Capitulo 25

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Anahí agüentou o quanto pôde, madrugada a dentro, querendo noticias, querendo estar perto, mas em certo ponto se tornou impossível. O ar condicionado do hospital era forte, o remédio estava vencendo a luta pra derrubá-la, e a doação de sangue a debilitara. Ia amanhecer quando ela, ainda agarrada a Alfonso, desistiu.

Anahí: Agora eu acho que vou desmaiar. – Disse, e ele a olhou. Estavam sentados em um dos sofás da sala de espera, ela apoiada casualmente nele... Que mantinha ela de pé com um dos braços ao redor dos ombros dela.

Alfonso: De zero a dez? – Perguntou, neutro, observando-a. Estava pálida, e a boca continuava branca.

Anahí: Seis. – Alfonso assentiu.

Alfonso: Ok, eu vou pra casa. – Disse a família, e Anahí usou toda a força que tinha pra parecer razoável – Anahí precisa descansar. – Disse, se levantando e quase carregando-a junto, com o braço ao redor da cintura dela.

Kristen: Robert pode providenciar um apartamento. – Ofereceu, sendo que ela mesma passava bom tempo ali com ele, fazendo-o companhia quando ele tinha uma horinha entre os plantões. Conhecia aquele hospital de ponta cabeça.

Alfonso: Não. – Recusou – Anahí não está doente, só está cansada. Ela só precisa da cama dela. – Kristen assentiu – Me atualizem de qualquer noticia, tudo bem? – Os outros assentiram.

Alfonso não gostou de ir embora, mesmo vendo o olhar de gratidão de Christopher. Quando um precisava, os outros sempre ficavam. Até Ian, que era de fora, estava lá, firme, abraçando Rebekah. Era isso que mantinha a família Herrera tão unida: Não importa quão ruim fosse a situação, eles permaneciam juntos. Mas se Anahí desmaiasse ali isso deixaria Grace a beira de um ataque de nervos, com duas noras internadas, logo ele decidiu ir. Anahí se manteve o caminho de casa inteiro, se agarrando no ultimo nervo que tinha.

Alfonso: Você consegue andar? – Perguntou, vendo alguns paparazzi parados na saída da garagem do prédio. Anahí estava muito zonza. Já passara por isso uma vez: Tomara os remédios depois resolvera sair com Dulce, mas o efeito foi muito mais leve que isso. Ela sabia que ia apagar logo.

Anahí: Consigo. – Disse, respirando fundo. Agora era só o caminho até o elevador, e estaria em casa...

Foi de modo aéreo que ela viu ele fazer a volta pelo carro, abrindo a porta dela. Ele a abraçou pela cintura, mantendo o peso dela quase todo, e ela mal reparou no caminho até o elevador. Foi automático: Assim que o elevador começou a subir, a pressão levou o resto de força que ela tinha, e ela desfaleceu. Alfonso a apanhou no ar, carregando-a, mas Anahí já dormia, totalmente inconsciente. Chegando em casa ele a levou pro quarto dela, deitando-a na cama e tirando-lhe as sapatilhas. Voltou pra tirar o sobretudo dela, amparando-a, mole, em seu peito enquanto puxava as mangas do sobretudo, deixando-a de camisola. Porém, quando ele foi soltá-la, a mão dela se prendeu na gola da camisa dele. Ele a olhou. Anahí dormia tão pesadamente que tinha os lábios entre abertos, as veias das pálpebras quase ressaindo na pele branca. A mão dela o segurara instintivamente. Ele a olhou por um longo instante, em duvida. Se ela estava apaixonada por ele, ele usaria isso contra ela, fazendo-a sofrer até chegar na “rainha” Anahí, fazendo-a ficar de joelhos. Mas ela salvara sua sobrinha. Envenenara Greg também. O inconsciente dele brigava consigo mesmo. Ela havia salvo Rebekah. Já havia sangrado pelos Herrera duas vezes, sem precisar fazer isso. Não precisava ter ido até Rebekah, bastava tê-la deixado morrer afogada. Não precisava ter perguntado a ele qual era o tipo sangüíneo, podia apenas deixar passar batido. Não precisava ter se oferecido pra doar. Ele a olhou e ela continuava dormindo, a cabeça amparada no peito dele. Então, com um suspiro cansado ele empurrou os sapatos, puxando o edredom pra cima dos dois e abraçando-a direito. Anahí, mesmo apagada, se ajeitou nos braços dele, se adequando. 

Assim eu mandei alguns homens a luta,
E um deles voltou no final da noite.
Disse ter visto meu inimigo,
Disse que ele se parecia comigo.
Então eu me preparei pra enfrentar a mim mesmo,
E aqui vou eu. Oh...

E, pela primeira vez, ele não foi embora. Ficou com ela até cair no sono, e os dois dormiram abraçados. É uma pena que ela não tivesse a mínima idéia de nada disso.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora