- Vinte e Sete; Conexões -

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- Graham de Vanily. - sussurrou, aquele sobrenome não lhe era estranho.

Onde ela o havia ouvido? A resposta parecia estar na ponta da língua, mas a mente estava confusa demais para raciocinar.

Uma tentativa de homicídio contra Marinette era tudo o que ela menos esperava.

Precisava pensar e com cautela. A melhor amiga não poderia saber, não ainda. Aquilo a destruiria logo no momento em que mais estava feliz.

E Alya pegaria o desgraçado ou a desgraçada que ousou mexer com a Dupain-Cheng.

Alix observou os olhos raivosos da Césaire, que fechava as mãos em punho com força. Ela engoliu em seco, tendo a certeza de quem quer que tenha cometido aquele crime certamente já estava morto.

Alya tamborilou os dedos na mesa principal, pensativa. Alix ficou de frente para ela do outro lado da mesa, sentando-se em uma cadeira. Brincou com os nós dos dedos ansiosos, apenas esperando que a mulher falasse algo.

- Obrigada, Alix. - levantou o olhar para encará-la. - Você fez boa parte do trabalho. Eu vou ficar te devendo esse pro resto da vida.

- Que isso, Césaire. Eu só fiz o que precisava fazer e fiquei curiosa demais pra parar na metade. - ela sorriu leve, dando de ombros. - Mas ainda tem muito trabalho pela frente.

Alya desviou o olhar mais uma vez pensativa. Ela tinha muitas informações, precisava como se dá algum lugar.

- Me diz, o que tem mais aí sobre a bailarina do Royal?

- Não muita coisa. - suspirou olhando para o laptop. - A investigação corre em segredo de justiça até hoje pra evitar escândalos. Assim como foi o da Marinette. Nitidamente eles ainda não acharam o culpado.

- Eu preciso de tudo o que eles têm sobre esse caso.

- Posso dar um jeito. A polícia de Londres não vai fornecer informações de um caso restrito para nós. Não, com tanta facilidade. - ela pegou o celular começando a digitar algo que Alya não saberia dizer o que era. - Vou falar com o Max uma amigo meu que trabalha lá, acho que ele pode conseguir alguma coisa pra gente.

- Tem certeza que ele vai fornecer essas informações? - a caucasiana se espantou com a possibilidade.

Alix elevou as sobrancelhas como se não quisesse responder aquela pergunta. Alya suspirou.

- Ele me deve alguns favores. Então, eu acho que sim. - suspirou.

- Vai em frente. Só não sejam pegos trocando informações. Ok? - coçou a testa tentando pensar que aquilo daria certo e ninguém seria pego.

A de cabelos rosados bateu continência com um sorrisinho no rosto.

- O que você acha que pode achar? - a cientista perguntou apoiando os cotovelos na mesa.

- Não sei exatamente...talvez algum nome. Alguma coisa que ainda não vimos, ou até mais conexões entres os dois casos. - ela pareceu refletir.

Conexões.

A palavra rondou sua cabeça por segundos.

Duas bailarinas.

Grandes companhias de ballet.

As cordas cortadas.

Os holofotes.

Sabia que Marinette tinha ficha limpa e ninguém ia ter motivos para tentar matá-la, por dívidas ou drogas, ao algum tipo de envolvimento ilegal.

Obviamente não era por isso.

Era pessoal.

O motivo era pessoal! Uma bailarina que não podia dançar.

Quem quer que tenha feito aquilo não queria matar Marinette, queria ela fora dos palcos. Alguém provavelmente próximo a ela. Alguém que queria estar no lugar dela.

E fez isso em um grande espetáculo.

Muito provavelmente faria de novo. E Marinette esperava em perigo.

- Alix, precisa deixar essa investigação em segredo, ok?! - bateu as mãos na mesa quando saiu de seu transe, fazendo com que a mulher em sua frente se assustasse e arregalasse os olhos. - Não podemos confiar em ninguém aqui. Se a perícia alterou as provas, não sabemos se tem mais alguém envolvido nisso. Essa pode ser a nossa última chance de resolver o caso. Vou conversar com a Delegada pra reabrir o inquérito, mas ninguém além de nós deve saber por enquanto.

Alix mordeu o lábio inferior um tanto quanto reflexiva.

- Dentro da equipe da perícia é impossível. Toda a equipe foi trocada há um ano. E foi assim que eu vim pra cá.

Alya assentiu, batucando o pé no chão de maneira ansiosa.

- Precisamos achar essa tal Amelie Graham de Vanily. Vou olhar no sistema. - Alya pegou, procurou papel e caneta na mesa. Pondo-se a escrever todos os detalhes daquela investigação. - E se isso foi motivado por algo pessoal, precisamos saber quem de dentro da academia tem a ganhar com isso.

- Acha mesmo que era alguém dentro da companhia?

- Muito provável. Ela foi atacada tão diretamente no meio de uma apresentação em um teatro renomado. É simbólico. Quem fez isso queria deixar um recado. - ela falava sem olhar para Alix como se apenas pensasse alto.

- Isso realmente não tem como ficar pior. - a mulher jogou os cabelos rosas para trás.

- Alguma coisa me diz que isso ainda vai piorar. - levantou o olhar encarando os olhos azuis tão claros e preocupados de Alix.

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