⚡Os dias passavam tão rápido que quando meu cérebro assimilava que um dia tinha acabado, eu já estava vivendo outro. Lembro de ter me atrasado para a primeira aula, e de ter corrido feito uma doida para chegar ao trabalho. E tive que correr mais ainda para chegar a cafeteria, para encontrar Namjoon e Jungkook. E uma vergonha gigantesca me atingiu assim que passei pela porta, pois logo lembrei de como quase havia dado de cara na porta no fim da aula do grupo de pesquisa, mas fui segurada por Jungkook a tempo, que vinha logo atrás de mim. Sua mão segurou firme no meu braço, me impedindo de bater a cara na porta que ainda estava fechada. Mas como ele tinha me segurado às pressas, e eu não esperava por nenhuma intervenção, me desequilibrei e quase cai. Mais uma vez foi ele quem impediu que eu passasse vergonha na frente da classe, pois me segurou firme pela cintura.
— Olha por onde anda, esquisita!
Me senti estranha quando sua mão me segurou com força. E foi estranho em um nível tão desconhecido, que prendi o fôlego e estremeci ao lembrar da cena que tinha visto na festa da fraternidade. E para me livrar daquele estado de fragilidade e choque que estava, o respondi como responderia qualquer um que se metesse em minha vida.
— Não pedi sua ajuda. — disse com o queixo erguido enquanto segurava meus livros com força ao tempo que ele tirava sua mão de mim.
Ele sorriu daquele jeito sacana e disse:
— Você é tão metida. — pude ver um divertimento meio cruel em seus olhos.
E por alguns segundos, por não ter recuado nem dito nada para agradecer, ficamos nos encarando e ele logo deu mais um sorriso. Um sorriso bonito demais e sedutor, mas igualmente ferino. E continuamos nos encarando, sem desviar dos olhos um do outro. Ele não ia recuar, mas eu também não ia.
— De nada por não ter deixado você quebrar esse narizinho empinado. — ele disse por fim, dando um passo para trás.
O sorriso de deboche dele era o que mais me dava nos nervos. Porque eu sabia que ele estava fazendo para me tirar do sério. Ele era só um cara com quem eu fazia o trabalho da faculdade, mas depois dos momentos de estresses que tivemos, tudo se encaminhou para que continuássemos travando aquelas pequenas batalhas. E eu sabia, talvez inconscientemente, que Jungkook era do tipo que gostava de desafios. Dava para ver no brilho dos seus olhos o quanto ele se divertia enquanto me provocava. Para mim não havia nenhum divertimento, mas eu não era do tipo que deixava as coisas passarem. Então era óbvio que haveria conflito entre nós.
E quando passei pela porta do cybercafé, e vi Jungkook sentado ao lado de Namjoon, respirei fundo para me controlar. Ainda não tinha tirado da mente o quanto ele podia ser provocador, muito menos havia esquecido o estremecimento que seu toque havia me causado.
Dei passos calmos para perto deles e me sentei do outro lado da mesa.
— Boa noite. — disse colocando minha bolsa em cima da mesa.
— Boa noite. — os dois responderam em uníssono.
— Desculpa o atraso, tive uns problemas no trabalho. — disse sem olha-los ao me sentar do outro lado da mesa, para manter distâncias dos dois.
— Ok, sem problemas. — Namjoon disse sorrindo daquele jeito típico dele, cheio de gentileza. — A gente estava passando algumas coisas a limpo. Jungkook está encaixando as minhas partes da pesquisa no trabalho.
— Veio de bom humor hoje? — Jungkook perguntou olhando para a tela de um notebook preto cheio de adesivos, mas seu tom era de provocação.
Olhei para ele, que imediatamente parou de digitar e olhou para mim. Jungkook tinha aquele sorrisinho debochado no canto dos lábios e um olhar desafiador. Ele estava afim de me provocar porque Namjoon estava ali, ou por qualquer outra merda sem sentido para mim, mas que obviamente na cabeça dele devia fazer sentido demais. Não sabia onde Jungkook queria chegar, mas sabia que ele queria me provocar. Dava para ver que ele achava graça em me provocar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Catástrofe
Fanfiction"No meio desses estudantes estava Jeon Jungkook, um babaca do curso de Música, que se achava melhor do que o resto do mundo. Até aquele dia eu nunca o tinha visto tão de perto, nem nunca havia trocado uma única palavra com ele. Ele era o tipo de hom...