ME DIZ VOCÊ (REVISADO)

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Depois de várias risadas e conversas idiotas dentro do carro paramos em frente a uma casa, pessoas sentadas na varanda conversando, outras se pegando e algumas fumando. Desci do carro parando na calçada esperando a Katrina descer, assim que ela parou do meu lado cruzei nossos braços e ela me olhou sorrindo. Algumas pessoas que estavam na varanda começaram a encarar a gente, logo dois caras surgiram da lateral da casa, eles olhavam fixamente para nós duas. Me deu um leve arrepio que ia da sola do meu pé até a minha espinha, algo estava me dizendo que não era bom estarmos ali. Mas logo a minha atenção foi retomada com o Oscar me chamando.

—Ei? -Me abaixei na altura da janela do carro.

—Nós vamos buscar algumas pessoas, é bem rápido. Vão entrando a gente se vê lá dentro.

—Não demora tá? Não quero ficar aqui sozinha em um lugar que eu não conheço. -Ele concordou com a cabeça e deu partida no carro.

Puxei a Kat e fomos entrando na casa, ela estava apreensiva igual a mim, talvez até mais já que o seu corpo estava totalmente travado. Parecia que tinha algo muito errado ali, mas Oscar não iria trazer a gente e principalmente deixar a gente sozinhas se não confiasse. Fomos para a parte das bebidas e pegamos copos, Kat pegou cerveja e eu peguei whisky. Nunca gostei de beber cerveja, mas whisky é muito forte, então só fiquei dando pequenos golinhos, quero me manter sóbria.

—Eles estão demorando né? -Kat virou pra mim.

—Um pouco, não gostei desse lugar. -Respondi ela.

—Vamos esperar lá fora, parece que a gente tá chamando atenção demais aqui. -Passei o meu olhar pela casa e muitas pessoas encaravam a gente.

—Vamos! -Ela segurou a minha mão.

Fomos barradas na hora que íamos passar pela porta da frente, quatro caras altos, tatuados, com um olhar de que não tinha coisas boas a oferecer, mas em seus rostos carregavam sorrisos maliciosos. Segurei o braço da Katrina fazendo ela ir para trás de mim, aconteça o que acontecer não vão encostar na Kat. Fechei os meus olhos por breves segundo tentando controlar a minha respiração. Ao encostar na cintura da Kat senti algo gelado fazendo toda a minha atenção ser atraída para lá, reparei bem e vi que ela estava armada. Mas que porra é essa? Antes de tirar minhas conclusões eu precisava tirar a gente daquela casa. Voltei a atenção para os homens na minha frente tentando manter a calma.

—Será que dá pra dar licença? Por favor. -Eles se olharam dando umas risadinhas.

—Já vão embora gatinhas? -Ele passou a mão no meu rosto.

—Não me toca! -Empurrei a mão dele.

—Agressiva. Gosto assim! -Ele mordeu o lábio.

—Deixa a gente passar cara. -Kat disse tentando passar na minha frente mas eu a empurrei para trás novamente.

—Vão me fazer companhia essa noite. -Ele deu um sorriso e me puxou pelo braço.

Tentei empurrar o mesmo, mas em vão, já que o mesmo tinha o dobro da minha força e da minha altura. Ele passou a mão pela minha bunda apertando, comecei a gritar e a única coisa que eu queria era sair dali. Ele segurou o meu rosto virando na direção da Kat que era segurada por dois caras, ela me olhava com medo. Naquele momento eu não senti medo por mim, ver o olhar de desespero da Kat me quebrou e eu não me importava se acontecesse algo comigo. E a única que eu senti log em seguida foi a língua daquele homem passando pelo meu pescoço e indo para minha boca. Fechei meus olhos pedindo para que algo acontecesse e minhas suplicações foram ouvidas, no mesmo momento senti meu corpo chocando contra chão e o homem voando para longe de mim. Levantei o olhar e vi Oscar parado na minha frente, me estendendo a mão.

Os donos da rua | OSCAR DIAZ Onde histórias criam vida. Descubra agora