6 - Minha resistência seria o meu ponto mais fraco

2.8K 241 183
                                    

Eu não havia dormido durante a madrugada, meu sono foi completamente desastrado, sem continuidade, e eu não conseguia parar de pensar no que havia feito com Jungkook dentro do closet. Tudo por conta de uma brincadeira idiota.

Ainda podia sentir a sensação da sua boca quente em meu pescoço, suas mãos me apertando, o calor do seu corpo contra o meu. Eu não conseguia parar de pensar no quanto havia sido surpreendentemente bom senti-lo daquela forma. Estava olhando para mim mesma na frente do espelho do banheiro, encarando a marca do chupão em meu pescoço. Me sentia uma idiota. E quanto mais encarava meu reflexo no espelho, mais me odiava. Eu havia ido tão baixo. Nunca havia me envolvido com homens como Jungkook. Na verdade, não havia me envolvido com mais de quatro caras. Minha vida amorosa e sexual era quase morta, e eu não estava interessada em mudar aquela situação justamente com Jungkook.

Me condenei de todas as formas possíveis no domingo, fiz de tudo para tirar aquela marca do meu pescoço, mas falhei miseravelmente em esquecer o que tinha acontecido. Então fiz como eu fazia com a maioria dos meus problemas, apenas passei por cima e segui em frente. Não estava disposta a queimar neurônios pensando em um assunto tão estúpido quanto aquele. A vida tinha que continuar.

Eu ainda era obrigada a encontrar com Jungkook, e no dia de estudo do grupo de debate, o vi sentado do outro lado da roda ao lado de Namjoon. Evitei qualquer tipo de contato, principalmente o visual. Não queria lembrar de tudo enquanto olhava para ele, então só o evitei. Mas ainda sentia seus olhos sobre mim, e no fim da aula, fui a primeira a sair da sala. Era uma situação desconfortável como o inferno. E era desconfortável justamente por ter gostado, o que não devia ter acontecido de forma alguma. Eu estava surtando.

Se antes ele já era insuportável, depois da festa passou a ser mais ainda. Não era só a personalidade petulante que passou a me irritar, sua beleza também passou a me tirar do sério. Eu havia cometido o erro de reparar o quanto ele era bonito. Não conseguia mais manter meu foco por tanto tempo sem ao menos me distrair ao lembrar daquela boca bonita ou os olhos intensos. Descobri, ou melhor, admiti para mim mesma que achava Jungkook atraente. Apesar daquela aparência desleixada, ou talvez por isso, me sentia vergonhosamente atraída por ele. Não consegui mais negar para mim mesma. E quando eu mesma não me traia com esses pensamentos errados, tinha vontade de esgana-lo até a morte por me levar a colocar as nossas diferenças de lado e ter aqueles malditos pensamentos de querê-lo. Tudo nele me tirava do sério.

Não entendi o que tinha mudado depois daquela festa para me fazer ter aqueles pensamentos estranhos, eu nunca o vi como um cara atraente. Minha opinião sempre foi a mesma, ele era um merdinha que se achava e pegava quem o desse confiança. Ele não era o tipo de homem que me envolvia, não era o tipo que me sentia confortável para ter algo, não era a droga do tipo que pensei que me faria fraquejar, pelo menos era isso que tentava empurrar de goela abaixo em mim mesma. Na verdade, nem sabia qual era meu tipo, sentia um desgosto natural pelos homens, mesmo que com alguns eu tivesse vontade de beijar e fazer outras coisas mais, mas nunca passava de algo estritamente carnal e unilateral. Mas naquela brincadeira, a delicadeza de seus lábios em minha pele, as mãos ágeis e habilidosas em meu corpo foram a combinação perfeita para me fazer quere-lo tanto ao ponto de odiá-lo mais um pouco. Bem, pelo menos era o que eu queria. Sendo sincera, meu ódio pouco estava relacionado a ele, estava me odiando.

Mas o pior ainda estava por vir. Quando a quarta-feira chegou e eu tive que ir até aquela cafeteria encontrar ele e Namjoon, senti um frio na barriga ao pegar o táxi, e só piorou a cada medida que me aproximava mais do encontro com eles dois. Meu plano era fingir que nada havia acontecido, e tentaria a todo custo não abrir nenhuma brecha para ele. Nem mesmo cederia às suas provocações.

CatástrofeOnde histórias criam vida. Descubra agora