Capítulo 16 - Também tenho algo para você

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Yaman mal podia acreditar no que ouvia, mas estava claro agora. Eu quero... eu preciso de você, ela havia dito. Aquelas palavras ecoaram em seu coração, que pulsava com loucura ameaçando arrebentar o peito. Não é como se não soubesse disso, mas ouvi-la dizer em voz alta provocava uma sensação única, como se o coração aumentasse de tamanho, expandindo-se dentro do corpo. Ela o queria tanto quanto ele a queria e podia confirmar isso em cada traço de seu rosto perfeito, desde as pupilas dilatadas até os lábios entreabertos, que, agora entendia, imploravam para ser beijados. E mesmo se ainda restasse qualquer dúvida, as batidas frenéticas do coração dela sob seus dedos responderiam.

Inspirou algumas vezes, expelindo em seguida o ar dos pulmões numa tentativa de retomar o pouco controle que lhe restava, repetindo a si mesmo mentalmente: Acalme-se, Yaman... acalme-se! Levou as duas mãos até seu rosto pequeno e macio e encaixou-as ali. Iniciou então uma carícia lenta em sua face, enquanto apertava os olhos e engolia em seco.

- Você não faz ideia... – disse, aproximando o rosto do dela, e quando seus lábios quase tocavam os dela, prosseguiu em um murmúrio: - ... do quanto esperei para ouvir essas palavras.

Em seguida, sem poder se conter mais, tomou os lábios dela nos seus, trazendo-a para mais perto num abraço apertado, as mãos agora em suas costas, cobrindo praticamente toda a extensão daquele corpo estreito. Sentiu quando as mãos dela pousaram em seu peito e, logo depois, subiram para seu pescoço, antes se detendo em seus ombros e estreitando ainda mais o encontro entre os corpos. Extremamente sensível ao contato, pensou que morreria pelo simples fato de sentir os seios pequenos e firmes pressionados contra seu peito, mesmo ambos ainda vestidos.

Enquanto era beijada, Seher não estava em um estado muito diferente do dele. Ao longo dos últimos dias, sua necessidade de ter aquele homem havia aumentado cada vez mais conforme se reaproximavam e trocavam toques e olhares, alguns mais calorosos que outros, mas todos igualmente impactantes para ela. Agora, nesse exato instante, sentia o aperto do abraço dele, os lábios deslizando sobre os seus, buscando uma conexão muito mais profunda não apenas entre os corpos, mas também entre as almas, e não tardou a retribuir, recebendo em resposta um gemido baixo e rouco da parte dele, que a estreitou ainda mais em seus braços e inclinou levemente sua cabeça para que o beijo se tornasse ainda mais íntimo.

Seher sentiu o próprio corpo ganhar vida de uma maneira que só acontecia quando dividia esses momentos com o marido. Suas mãos obedeciam a um comando que ela desconhecia, ansiosas por explorar o corpo de Yaman como ele fazia com o seu, querendo descobrir cada traço de quem ele era. Experimentou correr as mãos pelos braços dele, subindo até os bíceps, depois até o ombro, completamente em êxtase pelo contato, sentindo a firmeza daquele corpo tão grande, tão diferente do seu, e que naquele momento parecia paradoxalmente forte e gentil, duro, mas, ao mesmo tempo, terno e delicado.

A impressão que tinha é que os corpos de ambos compartilhavam algum tipo de segredo que ela ainda desconhecia, mas que não tardaria a saber, e se perguntou se Yaman se sentia da mesma maneira. O fôlego começava a falhar, não sabia se pelo tempo que compartilhavam aquele contato ou se pela experiência em si, mas, de todo modo, levou as mãos ao pescoço do marido, trazendo-o para mais perto ainda. Yaman então desceu uma das mãos até o espaço imediatamente acima do bumbum dela, demorando-se ali um instante antes de ousar descer um pouco mais. Cedo demais, no entanto, Seher se afastou, empurrando-o com um gesto ao mesmo tempo firme e delicado.

- Espere...

Encostaram as testas uma na outra, ofegantes, Seher ainda de olhos fechados lutando para recuperar a voz:

- Não estou preparada ainda... – murmurou, sentindo a respiração pesada dele contra a pele de seu rosto.

Abriu os olhos e notou o desamparo refletido naqueles olhos escuros que brilhavam de um jeito perigoso, como se pudessem devorá-la. E provavelmente o fariam, ela pensou, sentindo um ligeiro tremor percorrer seu corpo diante da possibilidade.

Por trás do seu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora