Capitulo 11

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Uma sucessão de estranhos fatos levaram Anahí, Alfonso, um juiz de paz e duas testemunhas ao escritório dele na quarta-feira pela manhã. Havia uma papelada sem tamanho a ser assinada pelos dois, revisada e autenticada. Após anunciar a ele que aceitava aquela porcaria, Anahí tinha se resignado, mas ao ver a papelada a sua frente, as testemunhas e aquela expressão arrogante de vitória no rosto dele... Seu ódio voltou com força total.

Anahí: Se você está pensando que venceu... – Ele ergueu os olhos pra ela, totalmente desinteressado.

Alfonso: Eu venci. – Disse, entediado.

Anahí: Se está pensando que eu vou me curvar ao seu sadismo, me deixe alertar você. – Ele esperou, e ela se inclinou pra frente, apoiando os braços na borda da mesa – Vai ser uma via de duas mãos. Eu vou fazer da sua vida um inferno, isso eu posso prometer. – Garantiu, e ele sorriu, se recostando na cadeira.

Alfonso: A caçada é sempre melhor quando a presa se debate. – Debochou, achando graça. Do lado, ignorando a cena, o juiz e as testemunhas se preparavam. 

Anahí: Não sou sua presa. – Grunhiu, furiosa. Alfonso riu de leve, cruzando os dedos.

Alfonso: Você é o que eu quiser que você seja. – Corrigiu – Eu comprei você. Tão literalmente que estamos prestes a validar a nota fiscal da compra. – Humilhou, e ela recuou.

Anahí: Pois adicione uma clausula ao seu contrato. – Ele ergueu as sobrancelhas – Se você desistir, se você não agüentar e pedir o divórcio, eu vou levar um terço do que é seu nessa empresa. E a empresa do meu pai estará salva. – Ele aguardou, observando a audácia dela. – Ainda é tempo de desistir, garoto Herrera. – Disse, maldosa – Você já caiu uma vez perante a mim. Se cair uma segunda, além de semanas de psicanálise, você vai perder uma fortuna. – Disse, satisfeita.

Alfonso a observou, pensativo por um instante, inatingível em seu terno bem cortado, com Nova York aos seus pés. Ela estava certa, 1/3 da parte dele na HEH era uma fortuna desmedida. Mas não era nisso que ele estava pensando. Ela ainda achava que ele era o garoto que beijava o chão que ela pisava em St. Jude. Aquele que ela usou e humilhou. Anahí esperou, vendo o par de olhos verdes dele encará-la friamente, sem dar a mínima. 

Alfonso: Se você pedir o divorcio ou fugir, já sabe o que acontece. Kaboom. – Alfinetou, ilustrando a demolição do prédio da empresa do pai dela.

Anahí: E se for você a sair correndo de novo, 1/3 disso aqui é meu. – Avisou, maldosa, e ele sorriu.


Alfonso: Se eu pedir o divorcio, você leva 50% do valor bruto de tudo o que eu tenho. – Contrapôs, e até os assistentes olharam. Anahí não teve o que dizer. O silencio diante daquilo era pesado – Não só das ações da empresa, mas 50% de tudo o que eu já consegui, de cada imóvel, de tudo. – Anahí ficou calada por um instante. Mais uma vez a pele dela se arrepiou com o olhar que ele lhe dava. E, perante aquela proposta, ficou claro que ele não estava jogando pra perder.

Anahí: Vamos aos papéis, então. – Disse, tranqüila, se sentando. Ele sorriu.

A clausula foi adicionada ao contrato, e logo papeis começaram a ser assinados. O primeiro foi o “pré-nupcial”, resguardando os dois. Os outros eram de ordem de convivência. Anahí utilizaria o sobrenome dele, passando a se chamar Anahí Herrera. Os dois se casariam no civil e no religioso em uma cerimônia organizada por ele. O sobrenome Herrera não devia ser exposto a nenhum tipo de escândalo. Traição anulava o acordo, e ele destruiria o pai dela. Papeis e mais papeis eram assinados, passados para as testemunhas e então carimbados pelo juiz.

Anahí: Jesus. – Murmurou, após passar mais um papel para a testemunha. Aquilo se tornara exaustivo há 2 horas, mas a papelada nunca acabava. – Escute, concordo com a porcaria da cerimônia, mas meu vestido é responsabilidade minha. – Avisou, e ele franziu o cenho, vendo ela se espreguiçar.

Alfonso: Por que...? – Incitou, erguendo a sobrancelha.

Anahí: Porque é tradição. A família da noiva se encarrega do vestido. – Lembrou, e ele rolou os olhos.

Alfonso: Esse casamento não vai ser uma piada, Anahí. – Avisou, sério – Se encarregue da porcaria do vestido, mas nem sonhe em me expor ao ridículo. Seus amigos, se é que você tem algum, estarão lá. Seu pai e sua família também. Tenha um pouco de amor próprio. – Avisou, ameaçadoramente. 

Anahí: Vá pro inferno. – Dispensou e ele sorriu, passando ao próximo papel.

Ele assinou e passou pra Anahí, que leu, cansada. Esse dizia que todo o guarda-roupa ela seria formulado por uma personal autorizada por Alfonso, de modo que ela não levaria nada do que tinha pro casamento. Os dois residiriam no atual apartamento dele. Não haveria uma lua de mel. Dormiriam em quartos separados, ele no dele e ela em um dos que ele estipulasse. Os cuidados da casa, exceto cozinha, ficavam na mão da governanta de Alfonso, Gail. Anahí deveria se aplicar aos deveres do lar em tempo integral de acordo com a vontade de...

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora