EU TE AMO (REVISADO)

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Acordei com o corpo todo dolorido de ter dormido no sofá do quarto, olhei pela janela e o dia já estava quase amanhecendo, com certeza eu estou ferrada para treinar hoje. César não estava no quarto, peguei uma toalha e fui tomar um banho, já que eu acordei meio soada com o calor. No meio do banho escutei a porta do quarto abrindo, me enrolei na toalha pra ver quem era e era o Felipe. Encarei ele que se jogou na cama e ficou de olhos fechados por alguns segundos como se estivesse pensando no que iria falar.

—Bater na porta é educação sabia? -Ele me encarou dando um sorriso fraco.

—Eu conheci a Emy em uma festa da minha família. Nós nos aproximamos muito e nos tornamos bons amigos, teve uma época que namoramos porque confundimos as coisas e depois voltamos a ser amigos. -Continuei encarando ele.

—Só isso?

—Sim! -Ele cruzou os braços.

—Ia cair a língua se falasse isso? -Ele me puxou me abraçando.

—Me desculpa. Fui idiota!

Me abaixei dando um beijo em seu pescoço, ele me puxou selando nossos lábios. Me soltei dele dando alguns sorrisinhos bobos. Ele me puxou novamente o que me fez cair em cima dele na cama e fazendo a gente dar risada.

—Ruby? -César chegou.

Pulei da cama me enrolando na toalha direito e correndo para o banheiro, terminei o banho, coloquei minha roupa e sai do banheiro. César tava jogado no sofá e Felipe já tinha saído. Me joguei na cama pegando meu celular e olhando as mensagens, tinha umas do Oscar pedindo desculpas por ter que desligar.Que merda eu fiz? Me levantei indo até a varanda e fechando a porta, me sentei e liguei para ele que demorou um pouco mais atendeu. Escutei a respiração dele e um completo silêncio, meu estômago estava meio embrulhado e eu estava nervosa com medo de ter feito algo muito ruim. Minha cabeça acordou confusa, acho que bebi demais e não me lembro do final da noite.

—O que aconteceu? -Puxei assunto.

—Você não lembra?

—Não... Me desculpa se eu disse algo que... -Ele me cortou.

—É melhor assim, se cuida Ruby.

—Espera... -Ele desligou.

Que droga! Fiquei sentada durante uns 15 minutos tentando me lembrar o que tinha acontecido, mas nada vinha na minha cabeça o que me fazia ficar cada vez mais brava.

—Vamos sair? -César apareceu do meu lado.

—Eu vou ter que ensaiar daqui a pouco. Amanhã já é a apresentação! Mas a noite nós vamos. -Me levantei voltando para o quarto.

—Eu vou com você ou fico por aqui?

—Vai comigo para o ensaio e tudo mais. Depois do ensaio saímos pra almoçar e dar uma volta, depois voltamos eu ensaio novamente e a noite estamos livres. -Me joguei na cama.

—Certo!

—Oscar falou alguma coisa de mim pra você? -Ele me encarou.

—Ele disse que você ligou ontem.

—Eu disse alguma coisa? -Encarei ele.

—Ele não me disse. Só pediu pra cuidar de você e que era hora de deixar você ir. E que se eu deixar você beber de novo ele vai me matar. -Ele sorriu leve.

Então era isso, eu provavelmente devo ter dito algo que machucou ele e ele não quer estar por perto mais. Preciso ocupar minha cabeça ou dormir e nesse momento, voltar a dormir é a melhor decisão.

...

Já era hora do almoço, eu treinei a parte da manhã inteira, estou exausta. Felipe e eu conversamos e terminamos de resolver alguns erros da dança e estava tudo certo até o momento. Me levantei pegando a minha bolsa e puxando o César pra almoçar. Infelizmente a Emy ia ter que ir junto por conta que era apenas uma reserva para nós 4, então voltamos para o hotel e fomos para o restaurante. Eu estava em completo silêncio, não queria falar com ninguém, Felipe também estava distraído, o que me ajudava a não conversar. Emy ficava puxando assunto com o César que só ficava no celular e pouco se importava. Só começou a prestar atenção quando nos sentamos e começamos a comer.

