UMA SANTO? (REVISADO)

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Os dias foram se passando, a maioria tudo acontecendo no automático. Eu já não estava tão presente nas aulas de dança e ficava com o Felipe no meu pé o tempo todo tentando entender o motivo. Meu pai está desaparecido a semanas e nenhuma informação dele chega em mim, isso está literalmente me matando. O pessoal está a mesma coisa de sempre... Ah, a alguns dias eu tenho notado um carro preto me seguindo, mas acabei nem falando nada para o Oscar pensando ser coisa da minha cabeça. Mas nessa volta do colégio eu acho que não é, o carro está colado comigo desde o momento que comecei a andar na direção de casa. Meus passos estavam acelerados até o momento que eu comecei a correr disparada em direção a casa do Oscar, ao chegar na rua já comecei a gritar o mesmo.

—OSCAR? OSCAR AQUI FORA! SOCORRO!

Ele saiu de dentro de casa correndo com a arma na mão e me puxou para detrás dele apontando para o carro. Mas assim que o carro parou ele guardou a arma e segurou minha mão apertando a mesma. A vidro da janela abaixou mostrando ser uma mulher lá dentro.

—Spooky, esperei você me dar a notícia que tem uma nova Santo na família. -Agarrei o braço dele.

—Ela não é uma Santo. -Ela sorriu.

—Os boatos chegaram no meu ouvido, que até mesmo está seguindo os seus passos. E você sabe que só quem é da família pode saber dos nossos negócios. -Oscar balançou a cabeça.

—Ela não sabe de nada, Cuchillos! -Ela deu risada.

—Resolve isso ou você sabe o que vai acontecer com ela. Na garagem hoje às 23:00 horas. -Ela levantou o vidro de novo e foi embora.

—O que é as 23:00? -Ele me encarou.

—O seu teste para entrar nos Santo. -Ele segurou o meu rosto.

—Como é esse teste? Pela sua cara não é nada bom. -Ele me deu um selinho.

—Eu não posso te contar. Só se prepara tá bom? -Concordei com a cabeça.

—Mas me preparar para o quê? Oscar? -Ele entrou dentro de casa.

Fui para dentro de casa logo em seguida e tomei um banho. Como seria esse teste? Eu terei que matar alguém? Vender droga? Que merda que eu fui me meter dessa vez. E o que ela quis dizer que eu estou seguindo os passos dele? Será que foi a ameaça ao cara? Que fofoqueiro de merda se ele tiver contado.

...

Oscar passou o restante do dia calado, tentei tirar alguma informação dele e ele não abriu a boca para absolutamente nada. Já estava quase no horário e eu não sabia de nada que ia acontecer, o que estava me dando mais nervosismo ainda. Peguei uma calça moletom, uma camiseta folgada e um moletom por cima, calcei um tênis e fiz um rabo de cavalo no cabelo. Sai do quarto e o Oscar estava sentado no sofá me esperando.

—Eu sei que você não pode me falar, mas essa roupa tá certa pra o que eu vou precisar fazer? -Ele me encarou.

—Está sim. Só tenta... -Ele virou o rosto.

—Tentar o quê? Oscar, eu tô com medo. -Ele me encarou.

—Vai ficar tudo bem. Só tenta proteger o seu rosto e sua barriga. -Espera...

—Eles vão me bater? -Minha respiração começou a ficar acelerada.

—Eu sinto muito... Vamos. -Ele pegou a arma colocando na sua cintura.

Entramos no carro e minha cabeça estava girando. Como assim iam me bater? Isso é um ritual pra entrar por acaso? E se eu não quiser, o que eles vão fazer? Me matar? Que porra de lugar que eu fui me meter. Não demorou muito e já estávamos no lugar, assim que descemos eu vi a Kat de longe com o César e o Brad, eles me olharam e sorriram acenando. Tinha muitas pessoas ali e eu reparava em muitos me olhando com cara de nojo e raiva. Olhando ao redor era uma garagem com algumas coisas de luta, muitas armas, acho que todo mundo ali estava armado. O que fez um arrepio passar por toda a minha espinha. Aquela mulher veio até mim e me puxou para o meio de todo mundo que logo abriu uma roda.

Os donos da rua | OSCAR DIAZ Onde histórias criam vida. Descubra agora