- Onze; Lembranças -

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Adrien chegou em casa pouco tempo depois de conversar com Marinette. Despediu-se dos amigos dizendo que estava cansado. Ninguém discutiu a aparência abatida dele, barrando qualquer argumento que Chloé, Nino e Alya tivessem para fazê-lo ficar. A caucasiana já tinha uma ideia do motivo real daquela saída repentina.

Entrou no quarto, tirando a jaqueta e a camisa, jogando-os em cima da cômoda.

Caminhando para o banheiro com a finalidade de tomar uma ducha e relaxar, ele passou em frente ao grande guarda-roupas com um espelho no centro. Parou repentinamente e se observou no espelho; o abdômen definido tinha diferentes cicatrizes, algumas pequenas quase imperceptíveis, outras mais aparentes, mas uma sempre chamava sua atenção; a maior lesão que tinha, perto do tórax.

Delimitou com o dedos a pele no local da cicatriz hipertrófica, o levando de volta a dois anos atrás;

"Adrien acordou com uma luz cegante em seus olhos. Piscou diversas vezes, olhando para o lado, vendo uma enfermeira de meia idade verificando algo no monitor cardíaco.

Ela o olhou.

- Adrien, como você se sente? - a mulher de cabelos ruivos e curtos o questionou.

Retirou a máscara de oxigênio para responder.

- Com sede. - ela sorriu levemente e lhe ofereceu um copo de água, levantando com um controle a cama do loiro.

- Eu vou chamar sua médica. Volto já.

A mulher saiu do quarto, voltando minutos depois.

- Que bom que acordou, Adrien. Eu sou a Dra. Mylène Haprèle. - a mulher baixinha de olhos acastanhados fez alguns exames rápidos no jovem. - Você teve muita sorte, os estilhaços não fizeram grandes estragos; apenas pequenos cortes o maior e o mais profundo não atingiu nenhum órgão vital.

O loiro passou a mão pelo corpo sob a roupa hospitalar, sentindo um incômodo onde havia curativos.

- Mas você precisou passar por cirurgia. Foram muitos estilhaços e alguns muito pequenos.

- Quanto tempo eu apaguei?

- Por dois dias.

Adrien parou e pensou no motivo para estar ali. Uma enxurrada de flashes diferentes inundaram sua mente; a apresentação, o teatro, o holofote caindo, os gritos do público e Marinette desacordada.

Marinette...

- Onde está, Marinette? - ele tremeu levemente ao se lembrar do que tinha visto.

- Marinette? - a médica se virou em dúvida para a enfermeira.

- A mulher que deu entrada na emergência junto com ele.

- Ah, sim. Perdão! Marinette está bem. Viva, se é o que quer saber. Ela está no CTI.

- Eu posso vê-la?! - a voz saiu com firmeza. A cor voltava para sua pele, até então, tão pálida.

- Claro que pode. Só preciso fazer mais alguns exames e Sabrina vai te levar até lá. - ela apontou para enfermeira ruiva.

Momentos depois, Adrien se levantou recusando a cadeira de rodas que Sabrina havia lhe oferecido. Ela o apoiou o guiando até o CTI do hospital.

Pelo vidro, sem ainda entrar no quarto, ele visualizou Marinette, com uma máscara de oxigênio ainda desacordada. Não pode ver as pernas dela por estarem cobertas por um lençol hospitalar.

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