Como eu deixei isso acontecer? Não que seja algo ruim, mas eu não sei se 'tô pronta pra isso, e muito menos se o meu namorado quer isso. Eu não sei explicar o que eu 'tô sentindo nesse momento. Eu 'tô feliz, mas também 'tô triste e preocupada ao mesmo tempo. É um misto de sentimentos e a única coisa que eu consigo fazer é chorar. Eu ainda não tenho certeza sobre isso, mas, se for realmente isso, eu não sei o que vou fazer. Ouço a porta do quarto abrindo e quando olhei era o Nathanael.
Chefin: O que foi, amor? 'Tá chorando por quê? - Me olha, preocupado e senta do meu lado
- Não é nada. Não precisa se preocupar. - Seco as lágrimas, mas parece que, quanto mais eu seco, mais eu choro.
Chefin: Você não estaria chorando se não fosse nada. O que aconteceu? - Ele acaricia minha bochecha e eu respiro fundo, tentando não chorar mais ainda.
- Eu não tenho certeza ainda se é realmente isso, mas tem grandes chances de ser. - Olho pras minhas mãos e brinco com meus dedos.
Chefin: O que tem chances de ser?
- Eu não sei como dizer isso. Eu não sei como vai ser a sua reação e isso me deixa nervosa. - Ele me abraça, tentando me passar segurança, e eu escondo meu rosto na curvatura de seu pescoço.
Chefin: Não precisa ficar nervosa, meu bem. Eu 'tô aqui pra você e sempre vou 'tá. - Ele deixa um beijo em minha cabeça e faz um leve carinho no meu cabelo.
- Eu acho que não consigo não ficar nervosa. - Minha voz acaba saindo abafada.
Chefin: Se não quiser me contar o que é, tudo bem. Eu não vou te forçar a falar. Mas eu preciso no mínimo saber se é algo que eu preciso me preocupar.
- Eu quero te contar... Eu tenho que te contar! Só não descobri como. - Olho pra ele e deixo uma lágrima escorrer.
Chefin: Então, quando souber, não deixa de me contar. - Ele seca a lágrima do meu rosto e deixa um beijo na minha testa.
- 'Tá bom.
Nós passamos um bom tempo abraços sem dizer nada, apenas aproveitando o momento. Minha mente 'tava bem longe, pensando em como contar pra ele. Pra alguns pode ser algo tão simples, mas pra mim não 'tava sendo. Eu facilmente passaria mais uma hora ali apenas para não precisar dizer nada, mas, infelizmente, um cheiro insuportável invadiu meu nariz, fazendo com que meu estômago se embrulhasse e eu sentisse a necessidade de deixar tudo que comi sair pelo mesmo local por onde entrou.
- 'Tá sendo esse cheiro? - Cheiro o pescoço dele. - Acho que é você. Que perfume é esse que você 'tá usando?
Chefin: O mesmo de sempre, por quê?
- É que o cheiro 'tá... - Quando eu ia terminar de falar, senti que ia vomitar e corri pro banheiro.
Chefin: 'Tá tudo bem, amor? - Ele tentou entrar no banheiro mas eu tinha trancado a porta. Não quero que ele me veja vomitando. - Abre a porta, Sn.
- Eu não quero que você me veja vomitando. - Falo assim que deixo de vomitar.
Chefin: Por favor. Abre aqui, amor. - Abro a porta e, assim que ele entra, sinto vontade de vomitar de novo e corro pro vaso.
O Nathanael ficou segurando o meu cabelo e fazendo carinho nas minhas costas. Eu sabia que ele estava preocupado, mesmo que não dissesse nada, eu o conhecia.
- Tenho que te falar uma coisa. - Digo assim que sinto que não iria mais vomitar.
Chefin: Aqui?
- Não. Vamos pro quarto. Mas antes eu preciso lavar a boca. - Dou descarga no vaso e depois lavo a boca.
Ninguém merece ficar com a boca fedendo a vomito. Voltamos pro quarto e, se antes eu estava nervosa, agora eu 'tô mais ainda.
Chefin: O que você quer me contar? - Ele senta na cama e me puxa pra me sentar em seu colo.
- Eu não sei como falar mas vou tentar ser o mais direta possível... - Respiro fundo. - Eu acho que 'tô grávida. - Sinto meus batimentos acelerarem com medo de sua reação.
Chefin: Você acha?
- Sim. Eu não fiz o teste ainda.
Chefin: Tem certeza que possa ser isso mesmo? - Afirmo com a cabeça.
- Olha, se você não quiser, fala logo. - Ele me olha sem entender minha frase.
Chefin: Da onde você tirou que eu não quero?
- Sei lá. Não saber o que você 'tá pensando me deixa nervosa. Eu não sei o que você possa querer fazer sobre isso.
Chefin: O que VOCÊ quer fazer sobre isso?
- Quero ter certeza que é isso mesmo.
Chefin: Então amanhã a gente vai no hospital, você vai fazer o exame e nós vamos ter certeza se você 'tá ou não.
- Eu te amo. Se não fosse você, eu estaria perdida.
Chefin: Eu também te amo. E se realmente for isso, o que você vai querer fazer?
- Eu quero aproveitar cada momento do seu lado e espero que essa criança nos aproxime ainda mais e que ela seja muito feliz. - Ele me dá um selinho e depois ficamos conversando sobre a minha possível gravidez.
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