Capitulo 21

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O tempo passou, como era de e esperar. Após alguns dias Anahí tirou a tipóia do braço, o que significava que ela precisou voltar a cozinhar. Anahí estava cansada. Se esforçava pra seguir todos os passos que a mulher na televisão dizia, e podia se dizer que havia “algum” avanço. Aos poucos as manchas foram sumindo. As feridas da boca cicatrizaram, a mancha do rosto passou de um roxo escuro para um claro, até que se tornou um vermelho escuro, irritado, logo clareando, até chegar em um rosa escuro, então claro... Até que o rosto dela voltou a cor normal. Foi assim com o resto do corpo. Dois meses depois do ocorrido Anahí voltara perfeitamente ao normal. A barriga de Madison agora era evidente, se destacando na roupa. Christopher era só alegria. Kristen não esmurrou mais ninguém. Anahí e Alfonso não tiveram nenhum contato sexual durante esse tempo; ela queria que ele fosse buscar ela. Era uma questão de orgulho. Os dois ainda se odiavam: O ódio só subira um nível. O dele subira um degrau pelo que ela fez a Greg, e o dela subira um degrau pela surra. Continuavam se odiando, mas continuavam se desejando. Só que ela queria que ele desse o primeiro passo – primeiro passo que ela achava que ele nunca daria, até porque ela achava que ele se satisfazia com Jennifer quando bem queria, uma vez que não sabia que os dois haviam rompido há meses. Com esse pensamento, ela escolheu sua próxima arma: Provocá-lo, até que ele resolvesse ir até ela. 

Uma guerra se iniciou dentro daquele apartamento. Anahí provocava Alfonso com roupas, com gestos, com olhares, com os mínimos movimentos. Ela dormia a noite, dopada, mas Alfonso não. Seu corpo estava revoltado com a ofensa. Não podia passar pelo corredor sem se pegar olhando-a dormir. O aquecedor da casa bloqueava o inverno lá fora, e certo dia, ao passar pra apanhar água fresca, ele parou na frente do quarto dela. Dormia de bruços, com uma camiseta de alças preta e uma calcinha fazendo combinação, sem short, o traseiro farto exposto, o lençol embolado nas pernas como ela sempre terminava embolando. Ele grunhiu, olhando, mas no momento Anahí não estava lá. Ele olhou por um bom tempo, depois decidiu parar de se torturar. Precisava dormir. Precisava voltar a trabalhar. Seu corpo gritava que ele fosse até lá, acordasse ela e transasse com ela até cansar, se afundando tão fundo nela até que ela gritasse. Não fez nada, no entanto. Estava enlouquecendo.


Alfonso: Não, não sei ainda. Estou esperando o retorno de Seattle, eles ficaram de me contatar hoje pela tarde. – Disse, no telefone, pondo a camisa branca por dentro da calça. – Sei disso, mas creio que não será...

Anahí saiu do quarto dela, esfregando o olho, ainda de blusa e calcinha. Alfonso observou ela caminhar, tranqüila pela sala, se espreguiçando, o corpo esguio se esticando quase de modo indecente. Ela sumiu na cozinha e ele respirou fundo, retomando a ligação.

Alfonso: Eu sei, estou aqui. Disse que creio que não será problema. Faça o que eu mandei. – Disse, terminando de ajeitar a camisa – Estou indo pra empresa. Me notifique de qualquer atualização. – E desligou, arrancando o fone da orelha.

Alfonso abotoou a camisa, os pulsos, prendeu as abotoaduras, e viu pelo reflexo do espelho ela voltando. Ele bem tentou ignorar, mas se virou, saindo do quarto. Anahí ergueu a sobrancelha, um sorriso contido, vendo ele se aproximar.

Anahí: Bom dia. – Disse, tranqüila. Alfonso olhou as coxas dela por um instante, erguendo o olhar e sorrindo de canto.

Alfonso: Bom dia. – Respondeu, tentando manter a calma – As roupas que te comprei não servem mais? – Perguntou, descontraído, se encostando na parede.

Anahí: Claro que servem. – Disse, obvia. 

Alfonso: E você está andando sem roupa porque...? – Incitou, e ela sorriu.

Anahí: Ah, isso? – Perguntou, sínica – É mais confortável. – Disse, dando meia volta pra mostrar a parte de trás a ele.

Alfonso se aproximou, se encostando nela, e Anahí parou, esperando. A conexão do dois era como eletricidade. Ambos pararam um instante, a pele arrepiando, ele aspirando o perfume do cabelo dela.

Alfonso: Você está louca de vontade, não é? – Murmurou, na orelha dela, a mão arranhando a coxa dela. Ela colocou a mão em cima da dele, inconscientemente. 

Anahí: Tirou essa conclusão porque eu dormi sem short? – Perguntou, dando corda. Adorava o modo como ele murmurava na orelha dela.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora