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Estou diante do que me parece ser a discussão mais bizarra que já presenciei em toda a minha vida, tirando é claro a conversa que escutei no último fim de semana, mas apesar do teor absurdamente idiota e engraçado daquela conversa, eu não sou capaz de me concentrar nela por completo. Minha mente insiste em divagar vez ou outra
Têm umas duas mensagens de Castiel no meu celular. Nada demais. Ele só perguntou se eu estou ocupada ou algo assim.
Não respondi.
Não sei o que fazer em relação a isso.
Nunca fui puritana nem nada parecido. Aquela não foi a primeira vez que fui chupada em um banheiro, muito menos a coisa mais ousada que já fiz. Porém, diferente de todas às vezes, aquela foi a primeira vez que eu fiquei com um amigo, se é que posso chamá-lo de amigo. Nós só conversamos algumas poucas vezes, afinal.
De qualquer forma, todos os encontros que já tive (premeditados ou não) que me levaram a tirar a roupa aconteceram somente com pessoas que eu já tinha interesse em namorar, ou completos desconhecidos.
Mas nunca, em hipótese alguma, com um amigo.
Eu sabia que me envergonharia de algo no dia seguinte. Se bem que, vergonha não é exatamente o sentimento, confusão talvez? Não sei. De qualquer forma, estou o evitando a exatos quatro dias. O que me parece um milagre porque eu sei que, se ele quiser, pode me ver nesse exato momento já que minha varanda fica de frente ao prédio dele. Castiel só precisaria espiar entre as cortinas.
Ou simplesmente atravessar a rua.
Mas ao mesmo tempo em que eu o evito, também me sinto culpada. Aquela brincadeirinha besta de um segredo por outro, caramba, ele contou aquela coisa toda sobre se sentir sozinho. E por mais que eu saiba que ele só falou porque estava bêbado, ainda parece babaquice da minha parte estar o evitando. Principalmente por que eu sei que ele não é do tipo que sai falando sobre seus problemas para as outras pessoas de forma indiscriminada, não preciso ser nenhuma gênia para chegar a essa conclusão.
Realmente acho que estou sendo uma babaca.
Uma babaca covarde.
Foi o que Dani me disse na segunda quando me viu ignorar a mensagem dele.
Às vezes eu me pergunto por que conto as coisas a ela. Amo e odeio o fato dela sempre dar voz a razão. Dani não tem pena de falar a verdade na minha cara, muito menos ainda quando sabe que eu estou errada.
Talvez seja exatamente por isso que contei tudo a ela, mas nem mesmo a sua reprimenda foi capaz de me fazer criar coragem e finalmente responder ao cara.
Deixo um suspiro cansado sair devagar entre meus lábios e estico a perna na qual estou sentada em cima a mais de meia hora, ela já está formigando de um jeito que me faz ter vontade de arrancá-la fora e jogar varanda a fora.
