O despertar

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Aviso: Contém gatilhos como violência explícita e violência contra mulher, o leitor está avisado.

Violet Adolpha

– O que esses monstros fizeram comigo?!- Gritei me levantando da banheira, quebrando o espelho que havia no quarto com um murro – Me tirem daqui!

– Calma, não precisa gritar- Ouvi a porta se abrir e vi Boris entrar com uma tigela com um órgão cru – Trouxe seu jantar.

– O que?!- Olhei para a tigela e vi algo que se parecia com um fígado – Não tenho mais direito à comida normal?!

– Hoje é lua cheia, você precisa despertar...

– Sai da minha frente, inútil- Falei o empurrando, deixando a tigela cair no chão, fazendo o órgão se espatifar e fazer a maior lambança no chão. Boris permaneceu na minha frente me olhando com raiva – Saia da minha frente- Mudei para um tom de autoridade.

– E se eu não quiser sair? O que vai fazer, bastarda?- Disse com deboche, cruzando os braços.

– Não me chame assim!- Gritei o empurrando no chão, pegando os trapos de roupa que estavam no chão e correndo pelos corredores da cabana enquanto me vestia. Essa merda acaba hoje, esses monstros não merecem piedade!

Terminando de me vestir entrei na sala de relíquias do clã, já era noite e todos estavam em sono profundo. Quando entrei, tranquei a porta e comecei a observar todas aquelas armaduras e artefatos, peguei uma que cabia em mim, era pesada mas nada que eu não pudesse aguentar, peguei um escudo antigo de madeira bruta que era considerado uma relíquia do clã Adolpha, juntamente da espada que representou os Lycantropos em si.

"Linda, não é mesmo? Eu empunhei esta espada para conseguir a liberdade desta raça, e agora quem está empunhando-a é você, mortal"

Tentei ignorar a voz ao máximo, me preparei como se fosse um soldado indo para a guerra, mas não era tão diferente, eu estava prestes a exterminar meu próprio clã completamente sozinha.

(...)

Saí da sala depois de me equipar com o que eu havia achado e andei lentamente pelos corredores, entrei primeiro no quarto do Mago do clã e não exitei nem por um segundo em enfiar minha adaga em sua jugular, vendo-o sangrar sem conseguir gritar,chegando a engasgar com o próprio sangue jorrando em meu rosto.

logo em seguida visitei o quarto do meu amado padrasto e refiz o ato, o vendo agonizar e morrer diante de meus olhos, tentando lutar e estancar o sangue com suas mãos, segundos depois, morreu diante de meus olhos. Tenho que admitir que gostei de ver aquele estrupício ter o que merecia.

"Vingança é um prato que se come cru"

Essa voz debocha na minha cabeça desde aquela sessão imensa de tortura, me distraindo em alguns segundos. Escutei vários passos e retirei minha espada da bainha, empunhando-a com um olhar corajoso.

– Bastarda?!- Escutei um grito de raiva misturado com confusão, me virei e vi meus "irmãos" vindo na minha direção com suas espadas, ao todo eram cinco de uma vez. Dei um giro e esmaguei o menor deles com o escudo, ouvindo seus ossos quebrarem como se fossem gravetos. Cortei a garganta daquele que tentou me pegar por trás, apenas girando minha espada o degolando, girei e acertei meu escudo na cabeça do maior e escutei seu crânio quebrar, arremessei minha espada acertando o covarde que tentava fugir bem na nuca. Não tenho muito tempo, corri rapidamente arrancando minha lâmina da nuca do que eu havia acertado.

Fui para o lado de fora e vi o clã inteiro me esperando, com arqueiros que não se negaram a atirar em mim sem nenhuma piedade. O escudo era grande, mas não o suficiente, acabei levando uma flechada em uma de minhas coxas, a dor era grande, não poderia negar isso, mas meu ódio pelo clã e por tudo que me fizeram era maior que qualquer dor física. Rolei pelo chão ignorando a dor e quebrando a flecha que estava em minha coxa no meio, me mantendo em guarda ajoelhada, tentando estancar o sangue em uma de minhas coxas.

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