3 meses se passaram e pense em meses extremamente longos. Mas foram meses bastante agitados, onde eu tive que me infiltrar em diversas situações que eu pensei que iria morrer. E fato da Cuchillos ter botado minha cabeça a prêmio complicou bastante a minha vida. Os Profetas começaram a confiar mais em mim quando comecei a fazer os trabalhos, eu nunca imaginei na minha vida que atiraria em alguém, mas logo peguei a prática e diria até que me tornei uma das melhores. Fazendo até mesmo o chefe geral dos Profetas me procurar, tudo estava indo de acordo com o plano. Eu tinha muitos Profetas nas minhas mãos e o filho do chefe era o principal. Black se tornou um alvo muito fácil na primeira semana, logo ele estava lambendo o chão por onde eu pisava. Ele me ajudou com as aulas de luta, tiro e negociações, me ajudou com os planos de vendas de drogas, armas e todas as outras coisas que eles vendem.
Eu tive que fazer muitas coisas para ser aceita por eles, provar minha lealdade diversas vezes. Falar com a Cuchillos se tornava algo quase impossível, no primeiro mês eles me vigiaram como uns gaviões. Talvez o chefe poderia pensar que tudo isso era uma cilada, então um celular que a Cuchillos me passou acabou me ajudando bastante. Sobre a informação do marido da Cuchillos eu já tinha descoberto que ele estava aqui no primeiro mês. Mas não fui liberada do serviço e o engraçado da história está aqui. Acho que o maridinho da Cuchillos cansou de governar os Santos com a esposa do lado e decidiu criar a gangue rival. Assim surgiram os Profetas e quando eu descobri eu xinguei tanto mentalmente esse cara. Cuchillos deu risada e me pediu pra ficar de olho e que iria me avisar as novas ordens.
Eu estou sentada na mesa terminando de comer para ir em uma festa com o Black. Pelo que ele me disse é uma festa onde todas as gangues são proibidas de brigarem, uma festa meio que para tentar uma trégua, mas ele disse que nunca deu certo e provavelmente não daria. Eu sinceramente, estou muito nervosa, vai ser a primeira vez que eu vou ver o Oscar e o restante do pessoal. Senti uma mão nas minhas costas e virei encarando sabendo que era o Black. Ele se curvou e selou nossos lábios, ele já estava pronto, usava um terno, despojado na real. Ele não usava gravata e a blusa estava meio aberta, deixando ele levemente sexy. Mas não muda o fato que ele ainda me enoja e saber que talvez eu teria que aguentar isso por tanto tempo me dava vontade de vomitar.
—Vai se vestir, baby. Temos que sair! -Ah, o controlador. Isso nunca mudou.
—Já estou indo. O que acha de vermelho? -Sorri pra ele.
—Combina com você. -Ele selou novamente nossos lábios.
Suas mãos passou pelo meu corpo e eu sabia exatamente o que ele queria, mas eu me afastei sorrindo e fui para o quarto me vestir. Black é muito controlador e o que fez ele se encantar é que a única que não dava obediência à ele era eu. Ele sempre disse que eu o deixava louco e que eu era única, mau sabe ele que os meus pensamentos sempre esteve em outra pessoa. Coloquei o vestido vermelho que eu tinha comprado uns 2 dias atrás, ele era longo e tinha uma fenda na perna, alças bem finas e ele destacava bem os meus seios. Coloquei um salto preto, um colar de pedrinhas brilhantes e prendi meu cabelo em um coque, ele estava com alguns cachos que eu já tinha feito, então tudo se encaixava. Peguei minha bolsa e conferi se estava com a minha arma e as coisas que eu iria precisar. Minha maquiagem já estava pronta, então só voltei para a sala e o Black estava lá me esperando.
—Você está linda! -Ele se levantou.
—Você me olha como se já estivesse se acostumado em me ver assim. -Ele sorriu.
—É que você é linda todos os dias, independente de qualquer roupa que você esteja usando. -Confesso que elogiar uma mulher ele sabe pelo menos.
Saímos para fora e um carro que provavelmente foi mandado pelo pai dele estava nos esperando, ele abriu a porta e eu entrei. Não demorou muito e estávamos parados na porta da mansão. Ele me entregou uma máscara preta, com algumas pedrinhas, era linda. Desci do carro, ele estendeu o braço e eu segurei, logo ele começou a me guiar até a entrada. Pela quantidade de carros nós deveríamos ser uns dos últimos a chegar, ao passar pela portaria era como se todos estivessem parado e se concentrado em nós. Meus estômago estava literalmente embrulhado e meu coração acelerado.
—Isso tudo são os Profetas e os Santos? -Sussurrei no ouvido dele.
—Tem diversas outras gangues, algumas mais pequenas e a máfia está aqui também. Então é bastante gente. -Descemos as escadas.
—E por qual motivo estão todos encarando a gente? -Ele puxou a cadeira e eu me sentei.
Ele se aproximou do meu ouvido e colocou uma mecha do meu cabelo atrás, selou nossos lábios e sussurrou no meu ouvido.
—Acho que não estão nos encarando, estão olhando para você. Eu vou ir falar com o meu pai. -Ele saiu.
Abaixei minha cabeça e respirei fundo sabendo que essa noite poderia ser um inferno. Quando levantei meu olhar percebi na mesa da frente pessoas me encarando e não demorou muito para eu perceber quem eles eram. Passei o olhar para cada um deles e parou no César que estava sorrindo pra mim, sorri de volta e meus olhos estavam marejados. Ele ia se levantar mas o Oscar o segurou pelo braço. Katrina me encarava e também sorriu, a única pessoa que mal olhava pra mim era o Oscar e eu entendo o lado dele.
...
Eu já tinha tomado algumas doses pra aguentar os discursos idiotas dessas pessoas. Black parecia nervoso, parecia que algo ia acontecer, ele estava agitado. Quando ele ia se levantar eu puxei ele e ele me encarou.
—O que vai acontecer? -Ele balançou a cabeça.
—Está falando do quê? -Dei risada.
—Tá me achando com cara de idiota? Fala logo caralho. -Ele passou a mão no meu rosto.
—Acha mesmo que eu não sabia do seu plano? -Meu corpo congelou.
—Que plano? -Ele sorriu, mas dessa vez não era um sorriso carinhoso.
—Tá me achando com cara de idiota? -Eu dei risada.
—Então você sabe... Demorou em. -Mordi meu lábio.
—Você é boa, mas estava tudo de acordo com o meu plano, bobinha. Espero que tenha se divertido, porque hoje é seu último dia aqui. -Ele terminou de falar.
Eu senti o cano gelado da arma que estava na minha cintura e a única coisa que eu fiz foi virar o meu olhar para o Oscar e sorri... Então é assim que tudo vai acabar. Desde o início eu disse, tudo por você Oscar. E eu vou morrer sem nem poder te explicar, eu sinto muito. Você é literalmente o cara que eu queria me casar... Ele me encarou e eu fechei meus olhos respirando fundo.
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Os donos da rua | OSCAR DIAZ
RomanceRuby se mudou recentemente para a cidade de Los Angeles, depois da morte de sua mãe em um acidente de carro. Os problemas psicológicos com o pai a cada dia a deixa mais para baixo e até mesmo sem ânimo para viver. Mas algo torna maior quando ela con...