🍭Meringue🍭

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Você está livre para amar sem qualquer obrigação.

A Cabana - William P. Young

Meu coração bate com tanta força contra meus ossos que consigo até mesmo escutar a pulsação forçando meus tímpanos

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Meu coração bate com tanta força contra meus ossos que consigo até mesmo escutar a pulsação forçando meus tímpanos. Meu corpo inteiro responde instintivamente ao som daquela voz. Retraindo e tencionando.

Minhas mãos começam a suar e as minhas palmas estão frias contra o granito da pia, meus ombros estão rígidos, diferente das minhas pernas que parecem estar dormentes. Meu corpo inteiro está em pânico, e a minha cabeça continua girando e girando sobre todos os piores momentos da minha vida.

E todas as lembranças terminam em um único rosto.

O maxilar reto e marcado, a sombra da barba por fazer, os olhos verdes escuro e o rosto elegante emoldurado por cachos dourados.

Eu ainda me lembro da primeira vez em que o vi. Ele era tão lindo, o tipo de visão de tirar o fôlego.

Vê-lo ainda me deixa sem fôlego, mas por motivos completamente diferentes agora.

Ele não é mais o cara bonitão do curso de ciência política, mas sim o cara que conseguiu tirar tanto de mim, quebrar tanto de mim, que é um milagre que eu ainda consiga encará-lo por mais de dois segundos.

Foi ele quem me fez ter medo de confiar de novo em alguém, por medo de me machucar e medo de perder mais de mim.

E eu perdi tanto que demorei a me reconhecer quando encarava o meu reflexo no espelho.

- Você não vai falar nada? – ele pergunta depois de um tempo me observando em silêncio.

O corpo alto e esguio encostado no painel de madeira da porta de forma desleixada, bloqueando a minha única saída.

- Não tenho nada para falar a você. – respondo quando finalmente encontro a minha voz.

Ignorando todos os tremores do meu corpo, firmo minhas mão e pernas e volto meu corpo na sua direção, apertando a bolsa que venho carregando a noite toda enquanto tento me impedir de jogá-la na cara dele.

Seria patético se eu fizesse isso. Uma pedra, por outro lado, nem tanto.

Antoni parece não gostar da minha resposta, já que logo em seguida suas feições são tomadas por irritação e impaciência. Como se eu fosse uma criança fazendo birra para tomar o remédio contra gripe.

Era assim que funcionavam as nossas discussões. Ele sempre decepcionado, irritado e superior a mim, enquanto eu era só a idiota fofa e boba com que ele namorava.

- Querid-

- Não. – eu o interrompi, mais uma vez fazendo ele me encarar irritado, mas não quero ter que ouvir ele se referir a mim dessa maneira. – Não me chame de querida. É Mel. – penso por um instante, e então completo. – Na verdade, não queria que você me chamasse de forma alguma, porque não quero falar com você.

Lollipop - CastielOnde histórias criam vida. Descubra agora