Noite em claro

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O celular de Jimin toca, era Clara ligando, e seu coração que já estava apertado agora quase saía para fora de seu peito, ele estava muito aflito.

Jimin: - Alô!

Clara: - Jimin, você está bem? Eu tive um mau pressentimento, eu preciso vê-lo.

Jimin: - Sonhei com algo terrivel, confesso que estou apavorado.

Clara: - Eu irei até aí vê-lo.

Jimin: - Não, está muito tarde, é perigoso sair uma mulher sozinha essas horas, eu irei ao seu encontro. Me passe um endereço.

Clara concordou e passou o endereço da casa de Lea para Jimin.

Não demorou muito, a campainha tocou e Clara foi atender a porta. Assim que Jimin viu Clara ele a abraçou com muita força.

Clara: - Você está muito abalado, venha, vamos até o meu quarto, sei que Lea não se importará, lá você pode me contar com calma o que aconteceu.

Eles subiram e sentaram-se na cama.

Clara: - Agora, Ji, me conte o que aconteceu. Posso te chamar de Ji?

Jimin: - Claro, pode me chamar assim. Bem, eu tive dois sonhos, o primeiro foi perfeito, eu estava tão feliz. Sonhei que eu era alguém chamado Adrian, e você era Amelia, minha noiva...

Clara: - Espera, o quê?! Você era o Adrian?

Jimin: - Sim, por quê?

Clara: - Na minha regressão, eu me chamava Amelia e estava noiva de alguém chamado Adrian, e sim ele tinha a sua aparência. Agora eu tenho certeza Ji, você e eu tivemos uma história na nossa vida passada.

Jimin: - Deve ser por isso que eu a amo tanto, agora que sei que você é real, eu não consigo imaginar minha vida sem você.

Clara: - Eu sinto o mesmo!

Jimin continou contando sobre o sonho e Clara de vez em quando o pausava para comentar algo que sabia sobre isso. Tudo batia, Jimin contou sobre Yolanda, Lílian, Teodora (sua mãe) e Robert (seu melhor amigo).

Clara: - Sabe Ji, o Robert me dá arrepios, só de lembrar do rosto dele meus olhos enchem de lágrimas.

Nessa hora, Jimin apenas abraçou a amada e lhe deu um tapinha nas costas.

Jimin: - Foi isso que aconteceu no primeiro sonho.

Clara: - E o outro?

Ele fez silêncio por um tempo, agora que sabia que esses sonhos são na realidade memórias da vida passada dos dois, Jimin ficou receoso de contar sobre o segundo sonho para Clara. O sonho foi terrível, ele estava morrendo e foi seu melhor amigo quem atentou contra a sua vida. Se ele contasse isso para Clara, ela sofreria demais.

Jimin: - Bem, eu não quero falar dele agora. Agora eu quero aproveitar sua companhia.

Clara: - Não me esconda nada, está bem?

Jimin: - Fique tranquila, não é nada demais. Desculpe se eu lhe preocupei atoa.

Clara: - Mas você estava tão aflito, eu acordei no meio da noite preocupada contigo. Tem certeza que não foi nada demais?

Jimin: - Tenho, venha aqui.

E então, Clara se aproximou de Jimin e deitou-se sobre seu peito.

Jimin: - Acho que era disso que eu precisava, eu senti tanto a sua falta!

Clara: - Confesso que eu também estava morrendo de saudades.

Eles sequer perceberam que essa saudade era a saudade que Amelia e Adrian sentiam um do outro. Tudo estava misturado, os sentimentos do passado e do presente eram quase como uma coisa só.

Jimin: - Mas me conte mais sobre a sua vida. Onde vive? Me fale sobre sua família, amigos, conte-me tudo...

Clara: - Bom, eu vivo no Brasil. Minha família é pequena, sou filha única e tenho apenas três primos de ambos os lados da família, mas somos muito unidos tanto é que os considero como meus irmãos, inclusive foi com uma das minhas primas que me acidentei e passei a sonhar com você. Não tenho muitos amigos, minhas melhores amigas são a Greta que vive no Brasil e a Lea, que você já conheceu.

Jimin: - Mas e seus pais? Me desculpe perguntar.

Clara: - Não, tudo bem, infelizmente eles partiram cedo, mas eu fui muito amada por eles, se hoje em dia eu sou o que sou, é porque foram eles que me ensinaram a ser assim.

Jimin: - Tenho certeza que eles eram pessoas incríveis.

Clara: - Sim, eles eram! Agora me conte um pouco sobre você. Nossa, eu até me sinto envergonhada em perguntar, você é alguém famoso, mas como eu escolhi viver uma vida pacata para desenvolver meus dotes artísticos, eu acabei me afastando de certas coisas.

Jimin: - Não há mal nenhum nisso, não se culpe.

E então, Jimin contou um pouco sobre sua vida para Clara.

Clara: - Deve ter sido difícil, você se cobra tanto.

Jimin: - Sim, mas ao mesmo tempo eu me sinto muito abençoado, eu tenho pessoas incríveis ao meu lado. Os meninos fazem tudo parecer melhor.

Clara: - Vocês são lindos juntos, meu coração se encheu de alegria no momento que eu os conheci.

Os dois falavam um olhando para o outro, muitas vezes, Jimin se pegava olhando para os lábios de Clara, ele queria muito beijá-la, parecia que havia um impulso muito forte para que isso acontecesse, porém, ele não sabia se aquele era o momento certo.

Clara acariciava o rosto de Jimin, percorrendo os dedos por cada detalhe.

Logo, o quarto de Clara começou a ficar mais claro.

Clara: - Não acredito que já está amanhecendo, passamos a madrugada inteira conversando!

Jimin: - Eu nem vi o tempo passar, e sinceramente eu torci para que ele tivesse parado.

Clara: - Eu queria ter esse poder, assim que ficaria mais tempo ao seu lado.

Jimin: - É melhor eu ir, sua amiga logo irá acordar e acho que não será de bom tom ela se ver que eu estive aqui a madrugada inteira, e eu tenho que voltar antes que todos descubram, se é que já não descobriram.

Clara: - Não se preocupe com a Lea, tenho certeza que ela não se importará. Mas quanto aos seus irmãos, eu não posso dizer nada. Então é melhor eu deixar você ir.

Jimin: - Vou indo então, não precisa se levantar. Durma um pouco.

Ele levantou e já tinha passado da porta, porém, algo parecia estar o segurando.

Ele voltou rapidamente, e então surpreendeu Clara, dando-lhe um selinho demorado, e saiu sorrindo antes que pudesse ver a reação da amada.

𝓓𝓮𝓳𝓪 𝓿𝓾 | 𝒫𝒶𝓇𝓀 𝒥𝒾𝓂𝒾𝓃Onde histórias criam vida. Descubra agora