Paramos em frente a uma casa, ela era enorme, uma verdadeira mansão. Felipe estendeu a mão me ajudando a descer da moto logo em seguida descendo também. Ele pegou meu capacete e tirou a mochila das minhas costas, ele deu um sorriso fraco e colocou a mão em minhas costas me guiando pelo caminho da entrada. Eu não tinha ideia que ele era tão bom de condições assim, ele faz o tipo mesmo.
—Eu esqueci de perguntar. Sua mãe não vai se importar? -Ele sorriu passando a mão no cabelo.
—Ela passa mais tempo viajando do que aqui e aqui é minha casa. Minha mãe mora em um apartamento no centro.
Ele abriu a porta e por dentro era ainda mais linda, uma decoração incrível, tudo tinha um padrão de cores neutras. Provavelmente a decoração não foi feita por ele, só pelo fato da quantidade de quadros que tinha. A sala era muito espaçosa, com um sofá imenso e uma televisão maior que a parede do meu antigo quarto. Ele colocou minha mochila em cima do sofá e uma mulher apareceu na sala o cumprimentando.
—Amália, ainda tá aqui? Eu já te liberei, vai pra casa, na real, já está tarde. Fala pro Doug te levar pra casa. -Ela sorriu.
—Obrigada, Felipe. Deixei o jantar no forno caso ainda queiram comer. -Ela saiu logo em seguida.
Ele se jogou no sofá e eu me sentei em uma poltrona, me aconchegando e terminando de olhar em volta. Peguei o meu celular e tinha mensagens da Katrina e da tia tentando entender o motivo de eu estar saindo de casa. Mas resolvi não responder por agora e focar no que estava ali na minha frente. Eu nunca tinha reparado totalmente no Felipe, ele era lindo daquele jeito. Fora das aulas ele tinha um estilo despojado, a jaqueta de couro dava um toque que eu nem conseguia explicar. O cabelo meio bagunçado pelo vento da moto e o rosto um pouco rosado pelo frio que estava fazendo. Ele me pegou o encarando e eu desviei o olhar, só ouvi um sorriso abafado. Logo em seguida ele jogou uma almofada em mim.
—Ei, idiota! -Dei risada.
—Me conta, por qual motivo me ligou e quis vim pra cá? -Ele se sentou.
—Eu... Droga! -Passei a mão no cabelo.
—Se não quiser contar, tá tudo bem. -Ele se levantou.
—Eu só ouvi uma conversa da minha amiga com o namorado dela e fiquei chateada. Ai lembrei que eu tenho um amigo. -Sorri.
—Verdade, um ótimo amigo. -Ele piscou.
—Só não queria ficar em casa.
—Que tal sairmos? Podemos ir em uma balada que tem por aqui. -Eu encarei ele confusa.
—Eu nem trouxe uma roupa... -Ele me levantou.
—Tem umas roupas da minha mãe aqui, serve em você. Sobe as escadas é o segundo quarto da direita, vou ir comer de novo, você quer? -Neguei com a cabeça indo para as escadas.
Entrei no quarto e era praticamente uma suíte, era enorme. Fui até o closet e dei risada comigo mesma: "umas roupas", tem o guarda-roupa inteiro da mulher aqui. Peguei um vestido vermelho que ia ficar colado no meu corpo, um salto preto e algumas maquiagens que estavam lá. Fui para o banheiro e comecei a me arrumar, tinha até um babyliss, o que ajudou muito já que meu cabelo estava alto por conta da moto. Me olhei no espelho só averiguando se eu esqueci de alguma coisa e por alguns segundos eu tentei me lembrar o motivo de estar tão chateada. Eu sei quem eu sou, não preciso me acabar por uma garota que está falando que eu me perdi. Eu só sei o meu valor e eu me conheço melhor que ninguém, então não existe motivos para estar tão chateada.
Desci as escadas e o Felipe estava assistindo esperando, ele tinha tomado banho e trocado de roupa. Estava com uma calça jeans escura, uma camiseta branca e um tênis branco da nike. O cabelo dele estava meio molhado o que fazia ele ser levemente mais sexy. Ao me ouvir descendo as escadas ele me olhou, aquele olhar que vai de cima até em baixo. Quando seu olhar voltou para os meus olhos ele me olhou sorrindo e se levantou me estendendo a mão me ajudando a terminar de descer as escadas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os donos da rua | OSCAR DIAZ
RomanceRuby se mudou recentemente para a cidade de Los Angeles, depois da morte de sua mãe em um acidente de carro. Os problemas psicológicos com o pai a cada dia a deixa mais para baixo e até mesmo sem ânimo para viver. Mas algo torna maior quando ela con...