3 - O início de tudo

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Eu não imaginava que depois daquele dia em que os trios do trabalho foram sorteados, teria um dia de paz. Achei que por ter meu número, Jungkook mandaria mensagens, ou que se aproveitaria para investir em mim. Mas, não. Ele permaneceu calado pelos três dias seguintes, o que para mim foi ótimo. Não estava querendo lidar com ele, muito menos com Namjoon. Não sabia o quão desastroso poderia ser nós três juntos, mas eu sabia que algo aconteceria. E na quinta-feira, quando estava abrindo a porta do meu apartamento, ouvi o som de notificação do meu celular. Jungkook havia feito um grupo no aplicativo de conversas para nós três. Enviou uma mensagem para que pudéssemos marcar um local para nos encontrarmos e decidir como seria o andamento de nosso trabalho. Respondi de imediato, dizendo que sempre podia às quartas no período da noite, como já havia ajustado com ele, mas Namjoon só respondeu três horas depois, dizendo que qualquer lugar e horário estava bom para ele. Decidimos que seria num cybercafe perto de onde morava, já que muitos universitários iam lá para estudar.

Estava tentando me preparar para lidar com Jungkook e Namjoon ao mesmo tempo, mas no domingo, todas as minhas tentativas de foco e autocontrole foram por água abaixo, pois tive que jantar com meus pais. Como sempre, eu e meu pai tivemos um breve atrito, o que me deixou quase que completamente desestabilizada. Era sempre a mesma coisa. Ele estava insatisfeito comigo, e eu estava insatisfeito com ele e isso gerava uma insatisfação geral ocasionando o conflito. E por isso, na segunda de manhã já fui para a faculdade de mal humor. Entrei e sai da sala feito um furacão, sem dar oportunidade a Jungkook de falar comigo sobre o que quer que ele tivesse em mente quando tentou vindo em minha direção no fim da aula. Eu não estava afim de ouvi-lo. Mas notei que mais uma vez Namjoon não tinha ido. Torci para que o que Jungkook havia dito sobre ele não gostar de responsabilidades, fosse mentira, já que nós três teríamos que fazer o trabalho juntos. Se tivéssemos que trabalhar em equipe, que assim fosse, mas não era justo que eu e Jungkook fizéssemos todo o trabalho e Namjoon nem desse as caras.

Já na quarta enquanto saia da faculdade para ir ao trabalho, recebi uma mensagem de Jungkook perguntando sobre o horário em que nos encontraríamos naquele dia. Tudo foi ajustado rapidamente, entre eu e Jungkook, porque Namjoon não se pronunciou em momento algum. Prossegui com meu dia cansativo, esperando as horas passarem para logo fazer aquele trabalho e chegar em meu apartamento, encerrando o dia com um bom banho e tendo meu tão merecido sono. Mas o dia foi um inferno. Lina, a outra editora de meio período, pediu demissão no meio do turno, o que gerou um burburinho incômodo. Houve reunião de última hora, o que me fez ficar no trabalho até depois da hora. Mandei uma mensagem no grupo de trabalho, avisando que me atrasaria, mas não esperei por uma resposta.

Quando saí do estúdio, peguei o primeiro táxi que apareceu em minha frente, e a agitação do atraso não me deixou pensar em nada com clareza. Tive que descer do táxi no começo da rua, pois havia algum problema com o trânsito naquela esquina que não deixava os carros seguirem seus caminhos. Tive que correr. Precisava chegar logo naquele cybercafe, e na minha cabeça perturbada, os trinta segundos a menos devido a minha corrida, faria diferença. Eu estava sempre atrasada, sempre correndo, e isso tirava minha paciência na maioria das vezes.

Assim que entrei na cafeteria, avistei Jungkook na última mesa do canto esquerdo, digitando alguma coisa no celular. Não havia nem sinal de Namjoon. Respirei fundo antes de ir até ele, ajeitei meus cabelos para evitar parecer uma maluca que havia acabado de fugir do hospício. Mesmo sabendo que a vermelhidão em minhas bochechas me denunciariam. Andei calmamente até Jungkook e me sentei ao seu lado.

— Boa noite. — disse tentando parecer calma, mas minha voz denunciava a falta de fôlego.

— Boa noite. — ele disse me olhando com uma atenção intensa que me fazia ficar sem jeito.

CatástrofeOnde histórias criam vida. Descubra agora