- Vinte e Dois; Banho -

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Adrien reparou que ela ainda usava as tradicionais roupas de ballet, a blusa transpassada e a saia fina rosada. Daquela vez não usava a meia calça escura. Ela parecia cansada demais e precisava de um banho.

- Marin. - ela o encarou com os olhos um pouco caídos de sono.

- Hm?

- Você precisa tirar essa roupa e tomar um banho. - disse calmamente sentando-se ao lado dela na ponta da cama.

- Mas os curativos vão molhar. - respondeu manhosa pela sonolência, tombando a cabeça para o lado e encostando-a no ombro dele.

O rapaz soltou uma risadinha.

- Não vão, eu prometo. Eu tive uma ideia. - virou para ela inclinando o corpo, passando um braço pela cintura e o outro pelas pernas.

- Adrien, eu posso andar sabia. - ela reclamou com um sorriso bobo quando ele fez menção em pegá-la no colo novamente.

- Eu sei, mas eu não quero que você se esforce tanto. - levantou pegando no colo o corpo pequeno da mestiça e ignorando todas as possíveis reclamações que Marinette pudesse fazer.

A carregou até o banheiro, pondo a sentada no vaso tampado. Pegou uma toalha de rosto pendurada ao lado da porta. Abriu a torneira molhando-a.

- Que tal um belo banho de gato, hein princesa?! - ele sorriu brincalhão.

A Dupain-Cheng riu fraco pelo cansaço.

- Um gatinho vai me dar um banho de gato, é isso?! - ela lembrou do antigo apelido que ela havia dado quando eram pequenos, quando Adrien era manhoso e minado como um gatinho.

- Com certeza. - ele se aproximou, soltando delicadamente os cabelos dela, que caíram como cascatas acima dos ombros cobrindo os seios.

Agachou com uma perna sobre os joelhos enquanto a outra permanecia dobrada como apoio.

Passou a toalha molhada na mão direita, seguindo para a esquerda devagar e com delicadeza. Adrien levantou as mangas da blusa para limpar a região.

Marinette pôs a mão sobre a dele parando-o.

- Espera. - pronunciou baixo, olhando nos olhos dele. O olhar desceu para o nó da blusa transpassada, desatando-o. O pano escorreu pelos ombros e ela retirou aquela peça de roupa. Permanecendo com a saia e possibilitando a visão do sutiã rosado de pano simples.

O rapaz suspirou.

- Se você estiver desconfortável e quiser fazer isso sozinha eu posso esperar no quarto. - ele temeu que ela não estivesse bem com aquela exposição, não depois de tanto tempo e nas condições em que estavam.

- Tá tudo bem, Adrien. Eu confio em você. - sorriu leve e tombou o corpo para trás, encostando as costas no reservatório de água. Soltou o ar relaxando aos poucos.

O aloirado olhou para ela encantado com o jeito em que ela ainda confiava nele de corpo e alma.

Continuou passando com leveza a toalha molhada na pele feminina, pelos braços, chegando aos ombros e pescoço.

Precisou levantar mais o corpo do chão e se aproximar. Molhou mais o pano e o espremeu tirando o excesso. Voltando-o para o busto da franco-chinesa.

Marinette suspirou quando sentiu o gelado da água tocando sua pele exposta.

Adrien afastou os fios preto-azulados do peito dela, jogando-os para trás dos ombros. Delimitou a região com a pequena toalha, chegando entre o vão dos seios. A Dupain-Cheng suspirou mais uma vez abrindo os olhos e encarando o Agreste tão concentrado em não fazer algum movimento brusco ou tocar algum lugar errado, sendo o mais carinhoso que podia.

Ela pensou novamente que não existia ninguém como ele. Sentiu o coração acelerar, mas não se importou se ele perceberia ou não pela proximidade. Ela o amava e não se importava se ele soubesse daquilo a cada batida de seu coração.

Mas Adrien não percebeu, descendo o pano pelo abdômen dela. Marinette riu pelo contando.

