"Quando você se encontrar, volte para mim"
"Vergonha" - Brittainy C. Cherry
Não consegui fazer absolutamente nada durante o fim de semana. Dani ficou em choque quando eu finalmente dei a notícia. Dos cinco testes, quatro haviam dado positivos e um deles havia falhado, mas tenho certeza de que se ele não estivesse com defeito o resultado não teria sido diferente dos demais.
Passamos o sábado alternando entre fingir que nada estava acontecendo e crises de "o que merda eu vou fazer agora?". Dani não estava planejando nada disso obviamente, então entendo que a sensação de desespero é completamente aceitável.
Não sei se ela vai interromper a gestação e não perguntei, porque sei que nem mesmo ela sabe ainda como se sente sobre essa gravidez. De qualquer forma, não é como se a minha opinião sobre isso tivesse alguma relevância, ela só precisa do meu apoio independente de qualquer coisa.
E que bom que ela não me pediu uma opinião sobre o assunto, porque o fato é que não tenho uma e não quero ter. A maioria das pessoas da minha idade já tem opiniões formadas sobre filhos, o Nath não quer, já Dani sim, não agora, obviamente, algo entre cinco ou seis anos no futuro.
Mas eu não tenho uma resposta para essa pergunta.
Quando eu ainda era adolescente simplesmente não pensava sobre o assunto e quando fiquei um pouco mais velha decidi que tinha coisas mais importantes para pensar no momento que decidir se queria ou não trazer uma vida ao mundo, e quando digo isso, envolvo em todos os aspectos: inseminação, adoção ou a boa e velha trepada para fins de reprodução.
Nunca pensei sobre o assunto porque julgava não ter maturidade o suficiente para decidir sobre algo tão importante, eu estava no início da faculdade na época quando a ideia me ocorreu pela primeira vez. É uma decisão que envolve muita responsabilidade, coisa que eu não tinha na época e acho que ainda hoje não tenho.
Mas hoje simplesmente não penso mais no assunto, acho que não quero ter nunca a resposta para essa pergunta. Prefiro o vazio de uma dúvida que uma decisão concreta.
Sou pega completamente de surpresa quando alguém aparece do nada jogando as duas mãos sobre meus ombros.
- Popy!
Levo um belo susto quando Lynn surge absolutamente do nada, como se tivesse acabado de se materializar bem diante dos meus olhos.
- Desculpa! - ela pede assim que percebe que me assustou. - Eu te chamei, mas parecia que não estava escutando.
- Tudo bem, não precisa se desculpar. Estava mesmo muito distraída.
Um ônibus espacial poderia cair bem ao meu lado e eu não notaria. Dani não apareceu hoje na aula, até onde sei ela entregou um atestado médico, estava se sentindo indisposta. Eu imagino.
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Lollipop - Castiel
FanfictionOnde Castiel percebe que a antiga colega de turma pode ser muito mais do que seus olhos são capazes de enxergar.