Capitulo 37

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Alfonso: Onde está minha mulher, Madison??? – Perguntou, lívido.

Alfonso estava furioso. Ninguém nunca o vira daquele jeito. Todos os Herrera (exceto Grace) estavam no apartamento dele, cujas fitas de seguranças, que não tinham áudio, mostravam Anahí e Madison conversando, depois Anahí fugindo, com a ajuda da outra. 

Madison: Porque está perguntando isso a mim? – Perguntou, irônica, sentada e com uma bolsa de gelo no tornozelo.

Alfonso: Porque você foi a ultima pessoa que ela viu. – Disse, branco de ódio – Você ouviu minha conversa e foi atrás dela na igreja. A trouxe pra cá. Deu um celular a ela. Fingiu ter caído lá embaixo, a acobertou, e apunhalou meu segurança. – Rosnou, transformado. 

Madison: Não sei de que diabo você está falando. – Disse, divertida. 

Alfonso avançou pra Madison e se bateu com Christopher no caminho, que empurrou o outro com força pelo peito, fazendo-o cambalear. 

Christopher: Nem sonhe. – Rosnou, raivoso.

Robert: Vocês dois, isso não é hora. – Apartou, entrando no meio.

Alfonso: Faça ela dizer. – Rosnou, tentando tirar Robert do caminho – Faça ela dizer, ou eu vou fazer, Christopher. – Completou.

Christopher: Quero ver você tentar. – Desafiou, com um sorriso ameaçador no rosto.

Madison: Eu não sei. – Disse, com um suspiro – E não diria, se soubesse. Como ela diz, você é um grande filho da puta. – Citou. Christopher ergueu as sobrancelhas e Rebekah se virou, olhando Madison – Figurativamente. Nada a ver com Grace. – Corrigiu, instantaneamente. – Mas sua frustração passou dos limites. De tudo o que é humano, do que é saudável.

Alfonso: Do que você está falando?! – Perguntou, exasperado, ainda barrado por Robert. 

Madison: Então ela humilhou você. – Continuou, tranqüila – Me deixe te contar uma coisa, Alfonso, querido, isso não foi nada. Nada comparado ao que podia ter sido.

Alfonso: Claro, esqueci que temos uma rainha aqui dentro. – Debochou, passando as mãos nervosamente nos cabelos. Enquanto conversavam, ela ganhava tempo.

Madison: Uma vez, no meu colegial, chegou uma menina nova, chamada Barbara. Cabelos tingidos, nariz empinado, cantando aos quatro ventos que todos tinham direitos iguais, e que tinha que haver uma rebelião, uma revolução. – Contou, se lembrando – Era uma afronta pessoal a mim. Derrubei ela da escadaria, pra passar o recado. Ela deu queixa de mim na diretoria, e continuou.

Rebekah: O que você fez? – Perguntou, parada perto do piano.

Madison: A cor do cabelo dela me irritava, era de um vermelho horroroso, berrante. Então eu toquei fogo no cabelo dela. Com um isqueiro. – Disse, tranqüila. Houve um instante de silencio pesado na sala. – Queimou tudo... – Se lembrou, sorrindo de canto.

Jennifer: Você é maluca?! – Perguntou, exasperada – Você tocou fogo no cabelo de uma pessoa?!

Madison: Queimou até a raiz. Quando me dei por satisfeita, mandei jogarem ela na piscina, pra apagar antes que ela se queimasse. Eu era uma rainha clemente. – Disse, debochada – Ela sumiu por um bom tempo, e depois voltou pro colégio, usando peruca de uma cor normal, e aceitando que, ali, era a monarquia quem mandava, não a republica. Não me aconteceu nada, não haviam provas. – Disse, satisfeita, se virando pra Alfonso – Te incomodava que ela usava tiara? Eu usava uma coroa. Deve estar na casa de meus pais. E então, vai me fazer assinar algum contrato? – Desafiou – Se for, me permita adiantar: Eu não sou Anahí.