- Faz cosquinha, Adrien. - ele levantou o olhar achando graça na maneira em como ela retraía o corpo pelas cócegas.

- Eu sei, vou ser rápido. - pronunciou sorrindo.

E ele foi rápido, pedindo para que Marinette virasse o corpo, sentando-se de lado para que ele pudesse passar a toalha nas costas. A franco-chinesa o fez, puxando o cabelo para frente do corpo.

Calmamente ele umedeceu o local, passando pela nuca e descendo para a lombar. A Dupain-Cheng abriu o fecho do sutiã liberando toda a região.

Adrien se sentiu como um adolescente bobo quando o rosto esquentou. Ela era linda de qualquer jeito. Desceu o pano por toda a pele exposta com cuidado e quando terminou fechou o fecho do sutiã, com calma, para não deixá-la constrangida.

A mulher se virou novamente sentando-se de frente. Adrien se ajeitou, abaixando mais o corpo, para levar a toalha para as pernas, passando-a pela panturrilha, observando a cicatriz que ela tinha na região da perna esquerda. Passou o pano com leveza e carinho, como se ela fosse feita de porcelana e pudesse quebrar a qualquer momento.

Marinette desatou o nó da saia fina, ficando apenas com um short anágua que usava sempre abaixo das saias para ensaiar.

Adrien permaneceu concentrado subindo a toalha para a coxa, e descendo para a parte interna. A Dupain-Cheng suspirou pelo contato, ele sabia que ela era sensível naquela região e tratou de voltar o pano para a parte superior para que ela não pensasse na possibilidade dele a estar provocando no momento em que ela mais estava fragilizada.

O Agreste elevou o olhar vendo o peito de Marinette subir e descer compassadamente, relaxando. Os olhos fechados e a expressão tão tranquila revelaram que havia pegado no sono. Sentiu o corpo dela amolecer.

O rapaz levantou soltando a toalha em cima da pia. Virou para a franco-chinesa, pegando-a no colo devagar para que ela não acordasse.

Saiu do banheiro e andou até a cama dela, deitando-a de maneira confortável. A cobriu com uma manta branca grossa para que ela não sentisse frio.

Por minutos ele a observou dormir; o rosto delicado transmitia uma paz tão calorosa que o fez sorrir. Adrien sentou ao lado dela, acariciando a bochecha do rosto tombado para o lado onde ele estava. Delicadamente, ele afastou a franja dela e a viu sorrir, aquilo esquentou o coração.

Olhou para a janela observando a Lua cheia daquela madrugada fria, mas ainda assim tão quente para ele.

Levantou para não atrapalhar o sono de Marinette. Caminhou até a porta, talvez desse uma volta pela casa já que ele sentiu que não poderia dormir pelas altas emoções.

- Adrien...- ela o chamou sonolenta e fraca quando a porta foi aberta.

- Oi, princesa. - pronunciou baixo como um sussurro.

- Você vai embora? - ela se virou para ele.

- Não, meu amor. Eu nunca mais vou embora. Só não queria atrapalhar seu sono. - se aproximou parando na ponta da cama.

- Você não me atrapalha. Eu sempre durmo melhor com você.

Aquilo não era uma mentira. Ele sabia que desde os momentos mais difíceis com a partida da mãe, Marinette sempre o fez sentir parte de sua família.

Adrien sempre dormia melhor quando estava com ela. E naquela noite não seria diferente.

A Dupain-Cheng empurrou a manta para que ele deitasse ao seu lado. O Agreste tirou o casaco que usava soltando-o no chão. Deitou ao lado dela se cobrindo com o mesmo cobertor.

Marinette se aconchegou nele, tendo sua cintura abraçada pela mão quente de Adrien. Ele acariciou os cabelos dela, sentindo-a pegar no sono novamente quando a ouviu ressonar levemente.

Não muito depois, ele dormiu tão bem abraçado a ela, como não dormia há muito tempo.

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