Capítulo 12 - E se?

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Seher despertou antes do habitual, em expectativa pelo dia que viria. Na noite anterior, dormira antes de dizer algo sobre a possibilidade de uma viagem a sós com Yaman, afinal, os últimos dias haviam sido exaustivos. Mas agora não conseguia tirar a conversa do pensamento. Pegou o celular no móvel ao lado da cama e confirmou que ainda era de fato muito cedo, mas provavelmente não conseguiria dormir outra vez, então se pôs a admirar a cena diante de seus olhos: Yaman dormindo placidamente ao lado de Yusuf, ambos com a expressão serena, como se não houvesse outro lugar no mundo em que devessem estar a não ser ali com ela. 

Era realmente um belo quadro e, naquele momento, pareciam pai e filho. Yusuf, aliás, se assemelhava cada vez mais ao tio, não apenas pela aparência física, mas nos trejeitos. Isso não era de se estranhar, considerando que para o menino, Yaman era um herói, a única referência de figura paterna que Yusuf conhecera de fato já que Yalçin falecera muito cedo. Mas perceber isso de repente trouxe outros pensamentos: Como seriam seus filhos com Yaman, se os tivesse? Como seria gerar uma criança deles, sentindo cada etapa do desenvolvimento, ansiando pelo dia que veriam seu rostinho e que embalariam no colo um bebê nascido deles? 

Espantou o pensamento. Mesmo que se reconciliassem, ainda era cedo demais para isso. Além disso, por mais que estivessem vivendo esses dias como se só houvesse eles no mundo, numa espécie de bolha, a realidade é que uma hora ou outra teriam que lidar com outros problemas que tinham deixado para trás na mansão. 

Olhou para o anel de noivado no dedo e sentiu mais uma vez a falta da aliança do casamento. Voltou a pensar sobre a possibilidade de viajarem apenas os dois, mas, por mais tentadora que a ideia parecesse, esse não era o momento mais propício. Mas isso não significava que retrocederia ou desistiria do que tinham decidido tentar. 

Então uma ideia lhe ocorreu: E se...? A princípio, pensou que não teria coragem de fazer isso e o coração bateu tão forte que temia que pudesse ser ouvido por alguém mais além dela. Mas depois, reunindo toda a coragem que possuía, pegou o celular, digitou uma mensagem e enviou-a. Em seguida, com muita pressa colocou o aparelho de volta no móvel ao lado, antes que se arrependesse.

***

Bom dia...

Aqui vai um capítulo bem curtinho para anunciar que vem algo por aí. rsrsrs

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