- Seis; Parceiros -

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No final de semana, Marinette esperou ansiosamente por Alya. A caucasiana sempre aparecia na mansão por aqueles dias. E a Dupain-Cheng precisava saber como Fu descobriu que ela estaria de volta tão rápido, se as únicas pessoas que sabiam, eram a Césaire e Tikki.

A franco-chinesa queria falar com Adrien primeiro antes de qualquer outra pessoa daquela companhia.

E em pé observando o entardecer pela janela, ela se virou encarando a melhor amiga sentada na cama do quarto lixando as unhas.

- Alya. - o tom de voz baixo e cauteloso.

- Hm. - a mulher murmurou atenta as unhas.

- Foi você quem falou com o Fu?

A Césaire levantou a cabeça, finalmente olhando para Marinette.

- Sim, por que? - respondeu despreocupada.

A franco-chinesa suspirou.

- Porque você não deveria ter feito isso! - a mestiça bufou.

- E qual o problema? - balançou os ombros.

- O problema é que o Adrien não gostou nada disso. Graças a você, Fu nos colocou novamente como parceiros.

- Isso é um agradecimento ou o que? - as sobrancelhas franziram, duvidosas.

- Não, é claro que não! Adrien já tinha me recusado como parceira e agora ele deve me odiar mais só por ser obrigado a dançar comigo. - a feição caiu nitidamente preocupada.

- Esse não era o plano?! Ele voltar a dançar com você. - pausou. - Então, ele é seu parceiro de novo. - a caucasiana tentava entender onde Marinette queria chegar.

- Mas eu não queria que fosse assim. Eu queria que ele me aceitasse de volta por vontade própria. - os lábios se curvaram em decepção.

- Marinette, Adrien precisa de um empurrão pra funcionar. Você sabe melhor do que ninguém que ele ia se fechar e não ia te ouvir, mesmo que você implorasse pra voltar. - Alya se ajeitou na cama se aproximando da amiga, ainda em pé. - Ele não ia aceitar, não depois do que você fez. - falava calmamente, não queria que Dupain-Cheng se sentisse atacada por aquilo. Ela também já havia sofrido demais. - E agora, você sendo a parceira dele de novo, vai ter a oportunidade de mostrar que se arrependeu. E é melhor assim, você mostrando com atitudes que está arrependida do que apenas com palavras.

A mestiça sentou-se na cama.

- Você acha que vai dar certo? - temeu o rumo que aquela situação poderia levá-la.

- Acho que mesmo com tudo o que aconteceu, ele ainda te ama. Mas isso só vai funcionar se você der tempo a ele. Começando tudo do zero. - suspirou. - Eu não tô dizendo que vai ser fácil, ele pode até te amar, mas é você quem tem que pegar esse amor de volta. Você sabe melhor do que ninguém que ele tem feridas demais; o pai morreu antes dele nascer e a morte da mãe quando ele ainda era pequeno. Ele se sentiu abandonado a vida toda. E olhar pra você deve ser difícil, outra pessoa que ele amou que o deixou. Mas diferente dos pais, você, Marinette, teve escolha.

Alya tinha razão, ela teve escolha e escolheu logo a pior opção, a qual acreditou tão fielmente que era a melhor, achando que o faria feliz.

E ela sabia como ele sofreu com a perda da mãe. Se lembrava nitidamente de todas as noites que Adrien passou em claro quando ela insistentemente o convenceu de que seria melhor que ele ficasse por um tempo em sua casa, antes de se mudar para a casa da tia Amelie, irmã gêmea de Emilie, mãe dele.

O garoto mal dormia e quando pegava no sono acordava logo depois chorando. E Marinette estava lá, assistindo a confusão que seu melhor amigo havia se tornado, sem poder fazer nada além de abraçá-lo e dizer a ele que sempre estaria ali. Ela não sabia que poderia ser uma grande mentirosa.

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