Ainda são sete da manhã quando chego ao apartamento de Nathaniel. Ainda é cedo e por isso ainda não estou funcionando bem, mas ao menos consigo lembrar onde ele esconde a chave reserva do apê.
O fato de estar de pé a essa hora da manhã num sábado me deixaria irritada, mas ao menos eu tenho a oportunidade de dar o troco no meu primo por ter invadido a minha casa. Então estou irritada e feliz ao mesmo tempo.
Chuto o tapete e vejo o brilho metálico da chave refletindo a luz branca do corredor.
Meu Deus, ele tem cara de malandro, o histórico de um e as manias de um idoso.
Abro a porta do apartamento e vejo Branca em cima da mesa, ela mia para mim e logo em seguida corre para a cozinha, eu a sigo e vejo a gatinha do meu primo sentada ao lado do pote de comida que deveria estar cheio.
Mas que maravilha, Nath ainda está dormindo.
Essa é uma oportunidade maravilhosa.
Coloco um pouco de ração para ela e deixo minha mochila no sofá surrado da sala. O apartamento do meu primo é bem menor que o meu, a sala e cozinha são integrados e além do banheiro, só existe outro cômodo, que no caso é o seu quarto.
Paro diante da porta e hesito um instante, porque, bem, existe a possibilidade dele e Lynn terem se acertado. Avalio a sala de estar à procura de sapatos ou de alguma calcinha porque não preciso ter a imagem mental do meu primo depois de ter transado com alguém.
Mas o apartamento parece perfeitamente normal, como sempre, então giro a maçaneta da porta e a abro devagar enquanto coloco minha cabeça para dentro aos poucos, e para meu alívio ele está sozinho.
- Nath, acorda. - digo ainda da porta, mas ele nem se mexe. - Nath!
Ele murmura algo incompreensível e embola na cama, ainda dormindo.
Vejo no chão um dos brinquedos de Branca, uma bolinha para lá de arrebentada, pego-a e a arremesso na direção do meu primo. Levando em consideração de que não sou boa em nada pela manhã, me pego surpresa quando o acerto bem no nariz.
Nathaniel se levanta assustado olhando para os lados, provavelmente procurando o que o acertou até me ver parada na porta.
- Você enlouqueceu? - me pergunta nada feliz, é claro. Ele não gosta de acordar com um susto. - Ainda está muito cedo para você sair aterrorizando pessoas!
Temos muitas coisas em comum, afinal. Ele também não é muito matinal.
- Levanta, a gente vai se atrasar.
Ainda grogue, Nathaniel se senta na cama e eu observo o lençol que cobria o seu corpo cair até a sua cintura. Levo os meus olhos para a cara amassada do meu primo sentindo o refluxo subir pela garganta.
- Juro que se eu ver um pedaço do seu pinto vou pular por aquela janela.
- Eu moro sozinho, Mel. É claro que eu vou dormir nu.
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Lollipop - Castiel
FanfictionOnde Castiel percebe que a antiga colega de turma pode ser muito mais do que seus olhos são capazes de enxergar.