Capitulo 15

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A noticia que Alfonso espalhou quando amanheceu foi de que eles estavam realmente viajando, no litoral, quando Anahí começou a se sentir mal. Resolveram voltar pra Nova York, e assim que voltaram ela teve o ataque. Ele precisava manter a história do casamento normal. Convenceu a todos. Madison apenas o encarava, os olhos duros, enquanto ele contava a história a Grace e Alexandre. Ao terminar de contar ele simplesmente se sentou e deixou cada um tirar suas conclusões. Estava muito calado, desde a madrugada. Anahí amanheceu bem melhor. Não era o tipo que ficava no chão muito tempo depois de tropeçar. Já levantara, e assim que os médicos liberassem, voltaria pro “marido”. 

Alexandre: Oh, querida. – Disse, entrando no quarto. Ela sorriu, um sorriso sincero, pra variar – Fiquei tão preocupado quando Alfonso ligou! Como você está? – Perguntou, acariciando os cabelos dela.

Anahí: Estou bem, papai. – Dispensou – Foi só um desmaio, Alfonso é super protetor. – Mentiu, mas viu o alivio no rosto do pai.

Alexandre: Ele disse que você não vinha se sentindo bem desde o litoral, por isso voltaram. – Disse, segurando a mão dela – O que há?

Anahí: Foi só um desmaio. – Tranqüilizou novamente. 

Alexandre: Você está se alimentando, Anahí? – Perguntou, os olhos severos e preocupados. Ele nunca se recuperara do susto da bulimia dela. 

Anahí: Como uma porca. – Debochou, e ele riu – Não foi nada. Logo vou receber alta.

Alexandre: Você não está... Quero dizer, talvez você não possa estar grávida? – Perguntou, e Anahí riu gostosamente.

Anahí: Papai! – Repreendeu – Eu me casei antes de ontem! – Disse, achando graça.

Alexandre: Sim, mas vocês vem saindo juntos há quase 6 meses. – Rebateu, e ela sorriu. Alexandre não sabia que Anahí jamais superara o trauma em relação a sexo – Ela fizera todo o possível para ele acreditar que ela superara, e funcionou. Na verdade, ela meio que superara. Depois de anos de terapia entendia que, sendo consensual, era bom e as pessoas gostavam. Isso só não se aplicava a ela. Ela tinha nojo só de pensar na possibilidade de alguém tocando-a novamente.

Anahí: Não estou grávida. O casamento, a mudança de cenário... Foi só exaustão. – Garantiu. – Está tudo bem.

Aquele foi um dia de visitas. Dulce sondou para ver se não foi Alfonso que tentou matá-la, mas não conseguiu nada. Grace veio, preocupada e atenciosa, se certificar de que estava tudo bem. Deu um beijo na testa de Anahí, um beijo doce, desejando sua melhora, que deixou a outra sem reação. Ah, sem contar com Greg, que levara um buquê de rosas cor de rosa para ela.


Alfonso: Sabe que dar em cima da sua cunhada é errado, não sabe? – Perguntou, entrando no quarto quando o menino entregava as flores. Já havia se trocado, se barbeado, estava composto de novo, com uma calça social e uma camisa azul escura.

Greg: Você tem mesmo que aparecer o tempo todo? – Perguntou, exasperado, e Anahí riu.

Alfonso: Tenho. Mamãe esta te chamando, vocês já vão embora. – Greg suspirou, frustrado.

Greg: Bom, melhoras. – Disse, todo rapazinho.

Anahí: Ora, venha aqui. – Disse, se esticando, e deu um beijo estralado na bochecha do menino, que corou – Muito obrigada pelas flores. Foi muito galante. – Elogiou.

Alfonso: Vamos, garoto, ela é minha mulher, dê o fora. – Greg suspirou, e após se despedir, saiu.

Sobraram Anahí e Alfonso no quarto. O silencio foi esmagador. Ela esperou deboche da parte dele pelo que descobrira, ou no mínimo um bombardeio de perguntas, mas ele apenas a encarou. O sentimento de ódio mutuo entre os dois não sumira, só mudara de tom.

Alfonso: Você está de alta. – Disse, tirando uma maleta do ombro. – Trouxe roupas. Robert vai vir até aqui dar algumas recomendações. Mande me chamar quando estiver pronta. – Disse, duro, e saiu antes de esperar uma resposta.

As duas semanas que vieram depois foram um calvário. Alfonso não atacou Anahí, porém os dois não se falavam, e evitavam estar no mesmo cômodo. Debaixo dos gritos de Robert, ele devolvera os remédios de dormir dela. Não haviam visitas. A paz era tão estranha que Anahí quase chorou quando acordou e o viu passando no corredor, falando com alguém no telefone preso a orelha, usando calça social, camisa branca e um colete. Finalmente a maldita lua de mel acabara. Ela se levantou, tomou banho, se trocou, vestindo uma saia lápis cinza e uma camisa branca. 

Anahí: Dulce vai embora hoje. – Disse, entrando na cozinha, onde Alfonso orientava Gail. A primeira frase nas duas semanas que se passaram – Fiquei de ir com ela ao aeroporto. Qual a senha do elevador? – Perguntou, direta. Anahí reparou que a farta mesa de café da manhã não estava lá.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora