Capitulo 12

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As semanas que se seguiram a aquele dia foram, no mínimo, curiosas. Todos os tablóides estavam cheios de fotos de Anahí e Alfonso, e todos especulavam se o magnata da H.E.H. finalmente havia sido fisgado. A empresa fora devolvida ao pai de Anahí, que não podia acreditar na sorte que dera: O CEO da Herrera Enterprises Holdings estava saindo com a sua garota. Os dois compareceram a eventos públicos ou a simples jantares íntimos, que eram insuportavelmente desagradáveis, mas nas fotos estavam sempre como cúmplices: Olhares, mãos dadas. Cada minuto era uma provação pra ambos.

Jennifer: Que diabo você está fazendo? – Perguntou, jogando um jornal na mesa dele. Na capa havia uma foto de Anahí e Alfonso juntos em um jantar beneficente na noite anterior. Posavam juntos, ele sereno como sempre, sorrindo de canto, a mão na base da coluna dela, reservado, e ela ofuscantemente linda ao lado dele, o cabelo preso em um coque trabalhoso e em um vestido vermelho vinho com um decote ousado, porém sem ser vulgar. Eram um lindo casal. 

Jennifer Lawrence crescera. O corpo se desenvolvera, como era de se esperar, sendo modestamente farto. Era mais ou menos da altura de Anahí, e tinha os cabelos castanho escuro na raiz e loiro médio até as pontas, que eram cacheadas. Ela usava uma calça social e uma camisa branca, os cabelos presos em um rabo de cavalo. Era uma mulher muito bonita.

Alfonso: Jenny... Isso não é nada. – Disse, se levantando. 

Jennifer: Não é nada?! – Perguntou, indignada – Você esqueceu o que nós vivemos por causa dela? Porque a está trazendo de volta, Alfonso?!? – Perguntou, recuando quando ele se aproximou.

Alfonso: É um projeto. Você não tem porque se alterar. – Garantiu, e ela balançou o rosto, desgostosa. Precisava desviar o rosto – O ponto forte de Alfonso pra desarmar as pessoas era o olhar.

Jennifer: Eu achei que era brincadeira, mas você aparece com ela em todos os lugares. – Disse, se afastando de novo... Pra se bater na mesa – Com tudo que passamos na morte de Richard, logo ela?! 

Alfonso: Shh... Jenny, está tudo bem. – Tranqüilizou, os olhos verdes parecendo líquidos. Ela respirou fundo, reprimindo a raiva. – Um projeto. – Ressaltou – Com inicio, meio e fim.

Jennifer: Porque Grace está saltitante de alegria por você, então? – Atacou, presa entre ele e a mesa.

Alfonso: Mamãe se empolga fácil, você sabe. – Ele colocou o cabelo dela atrás da orelha, dando um beijinho demorado no lóbulo da orelha dela – Você sabe que não precisa se preocupar, não sabe? – Jennifer ficou calada. Porém um estrondo na porta interrompeu a quase vitória de Alfonso.


Rebekah: Pelo visto seu poder de sedução não está enferrujado. – Disse, batendo a porta atrás de si. Estava furiosa. Jennifer escapou dos braços do primo, recobrando o controle. Alfonso suspirou, se virando – Ao contrário da faca que você cravou nas minhas costas. – Rosnou.

Alfonso: Bekah...

Rebekah: Bekah é o cassete! – Disse, atirando o mesmo jornal que Jennifer levara nele, que se esquivou – Eu liguei pra mamãe. Sabe o que ela me contou, super empolgada? Que você vai pedir aquela vagabunda em casamento! – Jennifer se virou, parecendo uma cobra atiçada.

Jennifer: Casamento? Esse é o seu projeto, se casar com ela?! – Perguntou, a fúria transbordando.

Rebekah: Ele está prestes a fazer o pedido! – Atacou. Alfonso se sentou, suspirando – Sério, o que há de errado com você?

Alfonso: Certo, eu tentei pelo lado tranqüilo, mas tudo bem: Não se metam nisso. – Dispensou, abrindo os botões do terno. Rebekah recuou como se tivesse sido atacada. Jennifer estava estancada no mesmo lugar.

Jennifer: Não vou participar disso. Vou sair do país hoje, e você que se vire pra explicar a Grace. – Avisou, e saiu a passadas largas, batendo a porta.

Rebekah: Nós encobrimos seu caso com Jennifer, porque são primos de 3º grau, e se querem transar o problema é de vocês, mas Anahí, Alfonso? É doentio! – Disse, se aproximando – Trazê-la pra nossa família, dar nosso nome a ela! 

Alfonso: Irmã, confie em mim. – Pediu, e Rebekah respirou fundo.

Rebekah: Então explique. Me faça entender como isso não é um absurdo. – Exigiu, cruzando os braços. A relação Rebekah-Alfonso era muito próxima, mais que a dos outros. Ele suspirou.

Alfonso: Suba ao meu apartamento hoje a noite, e conversaremos. – Desistiu, e ela assentiu, observando-o – Mas, para que você passe o dia em paz, acredite: Não é o que você está pensando. Eu não estou apaixonado por ela. – Garantiu. Rebekah assentiu, mesmo sem entender. Alfonso não mentia pra ela, nunca. Se ele dizia que não estava, era verdade. Então ela podia esperar.

Rebekah: Ok. Hoje a noite. – Alfonso assentiu – É melhor você ter uma boa história pra contar, Herrera. – Disse, dando as costas pra sair, e ele riu.

Alfonso: Vou fazer melhor. Vou te dar um ótimo livro pra ler. – Disse, sorrindo, e ela franziu o cenho.

Rebekah: Certo, isso está ficando interessante. – Ele assentiu – Sabe que Jennifer vai mesmo sair do país, não é? – Perguntou, ao chegar na porta.

Alfonso: Deixa. É melhor que ela esteja longe nos próximos meses. – Rebekah assentiu e saiu.

Naquela noite, na cobertura da torre negra, Alfonso entregaria o contrato pra Rebekah, que o leria, e logo acharia graça do que Anahí viria a passar. Ela iria aceitar. Ia acobertar e se oferecer para ajudar. E, no fim das contas, a marcha nupcial se ouvia cada vez mais alta.

Skyfall (Efeito Borboleta - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora