Kian

Capítulo Oito

Hoje é o primeiro dia de aula.

O ar pela manhã estava frio e úmido – uma desculpa pela minha tremedeira. Depois de sete dias desde a visita de Melissa e as mensagens perturbantes de Megan, eu me sentia melhor. Como um cara que acabou de transar com uma garota gostosa e com peitos fartos – Lisa tem peitos fartos? Puta merda, oque estou pensando!

Acordei às cinco da manhã e não conseguia voltar a dormir. Então fiquei deitado olhando para o teto escuro e silencioso. Oque me deu a oportunidade de repensar sobre o jogo de Megan. Acontece o seguinte; dois anos atrás quando na escola teve um Amigo Secreto entre os estudantes da nossa turma, Megan me tirou. Ela me disse assim que a aula terminou e fez tudo diferente do que devia realmente ser. Um jogo de caça surpresa. Onde deixava pistas em lugares inusitados; como a tampa da privada, o secador de cabelos da minha mãe (ela sempre achou que eu usava) ou o pote de água de Pubi – o coitado quase morreu engasgado. E eu tinha que seguir essas pistas para encontrar o meu prêmio, porém ela sempre fora temperamental e extravagante e suas pistas sempre chegavam a algum problema. Eu detestava quando ela fazia isso, algumas amizades deviam ser realmente estudadas.

Sabe oque eu acho disso tudo? Que Megan sofre com problemas sentimentais e por isso faz essa merda toda! Eu havia gostado da primeira vez, mas repetia, e repetia, até chegar a hora de dizer "chega". Todos sabiam que ela gostava de mim. Todo mundo comentava que Megan Mason, a menina do aparelho escroto gostava do menino estranho e caladão. Esse foi o motivo de minha aceitação pela mudança, de não ter me despedido dela. Eu não gosto de Megan como deveria gostar.

Mas já havia passado uma semana e Megan não deu as caras – modo de dizer – então não estava tão preocupado assim caso haja a haver algum mal inesperado. Desci aquela manhã para tomar café com minha mãe e tive uma surpresa quando entrei na cozinha. A bancada em que tomávamos café todos os dias desde que chegamos a Storm Queen estava ocupada. Em meu divido lugar estava sentado Chris.

– Bom dia querido. – disse minha mãe se levantando.

– Bom dia mãe, tudo bem, continue. – eu disse andando até a garrafa de café. Minha mãe voltou a se sentar.

– Ansioso para o inicio das aulas, Tom? – perguntou Chris tomando um gole de café. – Alfa é um colégio excelente, vai gostar de lá.

– Espero que sim. – eu disse tomando um gole de café ali mesmo. Em pé. – Quando começam a trabalhar?

– Daqui a pouco. – disse minha mãe toda arrumada. Estava linda com aquela roupa de hospital, por ser minha mãe. – Vamos leva-lo a escola hoje e quero que me de um beijo antes de entrar.

– Corta essa. – eu disse rindo. – eu não tenho nove anos.

Chris e minha mãe riram.

– Eu beijava minha mãe mesmo na faculdade. Acho que devia fazer o mesmo. – falou Chris com um ar de superioridade.

– Eu não vou ser um "cirurgião".

– É, ele tem razão. – fechou Chris.

Nos três rimos.

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– Ei campeão, esqueceu-se de abotoar o casaco. – disse meu pai enquanto dirigia.

Levei minhas pequenas mãos para fechar por completo meu casaco. Estava um dia frio aquele. Sensação térmica de zero grau. Seguia para meu primeiro dia de aula e meu pai me levava, eu queria acreditar que estava feliz por ele estar comigo naquele momento. Eu estava com receio do inicio daquele ano, porque estava meio triste pelo fato das aulas voltarem, e o fim das férias de meu pai.