- Vinte e Seis; Investigações -

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Alya bateu a porta pesada da entrada da delegacia com força. Consumida por um ódio descomunal por ter sido importunada naquela quarta de manhã, dia de sua folga.

Adentrou o pequeno hall com a cara fechada. Pensando se subiria de escada, a sua direita ou se esperaria o elevador em sua frente. Olhou para a esquerda observando um oficial novato uniformizado lhe encarar, atrás do balcão envernizado de atendimento.

Os olhos sobressaltados só revelaram que ele temei levar um soco da mulher em sua frente.

Alya tentou abrir um sorriso gentil, falhando no meio, quando apertou incessantemente o botão que chamava o elevador.

Ela nitidamente estava com raiva.

O guarda que a Césaire só conhecia pelo sobrenome Lê Chien, de ascendência vietnamita, ela não tinha certeza, até pensou em lhe dar bom dia, mas ele refletiu por segundos, pela feição assustadora dela, que ela o mandaria a merda.

As portas do elevador abriram e Alya entrou sem delongas para chegar rapidamente ao seu andar. Ela só esperava que houvesse uma excelente explicação do porquê ela deveria estar ali em seu dia de folga.

O novato suspirou aliviado quando o clima tenso pareceu subir junto com a sua superiora.

As portas do elevador abriram novamente, a Césaire observou o corredor bem iluminado por luzes embutidas no teto branco e as janelas espaçosas. Ela caminhou pelo lugar observando as salas envidraçadas dos superiores, virou a direita, chegando na ampla sala principal onde trabalhava, lotada por oficiais e investigadores, alguns sentados em suas mesas, outros batendo papo, mas a maioria tomando café da manhã. O que era normal. Na verdade, estranhamente normal e quieto para aquela manhã onde ela havia sido chamada com tanta urgência.

Não houve algum homicídio? Ou sequestro?

Bufou e rolou os olhos. Mas que droga, ela estava de folga! Um bico irritado se formou nos lábios da francesa, quando ela se aproximou da própria mesa soltando o cachecol laranja e o casaco preto na cadeira.

— ALYA! ALYA! - a Césaire se virou um tanto assustada dando de cara com Alix Kudbell da equipe forense. Trajando um jaleco branco encardido, calças folgadas, e uma blusa verde com detalhes em preto.

A mulher de cabelos rosas chamativos, segurava na mão direita uma pasta antiga e com a mão livre gesticulava agitadamente, estalando os dedos apontando para a investigadora.

Alix se aproximou ofegante.

— Tomou café com açúcar demais hoje de manhã, não tomou?! - Alya a encarou com braços cruzados. O bico irritado ainda no rosto.

— É, é cafeína demais! Eu fiquei acordada a madrugada inteira verificando o que você me pediu sobre o caso daquela sua amiga Marinette! - ela levantou o pasta apontando para os documentos. - Desculpa por só te retornar sobre isso agora, muitos casos acumulados. Você sabe. Na verdade, eu não tinha muita coisa pra fazer no caso da sua amiga, mas eu achei uma coisa estranha.

A feição de Alya mudou.

— O que? O que você descobriu? Foi você que me chamou aqui? - a encarou curiosa e agitada. Os olhos sobressaltados.

— Sim, fui eu. E calma! Depois sou eu que tomo café demais. - ela balançou a cabeça. - Vem, eu vou mostrar.

Alix virou, caminhando entre os policiais. Entrando em um corredor um pouco estreito, ela abriu a porta para uma sala espaçosa, com uma mesa central com iluminação embutida, aparelhagens e tecnologia das quais Alya não fazia a menor ideia para que serviam, se espalhavam organizadamente pelas mesas de canto. Assim como duas caixas empoeiradas estavam abertas com itens e provas desorganizadamente postos acima da mesa central.

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