Capitulo 16

12.7K 406 148
                                    

No dia seguinte, mesma rotina. Ela evitou passar pelo trajeto matinal de Alfonso, evitando se bater com ele, e agradeceu a Deus quando ele foi embora. Voltou ao banheiro com uma careta: Estava toda marcada. Marcas de mordida, de mão. Estava dolorida, seus lábios estavam inchados, a curvatura da cintura tinha marcas roxas, os seios coloridos de marcas de mordidas e chupão. Ótimo. Ela se vestiu e foi pro calvário da cozinha, tentando pôr as coisas em ordem. Alfonso chegou as cinco. Anahí serviu o jantar (risoto de frango) e se sentou pra comer. Ele comeu duas garfadas, então fez uma careta, limpando a boca com o guardanapo.

Alfonso: Isso está uma porcaria. – Condenou, se levantando.

Anahí: Me diga algo que eu já não saiba. – Desprezou, comendo sua parte corajosamente. 

À noite, nem uma palavra. Ela se vestiu, tomou os remédios e foi dormir. No dia seguinte... Alfonso não conseguia trabalhar. Tinha os olhos distantes, aéreo, o que não era do fetil dele.

Secretaria: Senhor Herrera? – Chamou, tímida.

Alfonso: Han? Faça o que eu mandei ser feito, e depois me traga os resultados. – Disse, dando as costas e entrando em seu escritório.

Alfonso se trancou em seu escritório, precisando pensar. Não conseguia se focar em nada. Cada vez que olhava Anahí, o que se lembrava era dos gemidos dela, o corpo submisso debaixo do seu... Ele sacudiu a cabeça coçando a orelha.

Ian: Quando você vai resolver me contar o que aconteceu pra você estar nesse estado? - Perguntou, sentado na mesa a frente de Alfonso. Alfonso se assustou. Estava tão aéreo que Ian entrara, se sentara e ele não vira. Christopher observava, achando graça, amparado na cadeira. 

Alfonso: Estou com um problema. – Os dois assentiram. Alfonso assentiu mentalmente. Era disso precisava agora: Amigos.

E ele contou, de modo resumido, o que acontecera. Os dois esperaram, aguardando pelo tal problema, e Alfonso parou, esperando um conselho.

Ian: Então...? 

Alfonso: Fazem dois dias. Não consigo pensar em outra coisa. – Admitiu, como se fosse uma derrota.

Christopher: É normal. Senti a mesma coisa quando transei com Madison pela primeira vez. Durante as primeiras semanas era tudo o que eu conseguia pensar. – Admitiu.

Alfonso: Você estava apaixonado por ela. Eu odeio Anahí. – Ressaltou – Não é porque eu enfiei o pau nela que agora são tudo flores e corações. – Completou – Não vai acontecer outra vez. – Disse, e Ian riu, disfarçando com uma tosse.

Ian: Foi bom? – Perguntou, e Alfonso ergueu as sobrancelhas – A transa?

Alfonso: Uma das melhores transas da minha vida. – Admitiu, a contra gosto. A lembrança do momento do orgasmo que parecia que não ia acabar, lhe roubando os sentidos o atormentava – Se não a melhor. – Completou. Ian assoviou. – Não sei o que fazer.

Em casa, Anahí aos poucos recuperava sua paz mental. Era adulta, casada, tivera uma relação sexual consensual, e foi bom. Não ia se repetir, e a vida ia seguir. Estava em seu quarto, lendo, quando ouviu um barulho vindo da sala. De repente todo seu corpo estava em alerta. Estava ali tempo demais pra saber que, hoje sendo a folga de Gail, não haveria ninguém no apartamento. Ela já ficara sozinha ali inúmeras vezes. Os seguranças não entravam ali. Ela deslizou da cama em silencio, se aproximando da porta, e ouviu passos no soalho. Tinha alguém ali. Voltou correndo, apanhando o celular de emergência e correu pro seu closet, o mais silenciosamente possível, fechando e trancando por dentro. Discou o único numero salvo ali. Chamou duas vezes até que...

Alfonso: Herrera. – Atendeu, sistemático. 

Anahí: Tem alguém aqui dentro. – Sussurrou, se aproximando de onde os casacos ficavam pra abafar sua voz.

Alfonso: Anahí? – Perguntou, incrédulo. Porque diabos ela estava ligando pra ele agora? 

Anahí: Você me escutou? – Perguntou, se irritando. Era a primeira conversa direta que os dois tinham depois da transa.

Alfonso: Defina “alguém ai”. – Disse, sem paciência. 

Anahí: Gail está de folga. – Alfonso sabia que a folga de Gail significava que o apartamento ficava deserto – E tem alguém no apartamento. Se bateu com algo na cozinha, e eu posso ouvir os passos. – Resumiu.

Alfonso: É impossível um ladrão romper a segurança desse prédio. Não seja neurótica. – Dispensou.

Anahí: Tem alguém aqui, seu filho da puta. – Grunhiu – Tem alguém e eu não posso sair! – Grasnou, em pânico, e controlou a voz.

Alfonso: Não vou te dar a senha. – Avisou, de primeira.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora