"O momento que você duvidar se você pode voar, você deixará para sempre de ser capaz de fazê-lo."
- J.M. Barrie
Depois do fiasco que foi tentar preparar um bolo, nós decidimos que seria uma boa ideia pedir alguma comida e depois fomos dormir.
Mel não estava brincando quando falou que é um desastre na cozinha, e eu sequer pensei em conferir a temperatura do forno quando ela o ligou. E o que aconteceu foi que a massa do bolo de chocolate assou por 40 minutos a 280°C.
E o que deveria ser um bolo se transformou em um pedaço de carvão redondo tão duro que poderia servir para cortar aço.
Era sábado, e por isso, quando levantei, tentei me mover o mínimo possível para não acordá-la. Tenho uma mania inexplicável de acordar cedo quando não estou em casa, e eu já a conheço bem o suficiente para saber que ela arrancaria a minha cabeça fora se eu a despertasse às seis em um dia que não temos aula.
Esgueirando-me da melhor forma que pude, consegui sair da cama e vesti a calça moletom que estava usando ontem. Bartolomeu já havia saído do quarto e estava bicando uma árvore seca que ela mantinha no canto da sala que mais me parecia um playground para aves.
Ele sequer me deu moral, estava ocupado demais roendo...
- Filho da mãe. – resmungo quando percebo que ele encontrou minha meia, e agora havia um buraco enorme nela.
É como ter a porra de um cachorro, só que com penas.
Tendo ciência que de nada adiantaria arrancar a meia dele, decidi ir à cozinha para fazer algo para o café da manhã. Bartolomeu vocalizou algo parecido com uma risada e eu comecei a me perguntar se esse desgraçado havia feito aquilo de caso pensado.
Comecei a separar os ingredientes na bancada quando um barulho na porta me fez travar.
- Oi, Mel! – a voz de Nathaniel preencheu o silêncio da manhã enquanto eu observava a porta abrir devagar. – Seu pai não conseguiu falar com você ontem e me pediu para te lembrar que ele vem buscar Bartolomeu hoje a tarde para visitar aquela sua tia.
Ele continuou falando enquanto mexia na tela do celular sem se dar conta de que eu estava aqui.
Travado e sem reação.
- Eu poderia ter ligado ou vindo mais tarde. – ele riu, como se tivesse pensado em algo muito engraçado. – Mas que graça teria?
Ele parou de falar assim que levantou a cabeça e olhou diretamente para a cozinha. Para mim.
O balcão que dividia o espaço da cozinha e da sala era mais ou menos na altura da minha cintura. Nathaniel me encarou sem reação alguma pelo que me pareceram horas. Não sei se ele só estava surpreso demais para ficar puto ou sei lá o que.
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Lollipop - Castiel
FanfictionOnde Castiel percebe que a antiga colega de turma pode ser muito mais do que seus olhos são capazes de enxergar.