Christopher: Madison... Pelo amor de Deus. – Pediu, exasperado.

Madison: Ela podia ter feito pior. Podia ter feito com Rebekah, que era alvo fácil, pequena e frágil. O que ela te fez podia muito bem ter sido superado, mas você preferiu construir um império e se vingar dela como um menino mimado fazendo birra por não ter o que quer! – Atacou um Alfonso que arfava, furioso. 

Alfonso: Onde. Ela. Está? – Repetiu.

Madison: EU NÃO SEI! – Gritou, se levantando – Mas eu sei de uma coisa: Você não está se vingando por ela ter te humilhado, ou pelo que aconteceu com seu pai. Você está se vingando porque ela não te amou de volta. – Cuspiu, enojada. – Agora acabou.

Kristen: Ei, olhem isso. – Disse, vindo do escritório com Clair no braço e um papel na outra mão – É pra você.

Alfonso atravessou a sala em passadas pesadas, apanhando o papel na mão de Kristen com brutalidade. A primeira folha era um documento onde ela admitia ter perdido o jogo, e afirmava a quebra do contrato por parte dela. Ele nunca havia visto aquilo antes. Na segunda folha estava um bilhete, escrito as pressas.


Alfonso,

Em anexo segue um documento que me livra de você. Agradeça a sua prima por ele, me foi incrivelmente útil. Está livre de mim, mas da forma mais suja que conseguiu. Uma vitória assim não tem valor. Foi podre – podre até pra você. Eu confiei em você, e nem consigo acreditar que você desceu tão baixo. Eu tenho tanto nojo de você que não consigo descrever.

Não venha atrás de mim. Apresente o documento, dê baixa no contrato, e acabou. Eu nunca mais quero ver você na minha vida. Um dia vou te mandar uma caixa postal: Me mande um pote com as cinzas da empresa do meu pai. Faça o que quiser, toque fogo, mas me esqueça. Acabou.

Adeus,
Anahí.

Madison: Me dá minha filha. – Disse, mancando até Kristen e pegando Clair – Estou cansada. Boa noite, todos vocês.

Christopher: Precisamos conversar. – Disse, obvio, e ela sorriu.

Madison: Vamos pra casa, então. – Disse, tranqüila, indo pro elevador. Christopher olhou os irmãos, desgostoso, e acompanhou a mulher. 

Kristen: Deu pra mim também. Vou descer, Rob. – Avisou, seguindo o casal. Robert olhou o irmão, e, sem ter que o que fazer ou dizer, seguiu a esposa. Logo os dois casais haviam sumido.

Alfonso: Que diabo ela quer dizer com “agradeça a sua prima por isso”? – Perguntou, erguendo o documento – O que você fez, Jennifer?

Jennifer: Redigi esse documento anos atrás. – Mentiu, recuando – Dei a ela, disse que era pra quando ela perdesse! Eu não tinha como saber!

Alfonso: “Podre até pra você... Desceu tão baixo...” – Leu, exasperado – Que porra eu fiz?!

Jennifer permaneceu quieta, com um sorriso de canto reservado, porém satisfeito. Havia muito daquela história a ser explicado, mas essa não era a hora. Ela estava salva.

Jennifer: Bom, ela desistiu, então acab... – Alfonso pegou a declaração de Anahí, onde ela admitia a derrota, e a rasgou em duas, logo em quatro, até que eram migalhas – ALFONSO!

Alfonso: Acaba quando eu disser que acabou. – Disse, raivoso, jogando os pedaços de papel pro lado. 

Rebekah: Você não sabe onde ela está. – Disse, obvio, e Alfonso se encostou no piano, parecendo sereno. 

Alfonso: Pode-se contar com pessoas como Anahí pra, em situações como essa, quererem se refugiar onde tudo começou. – Disse, a voz impregnada de certeza, totalmente convicto – Ela voltou pra New Jersey.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora