Ana narrando
Andando pelos corredores percebi que o policial que fica em frente a cela de Lucas não estava ali, e agora como irei entrar lá dentro?, segui e parei em frente a cela de Lucas, a chave da cela estava pendurada no cadeado, mas será que eles podem deixar a chave assim, destravei o cadeado, entrei para dentro, e vi que Lucas estava dormindo, deveria estar tirando o cochilo da tarde né, me aproximei de sua cama, e ele estava tão sereno dormindo dava nem vontade de acordar, mas preciso da minha consulta de hoje, então me sentei na beira da cama e passei minha mão pelo seus cabelos, fui fazendo carinho até ele acordar, ele foi despertando aos poucos e quando me viu sorriu, um sorriso lindo de tirar o fôlego, retribui o sorriso me levantei e me sentei na cadeira que ficava ali para nossas consultas, esperei ele se arrumar.
-pensei que não viria hoje- disse ele
-estava com dor de cabeça essa manhã-falei o olhando
-sentiu minha falta-perguntei
-claro que não, sentir sua falta?-falou rindo
-claro, você não iria sentir minha falta-falei
-não- respondeu seco
-bom eu estive pensando, não quero mais fazer minhas consultas aqui dentro, é muito preso ,gosto de ar puro, então por isso pensei em fazer nossas consultas lá fora o que acha?- falei para ele que me olhou surpreso
-se-sério isso?-ele perguntou gaguejando
-é claro, mas só se você quiser- disse
- eu quero sim, não aguento mais ficar aqui dentro!- respondeu
QDT( no jardim )
-bom agora que estamos aqui vamos começar-falei
-você tem algum tipo de pesadelo a noite Lucas?-perguntei e ele ficou apreensivo
-pode dizer não vou te julgar, só quero saber-falei passando segurança a ele
-eu tenho pesadelos a noite sim, alguns são leves, outros nem tanto-respondeu de cabeça baixa
-entendi-falei
-o que geralmente ocorre nesses pesadelos?-perguntei curiosa
-não te interessa-respondeu ríspido
-Ok não pergunto mais- disse sem graça
-olha eu sei que é seu trabalho me perguntar essas coisas ,mas não gosto de responder, e nem quero que você saiba da minha vida entendeu-falou com raiva
-vamos mudar de assunto então, me diz o que você comeu hoje no almoço?-perguntei simples
-lasanha-disse com brilho nos olhos
-você não come coisas legais aqui no hospício não?-perguntei
-doutora você gosta de muita pergunta né, por que não conversa normalmente?-disse me desafiando
-mas respondendo sua pergunta, não como nada de legal aqui, apenas sopa, legumes, arroz e feijão e bife, esse e o cardápio de sempre, nem uma bolacha recheada eu como aqui, os outros comem em dia de visita os parentes trazem- falou a última parte meio triste
-entendi-fiquei sem palavras, bom eu tinha outra pergunta em mente, mas acho que ele não vai responder, acho que vou jogar verde
-Lucas nunca vi você fala sobre algum parente seu!-disse curiosa mas não deixei transparecer
-e nem quero, sei que está jogando uma verde pra cima de mim-falou afirmativo
-assim fica difícil ne Lucas- falei
-porque não me diz sobre você enquanto a gente caminha?-falou normal
-seria bom-ele pegou minha mão e senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo, é como se eu já tivesse sentido aquele toque antes, mas deixei pra lá e fui andando
QDT( no quarto de volta)
Assim que voltamos para o quarto dele, tinha uma senhora de uns 60 anos sentada na cama dele
-meu menino que bom que chegou-abraçou ele que sorria
-esmeralda o que faz aqui, ainda não é o horário de nenhuma refeição- disse calmo
-eu vim avisar que ela está aqui, te esperando no jardim- falou olhando pra ele, que mudou sua feição de feliz para um olhar de dor e raiva junto
-mande-a embora não tenho nada pra falar com ela- respondeu grosso
-ok já estou indo- disse esmeralda
Eu ali presenciando tudo, vi que Lucas começou ter uma falta de ar, ele puxava o ar e não conseguia, logo vi que era por causa dessa mulher que o esperava no jardim, quem será que e ela tem que Lucas não a suporta, me aproximei dele, peguei em sua mão e sentei ele na cama
-olhe pra mim Lucas!-disse puxando o rosto dele
-n-não con-consigo respirar Ana- falou sem ar
-calma olha pra mim, e respira junto comigo ok-falei calma
Peguei a mão dele e coloquei no meu coração, e a minha no dele encostamos nossas testas e fomos trabalhando a respiração, logo ele conseguia respirar
-obrigada doutora- disse sorrindo pra mim
-de nada, está melhor agora, deite-se e durma que pedirei para esmeralda trazer uma coisa mais tarde para você tá, espero que você goste-disse sorrindo e ajudando ele a se deitar
-o que seria isso que você vai mandar?- perguntou
-você vai ver-falei
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Meu Paciente
Teen FictionAna após concluir sua faculdade de psicologia, foi chamada para trabalhar em uma das maiores clinicas de Los Angeles. Mal sabia ela que após ser enviada a um trabalho no hospício, além de ajudar seu paciente e estar exercendo sua profissão na qual m...