NÃO SE PODE FUGIR (REVISADO)

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Já tinha se passado metade do dia, Kat e eu já tínhamos voltado para casa e depois acabamos voltando novamente para a casa do Oscar. Kat já vivia lá praticamente e comigo agora era só mais um motivo pra não sair. Além de ser final de semana, não tinha nada pra fazer além de encher o saco dos meninos. Brad e ela se resolveram, mesmo ela falando novamente que não gostava do Brad quando estava assim e fazendo ele pedir desculpas. Inclusive ainda não tive oportunidade pra falar com ela sobre a arma, mas eu sei que ela também não está dando uma brecha.

Estávamos sentados na sala assistindo televisão quando um dos amigos do Oscar entrou correndo pela porta da frente, ele entrou praticamente se jogando no chão e no mesmo momento só senti Oscar me puxando para o chão. Ele me abraçou e os barulhos começaram a entrar pelos meus ouvidos, as janelas foram quebradas, paredes tinham sido furadas. Demorou uns 10 segundos para o Oscar se levantar, foi até a estante e tirou a arma de lá. Saiu para fora da casa com ela em mãos, mas já não tinha mais ninguém. Eu continuava deitada do mesmo jeito, em estado de choque, levantei meu olhar vendo o Brad procurando se a Kat tinha se machucado. Oscar voltou para dentro de casa olhando para mim.

—Você tá bem? Ruby, você tá bem? -Eu o encarava travada e ele veio segurando o meu rosto.

—Eu estou bem. Você se machucou?

Antes mesmo de me responder ele foi até o homem que até então entrou correndo na casa. O homem parecia extremamente assustado, estava com alguns machucados pelo rosto e pelo corpo. Oscar esperou ele se levantar e foi indo pra cima dele apontando a arma em sua cabeça. E lá estava novamente o lado do Spooky aparecendo, mas eu nem estava se quer preocupada com isso.

—Você tá louco de trazer eles pra cá? PORRA!

—Spooky, desculpa. Eu não tive opção irmão. -O homem disse com os olhos cheios de lágrimas.

—Quem são aqueles? -Ele tirou a arma da cabeça do homem.

—O cara que você deu um tiro mano. Eles me ameaçaram por causa do que você fez cara, tudo isso por essa piranha. -Oscar deu aquela respirada funda antes de soltar um soco no rosto do homem.

Me aproximei dele puxando ele para perto de mim e puxando o seu rosto na minha direção. Olhei para o seu corpo e não tinha machucados, ele percebeu que novamente estava me assustando e selou nossos lábios dando um sorriso de leve.

—Então os caras estão atrás de mim e da Katrina ou do Oscar e do Brad? -Me virei perguntando para o homem.

—Dos quatro. -Ele passou a mão no rosto.

— Que merda! -Passei a mão na minha cabeça.

—Brad, fica com as meninas. -Brad concordou com a cabeça.

—Onde você vai? -Puxei ele.

—Vou resolver isso. Fica aqui! -Ele saiu andando mas antes de passar pela porta ele me olhou.

—Só volta pra casa, tá bom? -Eu sorri limpando a lágrima que desceu pelo meu rosto.

Ele saiu e eu senti meu coração se apertando, era como se algo ruim fosse acontecer e eu já soubesse disso. Já tinha se passado horas e nada dele voltar, eu estava sentada no sofá olhando pra porta fixamente e pedindo para que quando fosse aberta, fosse ele com aquele sorriso e dizendo que estava tudo bem. E quando a porta abriu não era ele que estava passando por ela, mas outro cara que eu nunca tinha visto. Um garoto, cabelo raspado igual o do Oscar, as tatuagens parecidas. Ele estava com uma calça preta, uma camiseta grande branca, um casaco e uma mochila nas costas. Assim que ele me viu franziu a testa e eu me levantei assustada. Que não seja outro deles, ecoou na minha mente.

Os donos da rua | OSCAR DIAZ Onde histórias criam vida. Descubra agora