—Como tá o Spooky? -Ela perguntou.

—Ele tá bem. -César respondeu me olhando.

—Fico feliz. Sempre desejei o melhor pra ele, é uma ótima pessoa. -Ela sorriu.

—Pois é. -César respondeu com certa indiferença, eu diria.

Acabamos de comer e eu fui para o quarto tomar um banho para sair, César ficou lá em baixo me esperando, então o banho foi bem rápido. Coloquei uma calça moletom folgada e uma camiseta folgada também. Peguei um óculos de sol e o meu celular e fui saindo quarto até que bati de frente com a Emy. Ela me olhou de cima em baixo e deu risada, eu preferi nem dar moral seguindo meu caminho. Mas ela sempre da um jeito de chamar a atenção.

—Ouvi sua conversa com o Spooky ontem. -Me virei em sua direção.

—E o que tem? -Ela se aproximou de mim.

—Você tá enganando o Felipe. Ele é uma pessoa boa, ele é um homem bom e ele gosta de você. Mas ontem ouvindo aquela conversa, você me provou que não ama ele, você ama o Spooky.

—Não tem como você saber. -Ela me cortou.

—Ruby, o Felipe estava no quarto ao lado do seu mas você acabou ligando para o Spooky. Olha, só não destrói o Felipe, eu não quero ver ele machucado.

—Eu não vou... -Ela concordou.

—Aliás, não sou sua amiga. Só tô protegendo o Felipe! -Eu sorri concordando e ela saiu.

Por um lado ela tem razão. Eu amo o Oscar, isso está na cara, mas também gosto do Felipe. Eu nunca iria enganar ele assim, até mesmo porque brincar com alguém é ridículo. Peguei o elevador e cheguei na portaria, Felipe estava escorado mexendo no celular e César estava jogado na poltrona. Me aproximei do Felipe abraçando ele por trás que ele virou sorrindo pra mim.

—Que tal sairmos só nós dois? -Ele selou nossos lábios.

—Adorei a ideia. -Eu sorri.

Falei com o César e deixei os ingressos do museu que a gente iria. Felipe e eu ficamos dando voltas pela cidade, indo em algumas praças e aproveitando o dia lindo que estava. Ele é incrível, ele é dedicado, uma boa pessoa, trabalhador e é lindo. Mas voltando nas palavras da Emy, eu não sinto aquilo que o Oscar me faz sentir. Como fazer para explicar isso? É aquela sensação de você ver a pessoa de longe e saber que o seu dia ficou 100% melhor, saber que aquela pessoa perto de você te trás segurança. Talvez eu esteja realmente enganada e Felipe seja o certo. Confusão é uma grande merda. E é o verdadeiro significado de pessoas confusas machucam pessoas incríveis e eu estou com muito medo de estar fazendo isso.

—No que você tá pensando? -Ele levantou meu rosto.

—Muitas coisas. Em como tudo mudou, como o meu foco mudou... -Sorri de leve.

—Não se esqueça que tudo sempre tem um motivo. Então não fica pra baixo com isso. -Eu sorri.

—Precisamos voltar e ensaiar, já está quase na hora.

Nos levantamos e voltamos para o hotel. Apenas peguei a minha roupa e me vesti, arrumei meu cabelo e deixei uma mensagem pro César dizendo para ir direto para o teatro. Felipe e eu chamamos um táxi e fomos, ao chegar lá começamos a passar toda a sequência para a nossa treinadora e ela disse que estávamos prontos.

—Eu quero ver vocês brilhando lá em cima. Muito radiantes! -Sorri.

Sai indo para o banheiro e tomando um banho, peguei a roupa da apresentação me vestindo e me sentando para fazer uma maquiagem, a moça logo chegou e nem demorou muito para fazer. Eu estava sentada morrendo de ansiedade, parecia que a qualquer momento eu ia vomitar. Escutei meu celular tocando e na tela tinha o nome do Oscar, atendi e escutei a respiração dele e de fundo alguns barulhos como se ele estivesse em uma festa.

Alô? Oscar?
Eu te amo! -Paralisei.
O quê?

Os donos da rua | OSCAR DIAZ Onde histórias criam vida. Descubra agora