Cain

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Aviso: Contém violência explícita, violência contra mulher e gatilhos, o leitor está avisado

Anubis Murdock

Desci da árvore interrompendo minha paz, pois tenho coisas para resolver. Andei na mata procurando Cain, pensei que provavelmente o mesmo estaria nas termas. Segui caminho na mata pegando frutas e outras coisas que poderiam ser úteis, acabei esbarrando com Mayleen no caminho.

– Olá, Elfo- Ela diz sorridente.

– Olá... Você viu Cain por aí?- Perguntei olhando em volta. Ela riu.

– Se você for convidar ele pra essa sua expedição, fique sabendo que ele irá negar. Confie em mim apenas desta vez- Disse May me encarando com aqueles olhos vermelhos.

– Não custa tentar, ele é uma peça rara- Respondi – Também sei que você tem seus próprios motivos para vir com a gente...- Logo sua expressão mudou para algo assustador, ela se aproximou de mim em fúria.

– Você não ouse falar daquilo para ninguém- Disse já expondo sua verdadeira forma em seu rosto. As escamas em seu rosto se mostraram assim que eu abri a boca para falar, assim como aqueles olhos de réptil, amarelos esverdeados. Apenas dei um leve sorriso de deboche.

– Então me ajude a convencer Cain, ou todos saberão que a sua mãe foi uma das medusas mais poderosas, e que você é cria daquele povo asqueroso: Os serpentes- Dei ênfase na palavra "serpentes", Mayleen respirou fundo e voltou a sua forma normal.

– Pra um prodígio de clã você não é lá muito honesto, Elfo de merda- Diz May quase me cuspindo.

– Guarda essa sua língua, vai acabar cuspindo seu veneno em mim- Falei me virando com um sorriso no rosto, senti a irritação da mesma a cada passo que eu dava.

(...)

Que inferno! Aonde esse cara se meteu? Estou procurando a horas e nada dele! Minha paciência não é infinita e eu não sou babá de marmanjo. Logo escuto uma voz masculina, parecia estar chorando, me escondi atrás de uma árvore e vi Cain se acabando de chorar com um espelho em mãos. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar.

– Perdoe-me... Perdoe-me... Perdoe-me...- Ele repetia a mesma coisa enquanto chorava, eu suspirei e saí de trás da árvore cruzando os braços – Você está aí a quanto tempo?- Perguntou limpando suas lágrimas.

– Tempo o suficiente- Respondi – A quem você tanto pede perdão?

– Não é da sua conta, Elfo- Disse áspero – O que quer?

– Quero lhe fazer uma proposta- Respondi indo direto ao ponto. Ele riu.

– Vai me dar dinheiro? Mulheres? Bebida? Ou apenas o prazer de sua companhia?- Debochou. Apenas revirei os olhos.

– Estou em uma jornada para levar a herdeira até seu trono e acabar com as guerras, precisamos de recrutas em nossa jornada. Quanto mais gente melhor.

– E o que eu ganho com isso?- Perguntou cruzando os braços.

– O que você deseja? Dinheiro? Poder? Limpar seu nome?- Estou ficando sem ideias para esse cara, me sinto um idiota em apenas tentar.

– Você não pode me dar nada que eu quero... Então não irei ajudar nesta merda! Não tem nada a ver comigo.

– Não posso te ajudar se não sei o que você quer...- Antes que eu terminasse de falar um buraco negro se abre no chão, Cain retira sua foice de lá e encosta sua lâmina enorme em meu pescoço.

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