Um mês depois...
Alfonso se arrumava pra ir em um evento. Odiava esses eventos sociais: Gastavam tempo e a maior parte deles era entediante. Anahí estava quieta, no sofá. Ele achava que ela estava ficando gripada, ou algo assim. A verdade é que, no dia anterior, ela se abandonara dentro da banheira, pensando no que sua vida se transformara, e passara tempo demais na água. Estava ficando resfriada. Não tinha nem animo pra discutir, ou alfinetar. Ele resolveu deixar quieto: Mais valia uma Anahí doente e calada que uma sadia e falando merda. Ele veio beber água na cozinha, fechando uma abotoadura, quando reparou nela: Os olhos quebrados, o rosto vacilando... Caindo no sono. Enquanto ele observava ela dormiu, definitivamente, a cabeça se apoiando em uma almofada. Ele soube que ela tinha dormido pela mudança no comportamento dela. Ficou na defensiva de repente, o cenho franzido, se encolhendo de um modo que dava dó: Outro pesadelo estava começando. Ele correu, desviando de uma poltrona e apanhou nos braços, balançando-a.
Alfonso: Anahí. Anahí, acorde. – Chamou, agoniado. – Vamos, acorde! – Disse, dando dois tapinhas no rosto dela.
Anahí acordou, tomando ar como quem se assusta, então olhou em volta, se situando, e se abraçou a ele, tremula. Ele deixou. Ela levou uns instantes pra se acalmar, soltando-o quando conseguiu.
Anahí: Amassei sua camisa. Desculpe. – Fungou, se encolhendo.
Alfonso: Se eu sair você vai dormir. – Disse, sem perceber que estava preocupado com aquilo.
Anahí: Não vou. – Disse, sem querer a pena dele – Eu vou tomar um banho e meus remédios, e vou me deitar de vez. Você volta hoje?
Alfonso: Não sei. Talvez. – Disse, observando-a, e ela assentiu.
Anahí: Vou ficar bem, não se preocupe. – Disse, se levantando. Ele a observou ir pro quarto, ambos em silencio.
Alfonso saiu meia hora depois. Anahí, contrariando o que prometera, foi pro piano. Tocou a peça que o pai gostava de ouvir, os olhos parados, distantes. A musica foi morrendo na medida em que ela começou a se sentir febril. Estava cansada. Foi então que o elevador apitou. Anahí ergueu os olhos, esperando – era cedo demais pra poder ser Alfonso. Então Grace entrou no apartamento, sorrindo pra nora.
Grace: Olá, querida. – Disse, indo cumprimentar Anahí – Onde está Alfonso?
Anahí: Ele saiu. Tinha um evento da empresa. – Disse, se desculpando.Grace: Porque você não foi com ele? – Perguntou, observando.
Anahí: Não estou muito disposta, acho que estou ficando gripada. – Despistou, indo em direção ao sofá – Se sente, por favor. – Disse, fazendo sala.
Grace: Ele não quis que você fosse com ele? – Pressionou, e Anahí respirou fundo. Estava cansada até pra manter a mentira.
Anahí: Você conhece o seu filho. – Disse, dando de ombros.
Grace: Eu pensei que o relacionamento de vocês estava melhorando. – Lamentou, observando a outra.
Anahí: Às vezes parece que sim. Mas eu realmente não estou muito bem hoje, estou ficando gripada... – Maquiou, sem querer confusão.
Grace: Você está doente e ele foi ainda assim? – Perguntou, se aproximando.
Anahí: Não é nada demais. – Dispensou, e Grace foi até ela, colocando a mão em sua testa.Grace: Você está queimando em febre, querida. – Disse, pondo a mão na garganta de Anahí – Vamos, eu vou cuidar de você. Primeiro você precisa de um banho frio.
Anahí: Não, não preciso não. – Disse, já com frio. Grace riu de leve, tirando o casaco e pondo a bolsa de lado.
Grace: Precisa, sim. – Disse, pondo a outra de pé – E molhe o cabelo. Vou preparar um chá, pra você tomar com o remédio. Você comeu direito? – Anahí assentiu – Ótimo. Já pro banho.
Anahí xingou todos os palavrões que conseguiu lembrar debaixo da água fria. Tremia violentamente, o corpo revoltado com a ofensa. Depois saiu da água, vestindo um roupão grosso. Ao chegar no quarto Anahí encontrou seu moletom dobrado cuidadosamente na cama. Nem contestou: Se vestiu, querendo se aquecer. Sentou em frente a penteadeira, apanhando seus comprimidos e tendo que escondê-los em seguida, porque Grace voltou com o chá.
Grace: Aqui está. – Disse, pondo o pires em frente a Anahí. O cheiro era de menta. Havia um comprimido no pires, ao lado da xícara. Anahí aproveitou pra engolir seus próprios remédios junto com o que Grace dera.
Anahí: É delicioso. – Disse, olhando o chá. Não era de caixa. O gosto era de menta, com cidreira, laranja, e um toque de mel.
Grace: Sempre fazia esse chá quando um dos meninos ficava doente. Tiro e queda. Grace apanhou a toalha, secando o cabelo de Anahí, que parou um instante, estranhando. Não tinha lembranças de ninguém secando seu cabelo – Sua mãe sempre estava ocupada demais pra isso, de modo que ela mesma acabava fazendo. – Porque esse quarto não tem porta? – Perguntou, estranhando.
Anahí: Eu sou meio claustrofóbica. – Justificou, e Grace assentiu – Alfonso tirou a pedido meu.
Grace: Entendo. Vim aqui hoje ver Madison. Ela teve outro ataque histérico, Christopher ficou apavorado. – Madison estava chegando no 6º mês, vencera os enjôos, mas os hormônios a atacavam a todo momento.
Anahí: Eu vi ela ontem. – Primeiro Madison alegou estar gorda demais. Depois, pra desespero de Kristen, achou que estava magra demais, e queria ver Robert porque isso podia prejudicar o bebê. Por fim começou a chorar, sem razão.
Grace: Está sendo uma delicia acompanhar esse processo. Gostaria que ela aceitasse ir ficar lá em casa. – Grace apanhou a escova de Anahí, se pondo a pentear os cabelos dela carinhosamente. Anahí ficou sem reação a inicio, então se recuperou. A sensação era gostosa, relaxante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)
FanfictionTRAILER OFICIAL: https://youtu.be/CmMIs1bjkfk Quando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das...