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Winter's pov:

"A vida é mesmo extraordinária. Às vezes, ela segue por direções que não poderiamos nunca imaginar."

Naqueles poucos dias na casa do lago, nós lidamos com nossas questões pessoais. Nós enfrentamos nossos problemas.

Eu ainda fico impressionada com o fato de Jimin ter me ajudado a compreender minhas cicatrizes. Passei muito tempo fingindo que elas não existiam, e ela me ajudou a me abrir de um jeito que jamais achei que fosse possível. E isso foi maravilhoso. Ela parou a vida dela para me ajudar a enfrentar a minha e, quando ela precisar, eu farei o mesmo por ela. 

Na terça-feira a tarde, estamos de volta à Seul. O clima tem melhorado com o início da primavera. No céu, o sol brilha com intensidade, invadindo por entre os edifícios, banhando cada centímetro da cidade.

— O que você acha? — Pergunto a Jimin, parada em frente ao edifício onde moro. Ela fez questão de me trazer em casa. — Acha que está pronta para a retomada do trabalho como curadora amanhã?

— Não sei — ela responde. — Mas espero que sim.

— Eu também. — Olho em volta e sorrio para ela. — Isso me lembra que vamos começar a trabalhar diretamente com a professora Kang no próximo projeto da galeria. Espero que ela goste do meu trabalho assim como o professor Park. 

— Tenho certeza que ela vai — Ela diz, se aproximando e colocando suas mãos em minha cintura. — Vou tentar pintar algo novo hoje à noite, enquanto lembro da nossa viagem.

— Então você está inspirada? — Pergunto. Ela não mencionou nada do gênero desde a tarde em que fizemos arte com balões de tintas, por isso fico feliz por ouvi-la falar disso.

— Acho que estou. Mas não é muito importante.

— É muito importante, sim — discordo.

— Bem, minha mãe disse que queria me ver assim que eu chegasse a Seul. Ligo para você mais tarde? Caso contrário, nos vemos amanhã.

— Tudo bem. — Digo, mas uma coisa ainda está martelando em minha mente. — Por falar nisso, você acha que sua mãe sabe sobre nós? 

Jimin dá de ombros. 

— Provavelmente.

— Bom — digo, me afastando um pouco. — Foi bom passar o final de semana com você. Vou me matar agora.

— Minjeong… — ela sorri, puxando-me contra seu corpo e beijando meus lábios de forma casta. — Preciso ir agora, mas saiba que estou fazendo isso contra a vontade. 

Beijo-a de novo, adorando seu gosto.

— Tente pintar um pouco. Quero ver tudo o que você conseguir criar

— Vou ver o que posso fazer. — Ela ainda está sorrindo. — Ah! Isto é para você. — Ela abre a porta traseira do carro e me entrega a tela que pintei durante os finais de tarde na casa do lago. — Assim você também pode adicionar essa a sua exposição. 

Sorrio.

— Você realmente não desiste dessa ideia.

Ao observá-la caminhar em direção ao carro, meu sorriso se alarga. Fico ainda mais apaixonada por Yoo Jimin nesse momento.

[…]

Os dias seguintes são como um sonho. Jimin está se abrindo de formas que eu não fazia ideia serem possíveis, algo que ela não fazia desde a morte de Somi. Sempre que nós nos encontramos, ficamos confortáveis na presença uma da outra. Por vezes ela me pede para encontrá-la em seu escritório para roubar alguns beijos. 

Art and Soul - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora