Capitulo 03

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Anahí desceu do taxi aquela tarde com o olhar receoso, o papel do endereço do garoto Herrera na mão. Estava com os dois pés atrás, mas se lembrou da expressão preocupada do pai quando ela disse que teria de prestar a prova final, então respirou fundo e avançou. O endereço estava certo. Ela olhou a casa. Tinha dois andares, era branca e tinha um pequeno jardim na frente, bem cuidado, com um canteiro de rosas simples e bonitinho. Que ela soubesse o garoto Herrera tinha uma penca de irmãos. Deviam viver todos como sardinhas naquela casa, era o que estava pensando quando tocou a campainha. Não demorou muito uma senhora, aparentando 30 e alguns anos, abriu. Tinha os cabelos castanhos, e os olhos da mesma tonalidade de verde do filho. Seu olhar era doce, tinha as feições suaves, apesar de parecer cansada de algo.

Anahí: Boa tarde. Sou Anahí, eu fiquei de vir estudar com o Alfonso hoje. Ele está? – Perguntou, segurando a alça da mochila. A mulher sorriu.

Grace: Sou Grace, mãe do Alfonso. Ele está esperando, por favor, entre. – Disse, sorrindo e dando passagem.

Anahí entrou, toda encolhida. Não queria encostar em nada... Mas o lugar até que era razoável. Passando pelo rol de entrada chegou a uma sala com dois sofás, mesa de centro, algumas mesas de apoio com abajures e porta retratos, e uma abobada que dava para uma sala de jantar. Grace a mandou sentar enquanto chamava Alfonso, e ela olhou o sofá, duvidosa. Por fim achou que seria falta de educação e sentou. Ela olhou em volta e viu os porta retratos: Lá estava, a penca de irmãos. Não sabia o nome de nenhum, mas já vira a menina, loirinha. Era caloura no St. Jude. Não tão nerd, mas não servia de nada.

Alfonso: O-oi-. – Disse, ajeitando os óculos. Ele também parecia cansado. Estranho.

Anahí: Cheguei muito cedo? – Perguntou, pondo a mochila no chão. Ela vestia uma calça jeans, uma camiseta branca e um casaco que parecia caro, azul marinho. Ressaltava os olhos dela. Na mochila estavam a nécessaire de banho, o uniforme das cheerios e o material. Alfonso só a vira sem a farda do St. Jude poucas vezes, quando a via pelo centro com as amigas, mas nunca tão de perto. Estava tão bonita que o fez corar.

Alfonso: Não, claro que não. – Disse, e apontou pra ela sentar. Ele próprio puxou sua mochila do lado de uma poltrona. Apanhou um caderno simples, de capa preta, e o abriu, folheando – Eu estive pesquisando com as pessoas que já fizeram a final do St. Jude e fiz um roteiro do que cai, como eles pedem... – Ele nunca tinha ido pra final, é claro. Anahí ergueu as sobrancelhas. Estava tão apavorada sobre essa prova que até esquecia seu desprezo pelo menino.

Anahí: Sério?! - Disse, sorrindo, e ele assentiu – Vai facilitar demais! Bem melhor que estudar as escuras, como você conseguiu isso?

Rebekah: Alfonso, você viu onde eu deixei o meu... Ah, meu Deus. – A menina, loirinha, estancou na entrada da sala olhando Anahí. Anahí e Alfonso esperaram, sem resultado.

Alfonso: Anahí, esta é minha irmã, Rebekah. – Apresentou. Anahí cumprimentou com a cabeça, mas a menina parecia estagnada – O que você perdeu, Bekah? – Perguntou, com a típica paciência do irmão mais velho.

Rebekah: Nada não, deixa pra lá. – Disse, apressada. Anahí achou graça. Qual era o problema daquela família? – Licença. – E saiu. Alfonso respirou fundo e voltou ao foco.

Alfonso: Então, podemos começar por essa parte. Eles pedem duas questões teóricas, então já é um inicio.

A partir dali tudo transcorreu normalmente. Grace apareceu após meia hora, gentil, oferecendo algo para comer ou beber, mas Anahí não aceitou. Tudo bem que ele estava ajudando ela, mas aceitar comida e sair da sua dieta já era pedir excesso. Apesar de se atrapalhar consigo mesmo algumas vezes, ele sabia explicar direito, de modo que ela achava estar entendendo o assunto. Isso a animou. Tanto que nem percebeu a hora passando, só notou quando seu pai telefonou, avisando que estava na porta, de carro. 

Anahí: Continuamos daqui amanhã, então? – Perguntou, colocando a mochila no ombro.

Alfonso: Claro, claro. – Disse, sorrindo de canto, vermelho feito sangue.

Anahí: Obrigada. – Agradeceu, quase radiante de alegria.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora