filhos dele e o trai. Após ele tirar dela os dois filhos gerados, ela veio à Terra e gerou uma filha, que também não pôde criar.

Os filhos de Lúcifer nasceram tão poderosos quanto o pai. Os lordes e duques estão um pouco a baixo na escala de poder, mas são eles que controlam as legiões de demônios que não param de crescer no inferno.

Estes demônios não são muito poderosos sozinhos, são mundanos condenados ao inferno, que com o tempo se transformam em criaturas putrificadas, são covardes e sempre atacam em grupo e podem rasgar nossas carnes com suas garras, e sempre devoram suas vítimas, só morrem se forem atingidos com uma arma celestial, caso contrário voltam a se recompor.

No inferno, toda a aura celestial que havia em Lúcifer e seus seguidores foi extinta, mas não se enganem, a aura negra criada pela estrela da manhã é muito poderosa e nenhum de vocês teria chance contra ele, ou seus filhos.”

— Mas Sophie derrotou Flauros. — um aluno do primeiro ano gritou no fundo do auditório.

— Flauros era um duque, apesar de poderoso, não se compara a Lúcifer. — Deborah respondeu. — E vocês recebem diretamente todo o poder de seus pais, então, dependendo de quem são filhos, são extremamente poderosos.

— Por que dependendo de quem somos filhos?

— Eu já chegarei lá, vocês são muito apressados. — A mulher riu.

"Bom, já falamos dos que habitam o inferno, passaremos aos céus. Bem, existem algumas “patentes” entre os anjos, os mundanos possuem muitas histórias sobre isso, mas pouquíssimas chegam perto do que é real, no céu não temos este corpo mundano, somos apenas luz.

Antes da queda não existiam guerras, então não existiam anjos guerreiros, mas Deus previu as intenções de Lúcifer, e começou a nos classificar e separar. Serafins eram os que tinham mais proximidade com Deus, os anjos mais poderosos, porém não guerrearam, eles existem para adorar, pelo que sei, apenas um caiu, mas não posso afirmar com certeza.

Os querubins cuidavam para que as ordens de Deus fossem cumpridas, eles eram, digamos que bem sábios e severos, não admitiam erros, foram  pouquíssimos os que caíram.

E  então os Arcanjos foram escolhidos para guerrear, e Ele nos encheu de poder para que sua vontade fosse feita, e ela foi.

Se na época tivéssemos os sentimentos mundanos que temos hoje, eu diria que fora o evento mais doloroso do qual participei. Não conhecíamos a guerra, a dor, e era como se estivéssemos tendo que expulsar parte de nós dos céus, pois éramos uma unidade.

Por isso muitos de nós  caímos, ficamos confusos, nós não queríamos expulsar nossos irmãos e quando fomos questionados sobre amar a Lúcifer, não soubemos negar, pois é claro que o amávamos, por favor, não confundam com o amor mundano, era puro, ele existia pois era assim, simplesmente não conhecíamos nada além da unidade que éramos e da adoração a Deus, e por essa pequena confusão muitos Arcanjos caíram.