- Amor, 'tá acordado? - Chacoalho o Davi na intenção de tentar acordar-lo.
Paiva: Não. - Diz ainda de olhos fechados.
- Eu não 'tô conseguindo dormir. - Ignoro sua fala.
Paiva: Fecha os olhos que você consegue. - As pessoas são tão carinhosas quando estão com sono.
- Já tentei. - Ele bufa e finalmente me olha.
Paiva: O que eu posso fazer pra te ajudar?
- Fala com o seu filho. Ele não para de me chutar. - Ele solta uma risada nasal.
Paiva: Deixa o moleque. Ele gosta de irritar a mãe. - Reviro os olhos e ele ri.
- Se eu não dormir, você também não dorme.
Paiva: 'Tá bom, chata. - Dessa vez quem revirou os olhos foi ele.
- Fala logo com ele. - O Davi se aproxima da minha barriga e começa a falar com o nosso filho.
Paiva: Para de chutar aí, moleque. Senão vou ter que ficar acordado, aturando essa chata aqui. - Dou um tapa na cabeça dele. - A tua mãe quer dormir e eu também, então, deixa pra chutar amanhã, por favor. Se você continuar chutando, ela vai me chutar também e não vai me deixar dormir. E tu sabe, né? Pai 'tá cansadão.
- Ele parou. Já 'tá me trocando antes mesmo de nascer. - Passo a mão na barriga.
Paiva: Porque 'cê é chata. - Ele deixa um beijo na minha barriga e volta a se deitar.
- Cala a boca, garoto.
Paiva: Agora 'cê já pode dormir.
- Perdi o sono.
Paiva: Sério?
- Uhum. Vamo' assistir um filme? - Pergunto de forma retórica. Eu vou obrigar ele a assistir de qualquer forma.
Paiva: Posso falar não?
- Não! - Falo e deito no peito dele.
Eu e o Davi começamos a assistir um filme, mas um tempo depois ele já estava dormindo, como sempre. Decidi tentar dormir também e dessa vez consegui.
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